Urbanismo social
Quando se fala em urbanismo social, logo vem à mente a integração entre qualidade de vida da população e intervenções urbanísticas que considerem, simultaneamente, as suas demandas e aspectos estruturais.
De acordo com o Guia de Urbanismo Social, do Laboratório Arq. Futuro de Cidades, do Insper, o urbanismo social “opera uma transformação integral no território, promove a qualificação e a geração rápida de espaços públicos e a construção de equipamentos públicos-âncora que, juntos e integrados à rede de mobilidade urbana, se transformam rapidamente em lugares públicos qualificados para a vida comunitária ocorrer.”
Nesse sentido, ao contemplar a urbanização de espaços públicos livres, a participação popular e a articulação de políticas públicas, em especial municipais, o urbanismo social visa ser um vetor para melhorias de territórios com vulnerabilidades em segmentos diversos.
Um exemplo emblemático quando se fala em urbanismo social é a transformação territorial e social que ocorreu em Medellín (COL). O projeto que repaginou a cidade contemplou, simultaneamente, intervenções estruturais que contemplassem aspectos para melhorar a acessibilidade e demais indicadores de desenvolvimento urbano. Idem a integração com prédios públicos, como escolas, bibliotecas e equipamentos de saúde, com o itinerário da população.
Uma das ações que a Fundação Tide Setubal implementou no Jardim Lapena, bairro da zona leste de São Paulo, consiste no projeto Lupa na Cidade. A iniciativa consiste na integração de nove teorias de mudança temáticas em uma só, ao evidenciar relações e o caráter interdisciplinar existentes entre diferentes temas. Alguns desses tópicos são infraestrutura, emprego, renda e educação.
Ao integrar o projeto Lupa na Cidade com o conceito de urbanismo social, Fabiana Tock, coordenadora do Programa Cidades e Desenvolvimento Urbano da Fundação Tide Setubal, destaca o trabalho desenvolvido com esse propósito no território. “O Lapena é, para nós, um caso de desenvolvimento local. Temos buscado que esse território seja, em 2030, uma referência dos princípios de urbanismo social na linha da participação, integração de serviços, intervenção urbana, governança e monitoramento.”