Maria Alice Setubal (Neca), presidente do Conselho Curador da Fundação Tide Setubal, é socióloga, doutora em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e mestre em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP).
Autora e organizadora de diversas obras voltadas à área educacional, Maria Alice Setubal é também articulista da Folha de S.Paulo.
Integra conselhos curadores da Fundação Padre Anchieta e da Fundação Itaú. Além disso, faz parte do Conselho Consultivo da USP, do Conselho de Administração do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec Educação).
Demais conselhos e comitês
Maria Alice Setubal participa também de conselhos de organizações como LiveLab, Pacto de Promoção pela Equidade Racial, Instituto Identidades do Brasil (IDBR), Fórum Setúbal, Fundação José Luiz Egydio Setubal, conselho consultivo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e do Instituto Unibanco.
Atualmente também é membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da Presidência da República.
Além disso, é conselheira da Plataforma Ancestralidades. Cogerido por Fundação Tide Setubal e Itaú Cultural, o projeto é voltado à promoção de saberes ancestrais e produção intelectual afro-brasileiros.
Ainda, Maria Alice Setubal foi coordenadora de Educação para América Latina e Caribe pelo Unicef, presidente do Grupo de Institutos, Fundações e Empresa (Gife) e comentarista na CNN Brasil.
O território importa
Em entrevista concedida em 2021, Maria Alice Setubal relatou, então, que a centralidade do território na atuação da Fundação foi o ponto de partida para a atuação em São Miguel Paulista. Nesse sentido, isso veio à tona quando ela revisitou os relatos de sua mãe, Tide Setubal (1925-1977), sobre o trabalho desenvolvido à frente do Corpo Municipal de Voluntários (CMV), na zona leste de São Paulo.
Sobre o trabalho realizado por meio do CMV, Tide Setubal fez a seguinte declaração, em 1975: “Eu não tinha o direito, como membro da comunidade, de ser omissa. De ser fria. De ser neutra. De ser indiferente em relação aos problemas humanos.”
Nesse sentido, o trabalho exercido por Tide a inspirou a focar na atuação local. Para isso, era necessário entender o contexto social no território e o modo de atuação das pessoas lá presentes. “O território não é só geográfico ou histórico, mas também sociológico, psicológico, cultural. Entendemos de modo muito mais concreto e profundo, ao longo dos anos, a importância de olhar para esses setores e dimensões do território. Isso traz uma riqueza e uma experiência incrível e muito importante.”
Assim sendo, após 10 anos de atuação, essencialmente no Jardim Lapena, bairro da zona leste de São Paulo, a missão institucional foi mudada. Segundo Maria Alice, ainda assim o território continuaria a ter papel central.
Maria Alice Setubal reforçou esse ponto durante o mesmo diálogo. “Estar na periferia de São Paulo é totalmente diferente de estar no centro ou na periferia da periferia. Esse é o caso do Jardim Lapena – é muito diferente de estar no centro de São Miguel. Quanto mais entendermos e aprofundarmos nesses territórios específicos e diversos, maiores são as possibilidades de o impacto ser mais positivo.”
Confira, então, a íntegra da entrevista no nosso site.
Pela ação social
Em junho de 2024, Maria Alice Setubal lançou a obra Minha Escolha pela Ação Social, da Editora Tinta-da-China Brasil. A obra revisita os caminhos que ela trilhou ao longo de décadas de dedicação à educação, ao fortalecimento da democracia e ao investimento social. O prefácio, de autoria da filósofa e ativista Sueli Carneiro, dá o tom do que o leitor pode esperar. Desse modo, de uma narrativa sincera e inspiradora sobre como o trabalho social pode transformar vidas e comunidades.
Nesse sentido, o livro é um testemunho detalhado da escolha de Maria Alice Setubal de priorizar o trabalho social em vez de seguir carreira empresarial. Assim sendo, essa foi uma decisão nem sempre bem compreendida por muitos ao seu redor. A obra mergulha na história política do Brasil, desde a redemocratização até os debates contemporâneos, oferecendo um roteiro para quem deseja atuar em projetos sociais.
Por fim, Maria Alice Setubal ressaltou o caráter memorial do livro. “Minha Escolha pela Ação Social está cheio de memórias: da minha família, das minhas inspirações e dos momentos decisivos que conduziram a minha vida profissional. Foi muito importante relembrar da minha aproximação com o território e como ela me ajudou a desenvolver uma escuta apurada para colocar a mão na massa com ele, que tanto importa.”
Saiba como foi o lançamento de Minha Escolha pela Ação Social.
Foto: José Cícero / DiCampana Foto Coletivo