Demandas nas áreas de Educação e Cultura mobilizam comunidade da ZL

No dia 21 de agosto, o Movimento pela Implantação da Universidade Federal da Zona Leste promoveu um abraço coletivo ao terreno da antiga fábrica Gazarra, no bairro de Itaquera, onde será construída a instituição de ensino superior. A finalidade do ato simbólico foi reforçar a mobilização dos diferentes atores locais para a continuidade do projeto. A data também lembrou um mês da desapropriação da área. O decreto foi assinado pelo prefeito Gilberto Kassab em 24 de julho na presença das lideranças da região.

A área de 175,5 m², situada na avenida Jacu-Pêssego, havia sido indicada há cerca de um ano pelo Movimento Nossa Zona Leste, do qual participa a Fundação Tide Setubal, e demais entidades envolvidas nesta mobilização. Após seguidas reivindicações, conseguiram que o prefeito decretasse a Utilidade Pública do terreno de propriedade das indústrias Gazarra. Agora, as lideranças pressionam o poder público para que se discuta o cronograma da implementação da Unifesp Leste.  Ainda não há também a definição dos cursos que serão oferecidos na unidade.

O envolvimento da Fundação Tide Setubal nesta mobilização em prol da Unifesp Leste se conecta com seus princípios norteadores: contribuir para uma sociedade justa e para o fortalecimento da sociedade civil. “Neste sentido, buscamos incentivar os movimentos sociais e articular os diferentes atores da sociedade”, explica Tião Soares, coordenador de cultura da Fundação Tide Setubal.

Mais creches

Buscando a melhoria da qualidade de vida em São Miguel e o fortalecimento da sociedade civil, a Fundação Tide Setubal também estimula o engajamento dos moradores do Jd. Lapenna em um Fórum para debate das demandas da comunidade. A partir do levantamento dos problemas, são planejados conjuntamente os caminhos necessários para aproximação com o poder público. Uma das bandeiras do Fórum Permanente dos Movimentos do Jardim Lapenna, União de Vila Nova e adjacências é a construção de creches. Outra é a luta pelo acesso à saúde pública no território. Leia mais aqui (inserir o link para notícia do Mutirão).

Além disso, na área da educação, atualmente, há duas demandas prioritárias em andamento. Há um projeto para uma creche próxima ao mutirão do Lapenna, com possível financiamento privado. “Estamos negociando com a Cohab e aguardando respostas”, disse Tião. A segunda demanda é pela construção de outra unidade em uma área da Secretaria de Recursos Hídricos. “Segundo a Secretaria de Educação, eles devem ceder o terreno. Enquanto aguardamos um retorno, continuamos pressionando o poder público”, ressaltou.

Museu do Migrante

Outra pauta dos movimentos da Zona Leste em agosto foi o Museu do Migrante. No dia 2, mais de 90 moradores de São Miguel se reuniram com o secretário municipal de Cultura, Carlos Augusto Calil, para discutir essa demanda.  A proposta é que o espaço cultural seja construído na área da Nitro Química. Após a apresentação do projeto, ficou combinado que haverá uma nova reunião entre Nitro, Fundação Tide Setubal, Secretaria Municipal de Cultura e Departamento do Patrimônio Histórico para nova rodada de discussão sobre a possibilidade da cessão do terreno para abrigar o Museu.

“O Museu deve salvaguardar a memória da zona leste. Terá, por exemplo, um acervo documental das lutas populares e dos movimentos de moradia. Resgatará a história dos migrantes e de sua contribuição para o desenvolvimento social e humano da localidade. Será, assim, um espaço para promover a educação continuada no território”, explicou Tião Soares, coordenador de cultura da Fundação Tide Setubal. O projeto prevê ainda um museu virtual.