Jovens discutem espaços de participação em São Miguel Paulista
Por Carolina Nascimento No centro ou nas periferias, um traço comum aos jovens é a vontade de deixar sua marca no mundo, ter espaço para falar e ser ouvido. Debater e refletir sobre estes possíveis espaços de participação para a juventude foram os principais objetivos do encontro ‘Como a Juventude vive sua quebrada’ […]
Por Carolina Nascimento
No centro ou nas periferias, um traço comum aos jovens é a vontade de deixar sua marca no mundo, ter espaço para falar e ser ouvido. Debater e refletir sobre estes possíveis espaços de participação para a juventude foram os principais objetivos do encontro ‘Como a Juventude vive sua quebrada’ que aconteceu no Galpão de Cultura e Cidadania, no Jardim Lapenna, no sábado 29 de julho. O evento reuniu cerca de 30 jovens do Programa Jovens Urbanos , de Cidade Tiradentes e São Miguel e do Cursinho Popular Pré-Vestibular.
O Programa Jovens Urbanos tem como objetivo contribuir para a ampliação do repertório sociocultural de jovens de 15 a 20 anos e ajudá-los a concluir o Ensino Médio, ingressar no Ensino Superior e realizar seus projetos de vida. Atualmente, em sua 12ª edição, ele é uma iniciativa da Fundação Itaú Social com coordenação técnica do Cenpec, parceria institucional com a Fundação Tide Setubal e execução das organizações da sociedade civil Jovens do Brasil – em parceria com o espaço Aldeia Satélite – e Projeto Cultural Educacional Novo Pantanal (Procedu). Já o Cursinho Popular Pré-Vestibularé uma parceria da Fundação Tide Setubal com a Comunidade Kolping Nossa Senhora das Graças do Jardim Belém, e acontece gratuitamente aos sábados no Galpão de Cultura e Cidadania.
“A ideia do encontro surgiu durante uma reunião regional de caráter pedagógico realizada pela Fundação Tide Setubal e o Procedu com os educadores do Programa Jovens Urbanos de São Miguel Paulista”, diz Viviane Soranso dos Santos, assistente de projetos da Fundação Tide Setubal. “Os educadores observaram que os participantes do programa sentiam a necessidade de aprofundar seus conhecimentos sobre a atuação política e social, e suas habilidades de argumentação e expressão, e tivemos a ideia de realizar o encontro para trabalhar essas questões”, afirma Viviane.
O dia começou com a roda de conversa Como a Juventude vive sua quebrada’ desenhada para que os presentes pudessem ouvir as experiências de outros jovens, muitos dos quais ocupam papéis de produtores em diferentes campos de participação cultural, social e política. As convidadas para puxar o debate foram Iris Guimarães, integrante da edição anterior do Programa Jovens Urbanos e atua como agente comunitária do bairro Cidades Tiradentes; Bianca Guedes, estudante universitária de comunicação e integrante da União da Juventude Socialista (UJS); e Bárbara Pontes, militante do Levante Popular da Juventude.
Além de ouvir as convidadas, os jovens se dividiram em grupos para elaborar perguntas para o debate. Após esse momento de conversa, foi a vez de os participantes vivenciarem três estações de trabalho, uma de vídeo, outra de escrita e a última de desenho. Em uma espécie de circuito, eles visitaram cada um dos espaços e foram convidados a dar um depoimento, desenhar e escrever algo sobre a temática do evento. Para encerrar as atividades, os jovens colocaram seus textos e desenhos dentro de balões e os soltaram para simbolizar o compartilhamento do que foi aprendido com outras pessoas.
Saldo positivo
As atividades foram aprovadas pelos jovens, que gostaram da oportunidade de debater o seu papel na sociedade. “Isso é muito importante e a gente não vê acontecer em todos os espaços. Esse encontro foi gratificante”, conta Maria Lucia Ferreira Toledo, 15 anos, integrante do Programa Jovens Urbanos.
Entre ouvir experiências, participar de discussões e fazer trabalhos em grupos, a intenção do encontro era também gerar o despertar nos jovens de uma percepção de que ações pensadas e realizadas nas escolas, nas praças e nos bairros integram um movimento político e são espaços legítimos de participação.
“Esse momento é importante para os jovens conhecerem os diferentes espaços de participação que eles podem ocupar, inclusive em nosso bairro”, conta Mauricélia Martins Castão, gestora pedagógica do Jovens Urbanos em São Miguel Paulista pelo Procedu.
“Acredito que essa roda de conversa também trará muitos elementos para o momento de construção dos projetos de intervenção nas comunidades, etapa do Programa Jovens Urbanos que os jovens vão começar em breve”, avalia Gisele Rocha, parte do núcleo de formação do Programa Jovens Urbanos pelo Cenpec.
A expectativa é de que o evento se desdobre em outras ações. E se depender das inquietações dos jovens, isso será possível. “O que marcou do debate é que devemos nos indignar, nós jovens temos que ser indignados, temos que ir para cima e ter atitude mostrar o que e por que queremos”, afirma Paulo do Santos Souza, 16 anos, integrante do Programa Jovens Urbanos.