Analista de comunicação e produtor de conteúdo do site da Fundação Tide Setubal
Programa Jovens Urbanos chega ao Lapenna com parceria institucional da Fundação Tide Setubal
Com duração de seis meses, as atividades têm como objetivo contribuir para a ampliação do repertório sociocultural de jovens com entre 15 e 20 anos
Em maio, chegou a São Miguel Paulista o programa Jovens Urbanos, que tem como objetivo contribuir para a ampliação do repertório sociocultural de jovens de 15 a 20 anos e ajudá-los a concluir o Ensino Médio, ingressar no Ensino Superior e realizar seus projetos de vida. Atualmente, em sua 12ª edição, o programa é uma iniciativa da Fundação Itaú Social com coordenação técnica do CENPEC e parceria institucional com a Fundação Tide Setubal.
Neste ano, o programa desenvolverá atividades em dois distritos da zona leste: Cidade Tiradentes, território onde o programa acontece pelo seu 3º ano, tendo o Instituto Pombas Urbanas como instituição co-gestora; e São Miguel Paulista, com execução das organizações da sociedade civil Jovens do Brasil – em parceria com o espaço Aldeia Satélite – e Projeto Cultural Educacional Novo Pantanal (Procedu). Estas organizações contam com o apoio pedagógico da Fundação Tide Setubal para o treinamento de seus educadores.
As atividades do projeto ainda envolvem parceiros locais e equipamentos públicos localizados nos territórios, nos quais os participantes tem a oportunidade de interagir com os funcionários e aprender mais sobre o funcionamento das instituições e seus papeis. Durante os encontros, também são frequentes explorações realizadas pelos jovens em diversas regiões da cidade.
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“Em conversas entre o Cenpec e a Fundação Tide Setubal, constatamos que era muito importante levar o programa ao Jardim Lapenna, não só para trabalhar com os jovens da região, mas também para fortalecer e articular outras organizações que atual com essa temática no território”, afirma Fernanda Andrade, gestora do Programa Jovens Urbanos no Cenpec.“Muitas vezes temos jovens que moram no mesmo distrito e possuem realidades diversas. Isso exige um olhar atendo dos educadores ao território, e a Fundação Tide Setubal será fundamental nesse aspecto e na articulação do programa junto a moradores, as organizações, a comunidade local e o poder público”.
Para isso, a Fundação Tide Setubal promove a formação continuada dos educadores que participam do programa nesta edição. “A ideia é compartilharmos com eles e com as instituições parceiras do projeto os conhecimentos e saberes que acumulamos ao longo dos nossos dez anos de atuação em São Miguel Paulista”, afirma Viviane Soranso dos Santos, assistente de projetos da Fundação Tide Setubal. “Na primeira atividade formativa, os educadores percorreram o Lapenna – muitos deles pela primeira vez, mesmo morando em São Miguel Paulista”, afirma.
Além de capacitar os profissionais para o uso de metodologias desenvolvidas pela Fundação Tide Setubal, a organização pretende com atividades como estas promover e fortalecer articulações locais que sustentam e ampliam os projetos de formação para juventude.
Protagonismo jovem
Em São Miguel Paulista, o programa conta com 35 jovens divididos em duas turmas, uma no Galpão de Cultura e Cidadania, espaço da Fundação Tide Setubal, e outra na Aldeia Satélite Espaço Cultural. Em encontros que vão até dezembro, o projeto possui três módulos. No primeiro, os participantes abordam questões ligadas ao seu repertório cultural e social, como suas imagens, participação política e a apropriação de diferentes tecnologias.
No segundo módulo, os participantes fazem experimentações em oficinas, entrando em contato com diversas tecnologias, linguagens e estilos profissionais. O objetivo dessas atividades é ampliar seus repertórios tecnológicos, profissionais e engajá-los no processo de realização de um produto.
Já no último módulo, eles desenvolvem seus próprios projetos, que podem ser desde intervenções na comunidade até a criação de ferramentas de comunicação ou de expressão artística. Ao longo do processo, os participantes fazem amizades e contatos profissionais, e são estimulados a continuar seus projetos para além do programa e de seus bairros.
Foi isso o que aconteceu com Mariana Santana em 2011. Na época com 17 anos, ela participou de uma edição do Jovens Urbanos e conta que a experiência foi transformadora. “Eu era muito tímida e me abri, conheci muita coisa, aprendi a fazer pesquisas e entrei em contato com o teatro”, diz. Ao terminar o programa, Mariana decidiu dar continuidade ao seu projeto, um grupo teatral. Hoje, ele acumula prêmios e já conquistou três editais pelo Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais (VAI). Este ano, ela poderá compartilhar essa experiência com os novos integrantes do programa, pois acaba de começar a trabalhar como professora do Jovens Urbanos em São Miguel Paulista.