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Canal Enfrente lança websérie que destaca juventude e territórios no centro do debate político

Por Amauri Eugênio Jr.

 

 

Fazer política vai muito além do que se entende sobre o tema. Está na luta diária para conquistar melhores condições para a comunidade onde vive e da qual faz parte e na pressão contínua sobre o poder público para resolver problemas crônicos e estruturais. Idem na mobilização popular para solucionar essas mesmas questões e mostrar novos caminhos e na busca pelo poder de contar as próprias histórias.

 

Essa força política, que faz parte da essência das diversas juventudes ao redor do Brasil e que pode ser vista muito além dos grandes centros urbanos, deixa uma série de lições e de pontos para reflexão. E a sabedoria extraída dessas múltiplas realidades dá o tom da série Ancestrais do Futuro, recentemente lançada no Enfrente, canal da Fundação Tide Setubal no YouTube.

 

O projeto é composto por cinco episódios, sendo cada um produzido por um coletivo atuante em uma área periférica específica de cada região do Brasil. Esses grupos foram escolhidos em um processo de curadoria conduzido por uma banca que contou com comunicadores com trajetória periférica e membros da Fundação Tide Setubal.

 

Alguns dos critérios usados para a seleção dos coletivos inscritos abrangiam capacidade narrativa, atuação audiovisual, realidades retratadas e influência nos territórios dos quais fazem parte. Desse modo, 25 coletivos foram convocados por meio de carta-convite e cinco coletivos foram selecionados para receber R$ 20 mil cada, cujo valor foi destinado à produção dos episódios e para apoio às suas respectivas estruturas.

 

De acordo com Fernanda Nobre, gerente de Comunicação da Fundação Tide Setubal, o projeto tem como objetivo promover o protagonismo de populações e grupos cujas demandas e histórias são tradicionalmente eclipsadas por narrativas hegemônicas.

 

“A produção da série foi uma oportunidade de conhecermos o olhar e a atuação política de juventudes de diferentes territórios do Brasil. Apesar de pesquisas mostrarem que o ambiente polarizado afasta as juventudes dos debates, principalmente nas redes, parte deles está produzindo e refletindo sobre existência, resistência e mudança, ou seja fazendo política nos territórios periféricos. Os episódios revelam essa forma de atuação potente que olha para o ontem, para o hoje e para o amanhã de forma viva e urgente”, analisa Fernanda.

 

 

Histórias e ângulos em primeira pessoa

 

O grupo selecionado para produzir os episódios de Ancestrais do Futuro e contar as suas respectivas histórias e mobilizações sociais são:

 

 

  1. Coletivos Duca e Apeirom, de Ceilândia-DF;
  2. Rede Wayuri e Instituto Socioambiental (ISA), de São Gabriel da Cachoeira-AM;
  3. Renca – Produções e Interações Culturais, de Belo Horizonte-MG;
  4. TV Comunidades, de São Luís (MA);
  5. Ara Dudu, de Santa Maria (RS).

 

Após o processo de curadoria ao qual os seus respectivos projetos foram submetidos, os membros desses grupos passaram por um processo de acompanhamento e mentoria conduzido por Tony Marlon, educador e comunicador popular; Well Amorim, cineasta e coidealizador do Perifericu (Festival Internacional de Cinema e Cultura da Quebrada); a diretora e roteirista Joyce Prado e o cineasta Jeferson De. Durante o processo, as/os profissionais convidadas/os falaram sobre aspectos diversos relacionados à produção, como o desenvolvimento de roteiros, fotografia, direção e demais pontos do processo criativo.

 

Para Tony Marlon, além de destacar as perspectivas e subjetividades de cada grupo, a produção retrata as histórias das realidades em que os grupos estão inseridos. “A série traz essas subjetividades sendo colocadas como um olhar político sobre as coisas. As pessoas e os coletivos contam as histórias dos seus bairros e colocam uma lente política sobre isso.”

 

Outro ponto a ser destacado sobre Ancestrais do Futuro é o caráter coletivo que organiza e conecta os episódios da série. Não por acaso, os contextos retratados nos curtas-metragens tenham mais de uma liderança: cada realidade apresenta diversos líderes, que trazem o protagonismo para si em momentos específicos, quando os seus talentos e habilidades são necessários.

 

“Isto mostra que essas periferias urbanas e margens de resistência – dos irmãos e irmãs quilombolas e indígenas, que não estão no centro do poder ainda – têm um projeto de país. É isso o que a série apresenta: um projeto de país. Esse projeto de país, historicamente, foi sempre feito pelas mesmas pessoas. O que a série faz é mostrar: ‘Está vendo? Todo o mundo aqui tem um projeto de país. É só vocês prestarem atenção e sacarem quais são as pistas’”, finaliza Tony Marlon.

 

 

É sobre o hoje. É sobre o ontem. É sobre o amanhã

 

A série Ancestrais do Futuro foi lançada em 10 de fevereiro no Enfrente, canal da Fundação Tide Setubal no YouTube, com o episódio Juventude Empírica, produzido pelos coletivos Duca e Apeirom. O segundo episódio, Território, Corpo e Floresta, produzido pela Rede Wayuri e o Instituto Socioambiental (ISA), entrou no ar em 17 de fevereiro.

 

 

 

Fique de olho nas datas de lançamento dos demais curtas-metragens:

 

 

  1. Movimentos Sociais e Garantia de Direitos, da Renca – Produções e Interações Culturais (Belo Horizonte-MG): 24 de fevereiro;
  2. Liberdade, da TV Comunidades (São Luís-MA): 3 de março;
  3. A Comunidade Jovem Daqui!, do Ara Dudu (Santa Maria-RS): 10 de março.

 

Confira a série completa em youtube.com/canalenfrente.

 

 

 

Confira a playlist com os episódios da série “Ancestrais do Futuro”

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