Publicação dissemina prática do Núcleo de Musica e Luteria
“Olhar, Ouvir, Tocar: Experiência da educação pela arte” é um livro que reúne os aprendizados acumulados pelo Núcleo de Música e Luteria, do projeto ArteCulturAção, da Fundação Tide Setubal, ao longo de mais de três anos de atuação no Jardim Lapenna, zona leste da capital. Além de relembrar a trajetória da iniciativa — que se […]
“Olhar, Ouvir, Tocar: Experiência da educação pela arte” é um livro que reúne os aprendizados acumulados pelo Núcleo de Música e Luteria, do projeto ArteCulturAção, da Fundação Tide Setubal, ao longo de mais de três anos de atuação no Jardim Lapenna, zona leste da capital. Além de relembrar a trajetória da iniciativa — que se propõe a trabalhar o ofício de luteria e música voltados aos ritmos brasileiros —, a obra traz ensinamentos sobre a criação de instrumentos por meio da técnica artesanal.
O lançamento oficial aconteceu durante o Festival do Livro e da Literatura de São Miguel Paulista, realizado de 18 a 20 de novembro de 2010. Segundo Tião Soares, coordenador de cultura da Fundação, o objetivo é compartilhar os saberes e fazeres da experiência, inspirando instituições e educadores a desenvolverem prática semelhante. “O projeto mostra que é possível oferecer a qualquer indivíduo, independentemente de classe social ou escolaridade, ferramentas que o qualificam como cidadão ativo de sua comunidade”, observa.
No texto de apresentação, ao dividir essas e outras reflexões sobre cultura e cidadania, Tião resume os caminhos do projeto, surgido em 2006, e reforça a importância de uma ação educativa que leve em conta o “pensar junto” e o “fazer com”. O ponto de partida é sempre o patrimônio da comunidade já existente e o respeito ao saber e à cultura de cada um. Naturalmente, o público das oficinas (a maioria composto por jovens), além de aprender a tocar e produzir instrumentos, é estimulado a pensar sobre política, história da música, identidades culturais e cidadania cultural.
Matriz afro-brasileira
A valorização da memória ancestral dos participantes das oficinas e o trabalho de resgate da cultura de matriz afro-brasileira são abordados no texto seguinte do livro, assinado por José Pedro Soares da Silva, assistente do projeto até 2009.
No capítulo seguinte, há depoimentos dos aprendizes, que contam, por exemplo, como é ser reconhecido na comunidade por esse trabalho. Nos últimos anos, muitos jovens participaram do Núcleo de Música e Luteria, desenvolvendo habilidades como músicos, educadores (ao replicar o aprendizado para crianças), lutieres e monitores da oficina.
Na segunda parte do livro, um pouco do que os participantes da oficina de luteria aprenderam é compartilhado com o leitor. Estão registradas a descrição e a história de mais de quinze instrumentos, como rabeca, afoxé, alfaia, incluindo o passo a passo para sua construção. A publicação está disponível para download.
Para ampliar a divulgação do projeto, ao longo de 2011, estão previstas exposições de instrumentos produzidos pelos alunos da Oficina de Luteria. Em fevereiro, será montada a primeira, no Galpão de Cultura e Cidadania, no Jardim Lapenna. A exposição vai percorrer outros espaços da zona leste ainda neste primeiro semestre.
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