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Curso sobre orçamentos sensíveis a gênero e raça coloca a diversidade no centro do serviço público

Programas de influência

27 de junho de 2024
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Ainda que a noção sobre orçamento público comumente difundida na sociedade nos induza a considerar que o desenvolvimento do orçamento público é técnico e sem vieses, a realidade mostra outra coisa.

 

A sub-representação de pessoas negras no funcionalismo público e a baixa presença desse grupo e de mulheres, em particular quando envolve intersecção de raça e gênero, têm reflexo imediato na produção de peças orçamentárias. A consequência disso? A retroalimentação de disparidades sociorraciais em múltiplos setores.

 

Nesse sentido, Fundação Tide Setubal e Rede Orçamento Mulher desenvolveram um curso sobre orçamentos sensíveis a gênero e raça, que deriva do guia homônimo, de 2022.

 

Com apresentação da atriz e educadora Magda Figueiredo, o projeto consiste em cinco aulas sobre alguns dos principais conceitos a respeito do assunto principal para profissionais na gestão pública poderem iniciar sua jornada no tema. A saber, a cinco aulas do curso sobre orçamentos sensíveis a gênero e raça abordam os seguintes temas:

 

 

  1. Aula 1: As desigualdades estruturais de gênero e raça na sociedade brasileira;
  2. Aula 2: Políticas públicas com viés de gênero e raça;
  3. Aula 3: Transversalidade, interseccionalidade e a insuficiência das políticas universais;
  4. Aula 4: Orçamentos sensíveis a gênero e raça: conceito e principais ferramentas;
  5. Aula 5: Orçamentos sensíveis a gênero e raça: exemplos concretos.

 

Teoria e prática orçamentária e inclusão

Um dos pontos centrais do curso sobre orçamentos sensíveis a gênero e raça consiste nos exemplos e estudos de caso apresentados por especialistas em gestão pública. Tais informações abrangem desde a estrutura organizacional de órgãos atuantes nesse contexto e experiências orçamentárias bem-sucedidas no Brasil e no exterior sobre o tema.

 

Desse modo, as pessoas profissionais que compartilham experiências e contextualizam esses mesmos dados são as seguintes:

 

 

  1. Clara Marinho, analista de Planejamento e Orçamento (MPO), doutoranda em Administração Pública e integrante do Elas no Orçamento;
  2. Eduardo Gomor, analista de planejamento e orçamento e doutor em Política Social;
  3. Elaine Xavier, analista de planejamento e orçamento do Ministério da Economia;
  4. Júlia Rodrigues, consultora legislativa da Câmara dos Deputados na área de Orçamento e Fiscalização Financeira e integrante do Elas no Orçamento;
  5. Mariana Mazzini, professora adjunta de Administração Pública e Gestão Social na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN);
  6. Pedro Marin, coordenador do Programa Planejamento e Orçamento Público da Fundação Tide Setubal;
  7. Rita de Cássia, consultora de Orçamentos do Senado Federal;
  8. Roseli Faria, analista de planejamento e orçamento.

 

Um dos aspectos centrais do curso sobre orçamentos sensíveis a gênero e raça diz respeito à esfera decisória referente à elaboração orçamentária. Uma das especialistas que abordam esse tópico, então, é Roseli Faria.

 

“Quando se fala em instrumentos de planejamento e orçamento, não se pode esquecer de quem os opera. A área de finanças públicas é extremamente branca, masculina e, por vezes, bastante conservadora e refratária a inovações para garantir que o orçamento público seja um instrumento de garantia de direitos”, destaca.

 

“A transversalidade no orçamento é uma ideia cujo tempo chegou”

Outro tópico de destaque no curso sobre orçamentos sensíveis a gênero e raça consiste, então, em mostrar como a neutralidade na política pública é uma lenda urbana, ao considerar como o Estado contribui para legitimar e reproduzir desigualdades.

 

Nesse sentido, Mariana Mazzini, professora adjunta de Administração Pública e Gestão Social na UFRN, mostra como a interseccionalidade, ao contemplar particularidades sobre gênero e raça, pode ser aliada na garantia de direitos a grupos minorizados. “Quando se fala em transversalidade, fala-se de disputa de ideias e trazer novas perspectivas e reorientar o curso de ação para se comprometer com a igualdade de gênero, raça, inclusão de PCDs e comunidade LGBTQIAP+.”

 

Por fim, Pedro Marin evidencia um dos pontos elementares que consistem na razão de ser do curso sobre orçamentos sensíveis a gênero e raça. No caso, trata-se do interesse de governos municipais e estaduais na construção de orçamentos sensíveis a gênero e raça. “O maior interesse dos Estados na temática mostra que este não é mais um tema marginal. Logo, ele é discutido nas coordenações de governo, nas secretarias de planejamento e pelas secretarias transversais. A transversalidade no orçamento é uma ideia cujo tempo chegou.”

 

Play no orçamento

A íntegra do  curso sobre orçamentos sensíveis a gênero e raça está disponível no Enfrente, canal da Fundação Tide Setubal no YouTube.

 

 

 

Assista aos episódios do curso sobre orçamento sensível a gênero e raça

 

 

Finalmente, confira o guia Orçamentos Sensíveis a Gênero e Raça no site da Fundação Tide Setubal. Idem a página da Rede Orçamento Mulher na plataforma ReDUS, na qual estão disponíveis demais conteúdos em português sobre orçamentos sensíveis a gênero e raça.

 

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Texto: Amauri Eugênio Jr. / Imagem: Reprodução / YouTube


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