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Como o +Lapena Renda Alimentar se propõe a criar novos caminhos para a produção econômica nas periferias?

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22 de abril de 2024
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Considerar a produção econômica nas periferias precisa, obrigatoriamente contemplar as necessidades da população de tais territórios, assim como a democratização do acesso a direitos básicos, para permitir que os objetivos de tais ações sejam alcançados.

 

Esta é a premissa do projeto +Lapena Renda Alimentar. A iniciativa, cujo desenho é do Programa Nova Economia e Desenvolvimento Territorial da Fundação Tide Setubal, colocou segurança alimentar e atividade econômica na mesma equação. Nesse caso, o objetivo consiste em implementar soluções para contribuir para o acesso à alimentação adequada e sustentável nas comunidades locais.

 

Kenia Cardoso, coordenadora do Programa Nova Economia e Desenvolvimento Territorial, reflete sobre o +Lapena Renda Alimentar. Isso veio à tona ao considerar a realidade da população do Jardim Lapena, bairro da zona leste de São Paulo.

 

“Como pensarei em um programa de desenvolvimento territorial, que se preocupa em gerar renda no território, sendo que há questões anteriores a esta demanda concreta?”, destaca. “Pensar a garantia da segurança alimentar e a geração de renda são os dois principais focos do selo.”

 

Produção econômica nas periferias e integração territorial

Ao considerar a importância da produção econômica nas periferias, em especial quando associada às necessidades da população local, o +Lapena Renda Alimentar contempla a integração do trabalho de organizações e agentes atuantes no Jardim Lapena. “Olhando para o Lapena, a gente buscou identificar atores que podem contribuir para a transformação do sistema alimentar”, destaca Marina Ferreira, do projeto Pé de Feijão, parceiro do +Lapena Renda Alimentar.

 

Após processo para mapeamento de iniciativas em atuação no território, o projeto estabeleceu parcerias com produtores e pequenos produtores locais. Nesse sentido, a parceria promoveu a compra e o consumo de alimentos provenientes de agricultura urbana, como no caso do Mulheres do GAU.

 

A agricultora Joelma Marcelino, do Mulheres do GAU, destaca o caráter territorial e a capilaridade do projeto. A começar pelos 36 canteiros que compõem o espaço do projeto. “Em uma hora no meio da periferia, em uma grande cidade como São Paulo, temos produção que dá para alimentar umas 50 famílias por mês.”

 

+ Curso sobre desenvolvimento solidário coloca as pessoas no centro da economia territorial

 

+ Entrevista com Marcelo Gomes Justo, diretor executivo do Instituto Paul Singer

 

Propondo novos ciclos

Para além da produção econômica nas periferias, uma dimensão estratégica dentro do +Lapena Renda Alimentar abrange a parte logística. Neste caso, esse segmento diz respeito à distribuição entre o espaço do Mulheres do GAU e dez famílias do Baixo Lapena. Todas elas foram selecionadas no projeto-piloto para receber cestas de produtos plantados no bairro. Desse modo, a separação dos alimentos ocorre em conformidade com aspectos nutricionais voltados à promoção de padrões alimentares saudáveis.

 

“Pensamos muito na questão da sustentabilidade – das pessoas e do território -, assim como na questão da diversidade”, comenta Everson Silva, coordenador CicloLog Leste, parceiro logístico do +Lapena Renda Alimentar.

 

Um aspecto em todas as etapas, passando pelo plantio, aproveitamento de alimentos – e oficinas para as dez famílias selecionadas para demonstração de como fazê-lo – e práticas sustentáveis de transporte, diz respeito à proposição de novos paradigmas. Assim sendo, isso diz respeito à alimentação e ao modo como pessoas se relacionam com o consumo. “É importante, sob o ponto de vista ético, haver uma cidade que não apenas consome de seu entorno e destrói e consome, mas também pode produzir”, ressalta Regiane Nigro, do Instituto Kairós.

 

Finalmente, Kenia Cardoso evidencia o objetivo do +Lapena Renda Alimentar para além da produção econômica nas periferias pura e simples. “O objetivo do projeto é garantir o acesso ao alimento no longo prazo. Precisamos pensar no alimento como direito.”

 

Assista a seguir ao vídeo sobre o +Lapena Renda Alimentar disponível no Enfrente, canal da Fundação Tide Setubal no YouTube.

 

 

 

 

 

Texto: Amauri Eugênio Jr. / Foto: Reprodução / youtube.com/canalenfrente


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