Pesquisa indica perfil da Zona Leste de São Paulo
No final de agosto, o jornal Folha de S. Paulo publicou o caderno especial "DNA Paulistano" sobre o extremo leste da cidade. A falta de espaço para lazer foi um dos principais aspectos destacados.
No final de agosto, o jornal Folha de S. Paulo publicou o caderno especial “DNA Paulistano” sobre o extremo leste da cidade. A edição resultou da maior pesquisa já realizada pelo Datafolha no município, com 4.863 moradores dos distritos de Cidade Líder, Cidade Tiradentes, Ermelino Matarazzo, Guaianases, Iguatemi, Itaim Paulista, Itaquera, Jd. Helena, José Bonifácio, Lajeado, Parque do Carmo, São Mateus, São Miguel Paulista, São Rafael, Vila Curuçá e Vila Jacuí.
A falta de espaço para lazer foi um dos principais aspectos destacados pela pesquisa. A nota média dada à região é 3,3. Como a maioria das famílias (32%) tem renda mensal de até dois salários mínimos e 27% dos moradores têm entre 16 e 24 anos, é preciso criatividade para se divertir. Daí as brincadeiras de empinar pipa e o futebol de várzea serem passatempos populares durante o dia.
Shopping center é uma das principais opções de passeio (20%). Apenas 3% vão ao cinema e 1% ao teatro. À noite, a maioria diz ser preciso sair da região, o que nem sempre é possível por questões de transporte.
Para 66% dos entrevistados, a vida está melhor hoje do que há cinco anos, sendo que comércio (16%) e vizinhança (12%) são apontadas como as principais qualidades da região. Os principais problemas, segundo os moradores, são asfaltamento (12%) e trânsito (11%). Os grandes buracos na calçada, o asfalto com falhas e a falta de faixas e de sinalização adequadas para os pedestres fazem com que a circulação pelas ruas da região seja arriscada.
São Miguel Paulista
Em São Miguel Paulista, 14% dos moradores têm ensino superior. Na classificação econômica feita pelo Datafolha, 57% estão na classe C e 32% na B.
Afirmaram acessar a internet diariamente 23% dos entrevistados; 27% lêem jornal e 15% revistas. 30% têm computador com internet e 75% possuem aparelho de celular. Para ir ao trabalho, 34% utilizam ônibus, 15% metrô e 12% carro. 36% vão a pé.
A Folha de S. Paulo procurou os principais candidatos à prefeitura de São Paulo para responder às principais queixas dos moradores da zona leste, com base na pesquisa. Eles falam em atrair empresas para a região, com incentivos fiscais, ampliar o transporte coletivo e concluir o Expresso Tiradentes, para reduzir o tempo de ida e volta ao trabalho. Além disso, prometem criar parques e praças, mais bibliotecas e espaços culturais.
Cada vez mais vista como exemplo de atuação positiva na região, a Fundação Tide Setubal vem mostrando em São Miguel alguns caminhos para essas questões. Espaços como o CDC Tide Setubal e o Galpão de Cultura e Cidadania acolhem a comunidade de São Miguel e distritos vizinhos em atividades culturais e esportivas.
Eventos como o Encontro da Cultura Caipira, Encontro das Artes, Encontro de Hip Hop e a Feira do Livro, já tradicionais, mobilizam pessoas de diversos pontos da cidade em intercâmbios culturais. Em setembro, a Fundação lança o Concurso Produção Literária e Idéias Inovadoras de Incentivo à Leitura.
Incentivo à leitura
Pelo terceiro ano consecutivo, a Fundação Tide Setubal realiza em São Miguel Paulista a Feira do Livro do CDC Tide Setubal, que tem como objetivo oferecer à comunidade local mais contato com a produção literária nacional, tendo em vista o potencial de leitores na região e, ao mesmo tempo, sua dificuldade de acesso.
Um grande evento, de três dias, a Feira do Livro do CDC já virou tradição por levar à zona leste da cidade autores reconhecidos nacionalmente (como Caco Barcellos, Milton Jung, Juca Kfouri e José Roberto Torero) e incentivar a leitura e a produção literária local. Além de espaço para venda e troca de livros, há lançamentos, contação de histórias, oficinas de produção literária e bate-papo com autores. Tudo aberto ao público e gratuito.
O objetivo do concurso, que antecede a Feira, é que os alunos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio da rede estadual de ensino desenvolvam suas habilidades de escrita e leitura e as escolas apresentem projetos para o desenvolvimento de seus espaços de leitura, muitas vezes subutilizados.
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