Letramento racial
O letramento racial relaciona-se com a necessidade de desconstrução de premissas de raciocínio e ação historicamente normalizadas. Ou seja: trata-se de um convite à reflexão e à busca pelo conhecimento em âmbito histórico para compreender a construção e a manutenção do ethos racista em âmbitos político e histórico. E a mesma lógica vale também as trajetórias dos diferentes povos que constituíram a estrutura e as identidades que compõem a sociedade brasileira.
De acordo com Neide Almeida, socióloga, mestre em Linguística Aplicada ao Ensino de Línguas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), pesquisadora, docente e consultora na área de leitura e literatura, a partir da lógica do letramento racial, “o racismo pode (e precisa) ser desconstruído, combatido”. Ainda, de acordo com a abordagem proposta, isso “implica necessariamente lutar para que todos sejam efetivamente reconhecidos como cidadãos e que tenham de fato seus direitos garantidos”.
Desse modo, algumas estratégias são fundamentais para o letramento racial ser de fato efetivo. A saber, algumas delas consistem em questionar as estruturas de poder e os perfis de pessoas que ocupam, assim como ponderar sobre a importância de políticas afirmativas. Além disso, deve-se adotar práticas que tenham sido estruturadas com base em reflexões e ações que dialoguem com as etapas anteriores.
Outro aspecto consiste, então, que o senso comum alicerçado no racismo coloque a branquitude como o padrão “natural”. Com base nisso, de acordo com Neide Almeida, “esse é um dos motivos pelos quais as ações afirmativas são tão importantes para transformar nossa sociedade. Reafirmar a negritude, reivindicar respeito às nossas heranças africanas é atuar na transformação das relações raciais”.
Por fim, confira na íntegra o artigo da socióloga e mestre em Linguística Aplicada ao Ensino de Línguas pela PUC-SP sobre letramento racial.