Encontro com empreendedor visa fortalecer atividade produtiva na ZL
A Fundação Tide Setubal, em parceria com a Unicsul e com o Sebrae/SP, promoveu no mês de julho quatro encontros de sensibilização para empreendedores que atuam nos distritos de São Miguel Paulista, Ermelino Matarazzo e Itaim Paulista, na zona leste da capital. Os encontros têm o objetivo de incentivar e fortalecer as atividades produtivas locais […]
A Fundação Tide Setubal, em parceria com a Unicsul e com o Sebrae/SP, promoveu no mês de julho quatro encontros de sensibilização para empreendedores que atuam nos distritos de São Miguel Paulista, Ermelino Matarazzo e Itaim Paulista, na zona leste da capital. Os encontros têm o objetivo de incentivar e fortalecer as atividades produtivas locais e se inserem no Fundo Comunitário São Miguel, a ser lançado pela Fundação ainda no segundo semestre de 2010. O Fundo financiará atividades produtivas capazes de gerar opções de trabalho e renda socialmente mais justas e ambientalmente sustentáveis nessa região.
Marcando a fase preparatória do lançamento do Fundo, cada encontro de sensibilização procurou apresentar a proposta a cerca de 35 empreendedores diferentes e dar subsídios para que eles possam se candidatar ao edital do Fundo. “A intenção nesta primeira ação foi oferecer ferramentas para que procurem aprimorar seus negócios, sensibilizando-os, por exemplo, para a importância da elaboração de um projeto e de um plano de negócios”, explica Paula Galeano, coordenadora geral da Fundação Tide Setubal.
Os encontros também permitiram aos organizadores do Fundo identificar as necessidades e potencialidades dos grupos produtivos que poderão concorrer ao edital. Um dos desafios é a formalização. “Assim, podemos elaborar um instrumento no edital que seja capaz de suprir as deficiências das iniciativas, levando em consideração as características da comunidade”, explicou Gabriel Ligabue, consultor da Fundação, responsável por desenhar os detalhes de funcionamento do Fundo.
Troca de conhecimentos
Para a realização deste trabalho, foram mapeadas previamente as atividades produtivas locais a partir de dados das subprefeituras. Em seguida, os empreendedores receberam uma visita e responderam a um questionário. “Ao aplicar a pesquisa, nosso intuito foi verificar em qual estágio está a iniciativa produtiva e qual assessoria é necessária para desenvolvê-la”, relata Simone Ciraque, consultora do projeto. Daí surgiu o convite para os encontros.
A fim de promover mais interação entre os empreendedores, as reuniões, que aconteceram na Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul), no campus São Miguel, foram divididas por segmento. No dia 5, o encontro foi destinado aos empreendedores da área de moda. O dia 7 ficou reservado ao segmento de cultura, arte e artesanato. No dia 29, o foco foi o segmento meio ambiente, que incluiu cooperativas de reciclagem. O setor de culinária se reuniu no dia 30.
Na primeira parte do encontro, os empreendedores foram incentivados a apresentar seus produtos para se conhecerem melhor. A intenção era que os participantes se identificassem e se reconhecessem, podendo trocar experiências sobre seus negócios e, futuramente, formalizar parcerias. “Percebi que as dificuldades são as mesmas. Precisamos realizar mais reuniões para nos aproximar e ver como um pode ajudar o outro”, ressaltou Robson Oliveira de Moraes, 26 anos, sócio da Café-com-leite, confecção de malharia da Vila Curuçá Velha. Enquanto aguarda o novo encontro, ele planeja conhecer de perto outros empreendimentos. “Estou com o cartão de uma estilista. Pretendo visitá-la para conversamos mais”.
Mirian, que tem uma confecção de fantasias, peças pós-cirúrgicas e costura em geral, disse que gostou bastante e percebeu que existe uma real proposta de ajudar os interessados. “Era disso que eu estava precisando. Foi tudo muito organizado, e eu me senti de fato como participante. Cheguei em casa impressionada e compartilhei com meu esposo.”
Orientação aos empreendedores
Além do estímulo para que os empreendedores se fortaleçam conjuntamente, os encontros contaram com a presença de gerentes do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), parceiro do Fundo. Eles explicaram sobre procedimentos para uma gestão bem-sucedida do negócio, deram orientações específicas para o segmento e expuseram os serviços oferecidos pela entidade. “Procuramos enfatizar sobre a necessidade de um plano de negócios e de estabelecer metas, as quais são fundamentais para o empreendimento crescer”, afirmou Joaquim Xavier Filho, gerente regional do Sebrae capital Leste 1.
Na terceira e última parte, foi apresentada a proposta do Fundo Comunitário São Miguel, destacando que os empreendedores poderão se beneficiar desta iniciativa desde que cumpram os requisitos do edital. A missão do Fundo será impulsionar as atividades produtivas locais, por meio de repasse de aportes financeiros de forma monitorada e de programas de qualificação e capacitação.
Foco territorial e participação
Um dos pontos positivos deste Fundo, com foco territorial, é a possibilidade de receber investimentos da iniciativa privada, do poder público e da própria comunidade. Além disso, prevê a participação de representantes da comunidade local em suas instâncias de gestão. O Fundo será gerido por meio de dois comitês, o financeiro e o programático. O comitê programático, composto por lideranças locais, representantes dos investidores e técnicos especialistas coordenará o processo de seleção de projetos, que deverá ocorrer anualmente, por meio de editais.
A gestão financeira dos recursos ficará sob a responsabilidade da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), entidade ligada à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Outros parceiros são a Unicsul e o Sebrae, que cuidarão do apoio tecnológico dos projetos, oferecendo formação e monitoramento aos grupos selecionados nos editais.