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Ponto de Leitura organiza atividades online para chegar ao público do Jardim Lapena

Por Amauri Eugênio Jr. / Foto: Julia M. Cameron / pexels.com

 

 

Desde 23 de março, após a Covid-19 ter sido classificada como uma pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS), as atividades presenciais do Galpão ZL, núcleo de Prática Local da Fundação Tide Setubal situado no Jardim Lapena, na zona leste de São Paulo, foram suspensas para preservar a integridade física de quem trabalha e de quem o frequenta. Desde então, o espaço só tem sido aberto para a realização de entregas de alimentos e para auxílio no cadastro para programas emergenciais de auxílio à população que vive no território.

 

Ainda que o Galpão ZL não esteja recebendo público enquanto não houver condições de segurança satisfatórias, a equipe do espaço continua a colocar atividades em prática – e precisou recorrer à tecnologia para adaptá-las à realidade atual. Um exemplo disso é o Ponto de Leitura: mesmo que os frequentadores não possam acessar momentaneamente o acervo do espaço, que é composto por mais de 8 mil livros, eles continuarão a ter contato com o mundo literário por meio de contação online de histórias, mediação de leituras e links literários.

 

Além destas atividades em âmbito digital, o Ponto de Leitura está desenvolvendo também outra iniciativa para entreter as crianças que precisarão estar em casa: elas receberão, cada uma, um kit com giz de cera e lápis de cor para poderem se entreter durante a quarentena. Já no caso dos adolescentes que fazem parte do programa Rede, desenvolvido em parceria com a Associação Vaga Lume, deverão passar para o papel o que sentem em relação ao momento atual.

 

“Pedi para eles criarem um diário da quarentena, no qual deverão relatar o que eles estão fazendo no dia a dia e o que está ou não legal. O objetivo é promover diálogo sobre como está sendo para eles o processo de ficar dentro de casa”, explica Malu Gomes, assistente de programas e projetos do Galpão ZL e responsável pelo Ponto de Leitura.

 

Ainda que haja um grupo no WhatsApp para os jovens do programa Rede, no qual eles trocam informações e impressões sobre os diários, nem todos os integrantes têm conexão com a internet em seus lares. E isso requer que alternativas sejam encontradas para incentivá-los ao hábito da leitura, que foram descritas por Malu em 16 de abril. “Hoje, eu ligarei para saber como eles estão e enviarei também livros para as casas deles.”

 

 

Criatividade em meio à quarentena

 

Em meio a livros. É deste modo como os adolescentes Ana Beatriz Mercês Gronga, 14, e Kaique Lima De Souza, 13, que fazem parte do programa Rede, estão passando a quarentena e preencher o tempo enquanto estão em casa para se proteger da pandemia da Covid-19.

 

Os dois, que fazem parte do programa Rede, da Vaga Lume, estão colocando em prática cada um o seu próprio diário da quarentena. Ana Beatriz tem considerado uma experiência positiva: “Está sendo muito bom escrever o diário da quarentena e será ainda melhor quando puderem ver o que a gente tem feito.”

 

Além do diário e da leitura dos livros, a dupla tem escrito também cartas para trocar com a turma da Associação Vaga Lume. Mesmo com o empenho no projeto, eles só poderão enviar o material após haver condições seguras para fazê-lo. “A gente não está conseguindo enviar as cartas para o Amazonas porque, primeiro, a gente precisa entregá-las para Malu – e ela precisa entregá-las nos Correios, mas não pode sair com a quarentena. Então, a gente vai demorar um pouco para entregá-las”, pontua Kaique.

 

Além da leitura de obras como livros da Turma da Mônica Jovem, Eu Estive Aqui, de Gayle Forman – que, de acordo com Ana Beatriz, “mostra que não se deve desistir da vida e que tem de lutar pelo resto da vida por todas as coisas que são importantes” -, e A Árvore Generosa, os dois fazem planos para a vida pós-coronavírus. “Quero retomar as minhas atividades rotineiras, rever os meus amigos, voltar a frequentar o Ponto, voltar a passear – gosto muito de passear – e voltar às minhas atividades comuns”, descreve Bia.

 

E Kaique? “Estava pensando no que farei quando acabar a quarentena. Quero voltar para a escola, para o grupo de dança e rever os meus amigos”, finaliza. Assim, ele e Ana Beatriz escrevem, cada um, mais um capítulo de suas vidas.

 

 

Aperte o play que lá vem a história

 

Além das atividades das quais participam os adolescentes do programa Rede, o Ponto de Leitura está colocando em prática uma iniciativa para entreter as crianças do Jardim Lapena durante o período de quarentena: trata-se da produção de vídeos com contações de histórias. O projeto, que é desenvolvido pela contadora de histórias e narradora de livros Cleide Santos, estará em breve disponível para a garotada do território.

 

O trabalho de Cleide retrata obras clássicas de escritores como Monteiro Lobato, Ruth Rocha, La Fontaine, Hans Christian Andersen e Charles Perrault. O processo de criação nos dias atuais tem sido feito por meio de estudo sobre o livro em questão para, aí sim, gravar os vídeos que estarão disponibilizados para a garotada.

 

“Cada contador tem um jeito próprio de passar a história e, da forma como trabalho, mostro um pouco das histórias. Acredito que isso desperta a curiosidade da criança em pegar um livro, pois coloco bastante emoção e consigo colocá-la dentro da história, independentemente de narrar pessoalmente ou em vídeo”, destaca Santos.

 

 

Saiba mais

 

As atividades do Ponto de Leitura e os vídeos de contação de histórias de Cleide Santos poderão ser conferidos nos grupos do Galpão ZL no Facebook e no WhatsApp. O trabalho de Cleide Santos, por sua vez, está também disponível na página Historinha Era Uma Vez, também no Facebook.

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