Jovens concluem formação no Projeto Rede Jovem Comunica
No dia 30 de abril, trinta jovens encerram o ciclo formativo do Projeto Rede Jovem Comunica, do Núcleo de Comunicação Comunitária São Miguel no Ar, mantido pela Fundação Tide Setubal. Desde novembro de 2009, eles participaram de oficinas de Comunicação Integrada, Cultura da Empregabilidade, Cibercultura, Leitura de Mídia, Educomunicação e outras. O grupo produziu também […]
No dia 30 de abril, trinta jovens encerram o ciclo formativo do Projeto Rede Jovem Comunica, do Núcleo de Comunicação Comunitária São Miguel no Ar, mantido pela Fundação Tide Setubal. Desde novembro de 2009, eles participaram de oficinas de Comunicação Integrada, Cultura da Empregabilidade, Cibercultura, Leitura de Mídia, Educomunicação e outras. O grupo produziu também conteúdo midiático utilizando as novas tecnologias da comunicação, como as redes sociais.
Realizado por meio de parceria entre a Fundação e Secretaria Municipal do Trabalho, o projeto tinha a proposta de capacitar jovens de São Miguel Paulista para criarem conteúdo em diferentes mídias. A partir dessa capacitação, eles devem estabelecer uma rede com alunos de escolas públicas e com a comunidade. Cada um dos trinta participantes recebeu da Secretaria uma bolsa mensal no valor de R$ 534,75 para cumprir as atividades do projeto em uma jornada de 8 horas diárias.
Com o término do Projeto Rede Jovem Comunica, o NCC entra em nova fase. A partir de agora, quatro jovens atuarão como mediadores para fomentar a produção dos veículos no território (jornal, TV, rádio) e para continuar esse processo de comunicação para o fortalecimento da comunidade. Contribuirão ainda para que a proposta se espalhe pelas escolas do bairro de São Miguel.
Multiplicação e envolvimento
Para José Luis Adeve, o Cometa, coordenador do projeto, a avaliação dessa fase do NCC é muito positiva porque o trabalho possibilitou que os jovens aplicassem esse conteúdo na sua vida profissional, pessoal e, sobretudo, na comunidade. “Eles se tornaram multiplicadores dentro das escolas e no espaço público. Perceberam como fazer comunicação voltada para o coletivo pode ser transformadora. O principal ganho foi que desenvolveram uma consciência político-sócio-comunicacional”, relata.
A TV de Rua, por exemplo, é uma atividade do NCC que mostra a atuação dos jovens no envolvimento da comunidade e na busca de diálogo com o poder público por meio da comunicação. A iniciativa consiste em projetar nos muros as reportagens produzidas pelos jovens e em transmitir, ao vivo, os debates entre moradores e convidados do poder público sobre questões de interesse da comunidade tais como saúde, urbanismo e meio ambiente.
Para preparar cada edição, os integrantes do NCC se reúnem com os moradores e decidem conjuntamente pautas. Já houve ocasião em que moradores também se aventuraram na reportagem. “Eles fazem junto com a gente. A TV de Rua virou uma referência aqui no bairro. É muito bom. Sinto bastante mudança na comunidade. Agora dá orgulho dizer que moro no Lapenna. É bacana também porque vivenciamos toda teoria na prática”, analisou Elizângela Sousa Jesus, 20 anos, integrante do Rede Jovem.
Difusão e expansão
Além de estudarem comunicação e criarem diferentes produtos, os jovens se dedicaram neste período ao trabalho de multiplicação dos conhecimentos nas escolas da região e na comunidade. Realizaram oficinas gratuitas de fotografia no Galpão de Cultura e Cidadania para os moradores do Jd. Lapenna e iniciaram a aproximação com as instituições de ensino. “No início, os estudantes achavam um pouco estranho, mas depois começaram a se envolver mais nas atividades. Participam do jornal A Voz do Lapenna, onde existe uma editoria – Jovem Comunica – para publicarmos os textos deles”, destacou Raymara de Souza, 17 anos, integrante do NCC e estudante de ciências da computação.
Outra iniciativa interessante partiu da relação dos jovens com a escola. Carina Alves Piatezzi, 20 anos, estudante de rádio e TV, elaborou, com o colega Kleber William Lourenção Gomes e o apoio do núcleo, um projeto para reativar a rádio de seu antigo colégio, Escola Estadual Shinquichi Agari, na Vila Curuçá. Desde 2009, ela desenvolve a RadioAção, onde atua como monitora.
“Estamos levando o trabalho do NCC para outros pontos do bairro. Todas as ações ajudam a abrir portas em novas escolas”, comentou Andrelissa Ruiz, educadora do NCC. Para Mariana Rocha, 17 anos, estudantes de jornalismo, esse reconhecimento das escolas, da comunidade do Lapenna e de São Miguel é muito motivador. “Tudo o que fazemos no Lapenna é em prol de melhoras para o território”.
Na análise de Mayara Evangelista, assistente de coordenação do projeto, o processo mostra que o NCC passou a estar na comunidade e com a comunidade. “A tendência agora é que os moradores, e não apenas os jovens, comecem a produzir cada vez mais para os veículos locais”, explica.
Leia aqui depoimentos de alguns jovens que participaram das atividades formativas do Núcleo de Comunicação Comunitária São Miguel no Ar.