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É possível deixar de ser racista

“É como uma poeira, a gente não vê ela penetrar, mas ela penetra em todos os cantos, está em todos os lugares. O racismo não nos permite descansar em nenhum momento”, diz a psicóloga e psicanalista Maria Lúcia Silva, autora de “O racismo e o negro no Brasil – questões para a psicanálise”. Dentro e […]

1 de novembro de 2017

“É como uma poeira, a gente não vê ela penetrar, mas ela penetra em todos os cantos, está em todos os lugares. O racismo não nos permite descansar em nenhum momento”, diz a psicóloga e psicanalista Maria Lúcia Silva, autora de “O racismo e o negro no Brasil – questões para a psicanálise”. Dentro e fora de seu consultório, ela trabalha para que sejam reconhecidos os efeitos psíquicos da discriminação racial ainda pouco discutidos, como os traumas, ansiedade, crises de identidade e depressão que podem resultar dela. Mas, ainda há dificuldade em assumir o racismo e suas consequências no Brasil. Uma pesquisa do Datafolha realizada em 1995 ficou famosa ao mostrar que 90% dos brasileiros admitiam que existe preconceito de cor no Brasil, mas 96% dos entrevistados se identificavam como não racistas. Ela ilustra em números como, aqui, o racismo é velado. Mas afinal, é possível revertê-lo?

A desconstrução do racismo não é algo automático, como desligar um botão, mas pode ser trabalhada, tanto nas escolas como fora delas. “A partir do momento em que você percebe que o racismo é uma construção social e que você está inserido nesse mundo e em algum grau faz parte disso, acho que pode haver uma consciência racial. O letramento racial atua neste sentido. Contudo é preciso pensar em práticas anti-racistas no dia-dia, a conscientização é só o primeiro passo”, afirma Lia Vainer Schucman, doutora em Psicologia Social e autora do livro “Entre o encardido, o branco e o branquíssimo: branquitude, hierarquia e poder na cidade de São Paulo”.

Assim como o letramento convencional é um conceito utilizado nas escolas para pensar como alunos aprendem e incorporam os símbolos da leitura e da escrita, no letramento racial é analisado como aprendemos e usamos os signos e símbolos do racismo, para então desconstruí-los. O termo “letramento racial”, trazido para o Brasil por Lia, vem de “Racial Literacy”, conceito cunhado pela antropóloga afro-americana France Winddance Twine, que refere-se a um conjunto de práticas. Dentre elas estão a compreensão de que o racismo é um problema atual, e não apenas histórico, e que as identidades raciais são aprendidas. A partir disso, é possível aprender um vocabulário racial que facilita a discussão de raça, racismo e anti-racismo; interpretar os códigos e práticas racializadas e analisar as formas em que o racismo é mediado por desigualdades de classe, hierarquias de gênero e heteronormatividade.

Para trabalhar o letramento racial, o primeiro passo é assumir o racismo. Isso implica em, por um lado, admitir nossa história, e por outro, reconhecer que brancos têm privilégios. Muitas vezes, esses privilégios podem parecer banais e passar despercebidos. Mas, na sociedade brasileira, uma série de barreiras impede que negros tenham as mesmas oportunidades, gerando um viés racial nas desigualdades – leia mais sobre isso aqui.

O racismo parte do falso pressuposto de que os brancos são superiores do ponto de vista moral, intelectual e estético. “A identidade racial branca passa a existir com a categoria de raça, construída pela pseudociência do século 19. A ideia era de que qualquer corpo físico teria uma continuidade moral, psíquica, intelectual e estética, e estes atributos seriam herdados geneticamente”, afirma Lia.

As palavras e os discursos são importantes armas na reprodução do preconceito racial. “O racismo faz parte do nosso cotidiano, dos nossos gestos e das nossas palavras. Na língua, isso se manifesta de modos distintos, e em função do tabu existe uma tendência ao silenciamento”, diz Iracema Santos do Nascimento, consultora e pesquisadora na área de linguagens e educação. Assim, palavras e expressões racistas, como “cabelo ruim”, “denegrir” ou “a coisa tá preta”, são tão internalizadas que passam despercebidas,  e dão continuidade ao ciclo do racismo.

Racistas desde pequenos

Nas escolas, espaços onde as crianças deveriam ser incentivadas a valorizar a diversidade desde cedo, muitas vezes o assunto é ignorado. No livro “Do silêncio do lar ao silêncio escolar: racismo, preconceito e discriminação na educação infantil”, Eliane dos Santos Cavalleiro afirma que na pré-escola são pouquíssimas as ações que levam à valorização das crianças negras. Diante de conflitos, situações de agressões ou relacionamento entre os alunos na escola, a resposta costuma ser voltada apenas ao trabalho do respeito entre crianças, e as diferenças étnicas não são verbalizadas de maneira elabora pelos professores, muitas vezes porque estes não conseguem identificar em seus próprios atos ou nos dos alunos o racismo.

“O racismo é aprendido, construído socialmente. Cria-se a ideia de que existe não só uma diferença, mas uma relação de hierarquia. Mas não existem raças diferentes. Todas as diferenças que temos entre nós são de ordem cultural.  Se a gente entende isso, podemos entender que é possível desconstruir essa ideia de racismo”, afirma Neide Aparecida de Almeida, socióloga e coordenadora do Núcleo de Educação do Museu Afro Brasil.

Letramento Racial nas escolas

“O investimento no processo do letramento racial é de uma complexidade muito grande, porque temos uma formação racista, mas ele pode ser feito de uma forma muito simples. Para isso, é preciso gerar o reconhecimento de como as nossas práticas, sem que a gente queira, podem referendar o racismo; o apontamento das diferentes formas como o racismo se apresenta, e a criação de um novo repertório, com situações para que as práticas racistas sejam discutidas, repensadas e deem espaço para outras práticas”, afirma Neide.

Nas escolas, o letramento racial não deve ser discutido apenas em aulas de história ou de português, uma vez que o racismo e a visão eurocêntrica de mundo são transversais a todas as disciplinas. É importante pensar em como o currículo está estruturado, nos materiais que são apresentados na sala de aula e na forma como eles são tratados pelos professores. “O nosso silenciamento está reforçando uma postura racista”, diz Neide. “Pegue Monteiro Lobato, por exemplo. Sim, ele é racista. Mas vamos jogar o Monteiro Lobato fora? Não. Vamos discuti-lo. E trazer outros autores que falem sobre os sujeitos a partir de outros pontos de vistas. Na literatura negra, vemos autores falando não só sobre o racismo mas sobre tudo, e é fundamental que eles apareçam”.

Confira o material de apoio criado por Neide Almeida para apoiar professores no trabalho do tema nas escolas

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