Analista de comunicação e produtor de conteúdo do site da Fundação Tide Setubal
Fundação Tide Setubal promove formação na Diretoria de Ensino Leste 2
Curso voltado para professores mediadores, coordenadores e vice-diretores abordou temas como a relação entre famílias e escolas, a convivência e o fortalecimento da rede de proteção social
Força, resistência, afeto, compromisso, cansaço… todas essas palavras habitam a cabeça dos professores, vice-diretores e coordenadores que, na manhã de uma quinta-feira, desenhavam seus retratos somados à essas emoções em uma atividade sobre convivência promovida pela Fundação Tide Setubal na sede da Diretoria de Ensino Região Leste 2, em São Miguel Paulista. A atividade fez parte do curso Na educação o território e seus significados importam, voltado para professores mediadores comunitários, vice-diretores, coordenadores pedagógicos e professores coordenadores da rede de ensino estadual. “O processo formativo parte da experiência da Fundação Tide Setubal em São Miguel Paulista, sobretudo com os eixos escola-família-território, para discutir tensões enfrentadas nas escolas”, afirma José Luiz Adeve coordenador de projetos da Fundação.
Composto por quatro módulos, o itinerário formativo foi criado em colaboração entre a fundação e o Núcleo Pedagógico da Diretoria, pensando em atender da melhor forma possível as demandas da região. Dentre os principais pedidos da rede local, estavam a solução de tensões no interior das escolas, a mediação de conflitos e a aproximação entre famílias e instituições de ensino. “A escola tem um papel social e cada vez mais devemos abrir seus muros para as famílias. A formação vem em boa hora e dialoga com nossas necessidades e ansiedades”, afirma Samuel Francisco Primo, Diretor do Núcleo Pedagógico da Diretoria de Ensino Leste 2.
Famílias, territórios e convivência
Cada módulo teve oito horas de duração divididas em dois encontros. O primeiro, batizado de “Família”, utilizou como base a metodologia do programa Ação Família da Fundação Tide Setubal para sensibilizar os profissionais da educação sobre a importância da escuta junto aos familiares dos alunos, desfazendo estereótipos como a ideia de que as famílias de regiões vulneráveis não se preocupam com a educação dos filhos. O módulo ainda ressaltou a importância da contribuição dos pais para o fortalecimento das escolas e sua gestão.
O segundo tema debatido foi a convivência, tanto entre alunos e profissionais da escola como entre os próprios educadores. Com o objetivo de alinhar conceitos e identificar espaços de convivência na escola, o módulo teve atividades práticas e até mesmo lúdicas, como refletir sobre os locais da escola onde alunos e professores gostam ou não de ficar, e desenhar os corpos dos participantes para trabalhar ideias de coletividade.
No terceiro módulo, o tema central foi a rede de proteção social, com o mapeamento de pessoas e instituições que a compõem e como utilizá-la da melhor forma possível. Já o último módulo abordou práticas de educomunicação, explorando a multidisciplinaridade e a importância da conexão com o território.
A formação contou ao todo com 25 alunos. A professora coordenadora Joelma Ferreira da Silva Rocha conta que quando a sua escola recebeu o convite para a formação, ela logo se voluntariou. “Estou gostando muito. É um momento de descontração, de compartilhar o que vivemos e aprender com os outros. Vemos que outras pessoas têm problemas parecidos com os nossos, e muitas vezes lidam com eles de forma diferente. O curso ampliou minha percepção da necessidade de trazer os pais para perto da escola – algo que já buscamos fazer”, conta.
Já a professora Fernanda Teodófio da Silva Lopes buscou o curso por sugestão de um professor da especialização que ela faz na Universidade Cruzeiro do Sul. “O tema família é algo muito complexo, e é necessária uma formação continuada a respeito disso”, afirma. “Precisamos estar inteiradas no assunto para podermos acolher essas famílias e fazer uma gestão democrática. Mas como alcançar esse objetivo? Essa formação contribuiu muito para termos respostas”.