Analista de comunicação e produtor de conteúdo do site da Fundação Tide Setubal
Fundo Zona Leste Sustentável apoia empreendedorismo social na Zona Leste
Entre os dias 8 e 9 de agosto, cerca de 460 estudantes da Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul) participaram de palestras e atividades práticas girando em torno de um tema central: como pensar em negócios que tenham um impacto positivo na sociedade. A discussão foi parte do Inova ZL, projeto do Fundo Zona Leste Sustentável […]
Entre os dias 8 e 9 de agosto, cerca de 460 estudantes da Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul) participaram de palestras e atividades práticas girando em torno de um tema central: como pensar em negócios que tenham um impacto positivo na sociedade. A discussão foi parte do Inova ZL, projeto do Fundo Zona Leste Sustentável que tem como objetivo estimular negócios sociais que contribuam para a superação de problemas sociais e ambientais na Zona Leste paulistana.
Para abrir o evento, as professoras Maria Elisabete Salina Saldanha e Cristiane Melo fizeram uma fala de boas-vindas a todos. “Temos essa parceria há muitos anos com a Fundação Tide Setubal e o Fundo Zona Leste Sustentável, iniciada por nosso fundador, professor Gilberto Padovese. Certamente as palestras de hoje e amanhã trarão uma grande riqueza de conhecimento aos participantes, e são um aquecimento para o hackathon do Inova ZL, que acontecerá aqui na Universidade nos dias 25 e 26 de agosto”, afirmou Cristiane Melo.
Na sequência, Maria Alice Setubal, presidente do conselho da Fundação Tide Setubal, realizou uma fala de abertura, agradecendo a parceria com a Universidade. “Atuamos na Zona Leste há mais de dez anos e sabemos que os parceiros locais são fundamentais. A parceria do Fundo Zona Leste com a Unicsul já dura muitos anos, e a contribuição voluntárias que muitos de vocês, alunos, fazem para o Fundo é muito importante. A gente acredita que essa é também uma forma de envolver alunos e jovens da região na busca pela redução das desigualdades e o desenvolvimento sustentável. E o empreendedorismo social é um elemento que pode contribuir no desenvolvimento das periferias e da cidade como um todo”.
A primeira palestra do evento foi realizada pelo hacker político e ativista Pedro Markun, que falou sobre a transparência de dados como princípio para inovação e relatou como se deu sua trajetória e a criação da iniciativa Ônibus Hacker. “Estamos vivendo em uma época muito boa para quem está a fim de fazer, uma época de criadores”, afirmou, convidando os alunos a explorar as diferentes perspectivas que a tecnologia traz.
Na sequência, Gustavo Alencar falou sobre como ser um hacker sem dominar conhecimentos tecnológicos específicos, e de que maneiras ele descobriu por meio do design possibilidades de criação. “Eu também sou um jovem periférico que está se aventurando em muitos lugares porque aprendi que eu posso entrar, e isso é muito importante”, disse.
Para encerrar as atividades da parte da manhã, Evelyn Gomes, do Labhacker, mediou a roda de conversa “Hackeando o empreendedorismo”, com a participação de Hamilton Henrique (Saladorama), LemuelSimis (Firgun), Arthur Gandra (Jovens Hackers) e Maitê Lourenço (BlackRocks). Durante a discussão, os empreendedores contaram sobre suas trajetórias e deram dicas para os alunos que sonham em empreender. “Na minha jornada, eu vi que o empreendedor social quando é da periferia tem muitas chances de fazer as coisas porque nós sentimos e vivemos aqueles problemas, o que nos dá muito mais compreensão”, contou Hamilton Henrique.
Da discussão à ação
Algumas horas depois, o auditório da Unicsul voltou a ser palco das discussões sobre empreendedorismo social, desta vez com os alunos do período noturno, que lotaram o espaço.
Depois de falas de abertura de Wagner Luciano Silva (Guiné), coordenador da Fundação Tide Setubal, e Greta Salvi, coordenadora do Fundo Zona Leste Sustentável, foi a vez de Monique Evelle discutir inventividades, impacto social e inovação. Recorrendo sempre à opinião dos alunos, a empreendedora abordou questões como o potencial inovador das periferias e as trajetórias únicas de cada um. “Nunca compare o seu começo com o meio de ninguém”, sugeriu.
Na sequência, Haydée Svab falou sobre dados públicos abertos e seus impactos. “Nada impede o governo de fazer seus relatórios, mas é o dado aberto que permite à sociedade verificar se os resultados são aqueles apontados pelo poder público”, afirmou.
Por fim, os alunos acompanharam a roda de conversa mediada por Adriana Barbosa (Instituto Feira Preta), com o tema Potencialidades e diversidade. Participaram Andre Ribeiro (Diáspora Black), Fernanda Leôncio (Conta Black), Matheus Cardoso (Moradigna) e Ariane Cor (Minas Programam).
Na manhã do dia 9 de agosto, os alunos da Unicsul ainda puderam participar de diversos workshops simultâneos sobre assuntos ligados ao empreendedorismo. Os temas foram “Design Thinking – Workshop de resolução de problemas”, “Jovens Hackers – Programação para iniciantes” e a oficina “Fábrica Livre – Design em código aberto”.
Depois de todo esse contato com o ecossistema dos negócios sociais, os estudantes que se inspirarem poderão participar do hackathon Inova ZL, que acontece na Unicsul no último final de semana de agosto. O objetivo do projeto é conectar e engajar estudantes universitários, hackers, empreendedores, lideranças comunitárias, entre outros, para criar protótipos de projetos que contribuam para a superação de problemas sociais e ambientais na zona leste paulistana. Os três melhores projetos receberão R$10 mil para colocar a solução em prática com o apoio da Habits Incubadora Escola da USP Leste e mentoria do Fundo Zona Leste Sustentável.