Analista de comunicação e produtor de conteúdo do site da Fundação Tide Setubal
Noções de empreendedorismo complementaram aulas da Oficina Escola de Culinária em 2011
Este ano, a Oficina Escola de Culinária, em parceria com o Sesi, incorporou nos módulos formativos noções de empreendedorismo. A ideia era ir além do aprimoramento das habilidades práticas na cozinha e despertar nos participantes o tino para os negócios, com a produção e venda de receitas ensinadas em aula. E deu certo, como conta […]
Este ano, a Oficina Escola de Culinária, em parceria com o Sesi, incorporou nos módulos formativos noções de empreendedorismo. A ideia era ir além do aprimoramento das habilidades práticas na cozinha e despertar nos participantes o tino para os negócios, com a produção e venda de receitas ensinadas em aula. E deu certo, como conta Lucia Saboya Amadeo, coordenadora do programa Ação Família, do qual faz parte a Oficina Escola de Culinária: “A receptividade do público foi muito boa e já notamos que alguns alunos estão comercializando os produtos”.
Desde o início, a Oficina tem o enfoque de geração de renda. Contudo, neste ano, foram intensificadas as ações neste sentido, acrescentando tópicos como composição de preço, técnicas de congelamento, controle e manutenção de estoque de alimentos, embalagens, transporte, entre outros. No total, 147 pessoas receberam certificados das 17 opções de curso de 2011. Com 10 horas de duração, cada módulo teve 40 vagas e boa parte dos alunos fez mais de um.
Cleonice Rocha da Silva, moradora do Parque Paulistano, rapidamente colocou em prática o aprendizado. Proprietária de uma venda, ela fez os cursos para diversificar a oferta de produtos. “Após o módulo Comida de Boteco, passei a vender porções de bolinho de bacalhau. Para quem gosta de doces, há bolos gelados. Aprendi tudo na Oficina. Os clientes aprovaram as novidades”, comemora.
Assim como o Comida de Boteco, o Kit Festa, o Culinária Árabe, o Especial Páscoa e o Receitas de Natal foram desenhados para atender nichos específicos de mercado, visando aumentar as chances de comercialização. Outra iniciativa no sentido de estimular a geração de renda ocorreu com uma palestra sobre empreendedorismo, realizada pelo Sebrae, no primeiro semestre, para cerca de quarenta interessados no Galpão de Cultura e Cidadania, no Jardim Lapenna.
Entrega de certificados
“Estamos muito contentes com os resultados, porque também registramos renovação de público”, afirma Lúcia. “Recebemos participantes de bairros do entorno e até de outros municípios. A qualidade da produção das turmas foi outro destaque.” Para finalizar as atividades da Oficina, ocorreram no Galpão, na manhã de 19 de dezembro, a entrega dos certificados e uma confraternização.
A nutricionista Cássia Bonar, profissional do Sesi responsável pelas aulas da Oficina, elogiou o empenho e a dedicação dos alunos. “A cozinha é para quem tem talento e força de vontade. Isso vocês têm de sobra e ainda sabem trabalhar bem em equipe”, disse em seu discurso para o grupo.
Em 2012, serão oferecidos 14 módulos, com os seguintes temas: sorvete, brunch, risotos e saladas, especial cupcakes e confeitaria nacional. As inscrições começam em fevereiro.
Leia a seguir os relatos de participantes da Oficina Escola de Culinária.
“Há 2 anos produzo e vendo biscoitos finos e doces em compota. Resolvi cursar os módulos para incrementar meus produtos. Aprendi aqui uma receita de alfajorirresistível, que tem feito muito sucesso. Recebi muitas dicas úteis, como, por exemplo, sobre conservação de alimentos.”
Rosa Amaral, moradora de Vila Curuçá
“Sempre gostei da área de confeitaria. Na Oficina, pude melhorar a qualidade dos meus bolos e ainda obtive mais informações sobre embalagem, armazenagem e higienização do ambiente. Meu sonho é abrir meu próprio negócio. Hoje, as encomendas dão um dinheirinho extra, mas quero que a confeitaria seja a principal fonte de renda da minha família.”
Eliana Gama de Melo, moradora de Vila Rosário
“Vendo pães de porta em porta desde o ano passado. Fiz o curso para aprender novidades. As aulas foram ótimas. Aprendi muita coisa. Hoje faço um pão de rosca que é o mais vendido e que rende R$ 500 por mês. Além disso, aceito encomendas para festas. Certa vez, fiz 400 pãezinhos recheados para uma escola.”
Francineide Firmino de Oliveira, moradora do Jardim das Pimentas, em Guarulhos
“Sempre gostei de culinária. Aqui resolvi aprimorar minhas habilidades. Agora pretendo levar o que aprendi no módulo Doces em Compota para meus vizinhos do interior, em Extrema (MG), onde tenho uma casinha. Lá há muito desperdício de fruta. Com certeza, eles vão se deliciar com as lições.”
Claudio Barbosa, morador da Vila Cisper