Ação Família renova público atendido pelo programa por meio de parcerias
Programa multiplicou experiência em escolas públicas e organizações da região
O ano de 2011 marcou um novo ciclo na história do Ação Família, mantido pela Fundação Tide Setubal, em São Miguel Paulista. Pela primeira vez, o programa aplicou e testou sua metodologia fora das dependências do Clube da Comunidade, situado no Jardim São Vicente, e do Galpão de Cultura e Cidadania, no Jardim Lapenna. Além desses dois tradicionais núcleos — cada um com dois grupos —, as atividades ocorreram em outros locais, incluindo quatro escolas públicas (CEU Três Pontes, Armando Righetti, Pedro Moreira e Chico Falcone) e uma ONG (Procedu). No total, 170 famílias dos distritos de São Miguel Paulista e Itaim Paulista foram beneficiadas pelo programa, renovando seu público atendido.
“Observamos que em muitas comunidades em situação de vulnerabilidade social não havia um programa de apoio às famílias”, conta Lúcia Amadeo, coordenadora do Ação Família. “Por meio dos parceiros que abriram suas portas e mobilizaram participantes, ampliamos o alcance de nossas atividades, podendo atuar pelo fortalecimento de nosso público-alvo.” Para contribuir com a melhoria da qualidade de vida das famílias, a iniciativa oferece reuniões socioeducativas quinzenalmente. Há dinâmicas interativas, rodas de conversas e vídeos, nos quais são abordados temas como educação, saúde, habitação e relações intrafamiliares.
Segundo Lúcia, a proposta é levar informação, formação e estimular a reflexão dos participantes — a grande maioria do sexo feminino —, com o intuito de que haja mais diálogo nas famílias, de maneira que se tornem protagonistas de mudanças de sua realidade. Para Roseleine Marques dos Santos, participante do grupo da escola pública Armando Righetti, mãe de dez filhos, o programa representou uma oportunidade para interagir com outras mulheres. “Antes ficava só em casa, cuidando dos afazeres domésticos e dos filhos. Aqui, fiz novas amizades e aprendi muito. Gostei bastante do tema sexualidade. Tudo isso melhora as nossas relações”, relata.
Resultados e planos
Nos primeiras semanas de novembro, cada um dos nove grupos do Ação Família realizou um encerramento das atividades de 2011, refletindo sobre o caminho percorrido. Nos relatos dos participantes, as conquistas foram: novos conhecimentos, mais diálogo na família e ampliação da rede de amizade. Todos receberam certificado e um scrapbook para registro de sua trajetória no grupo. Por fim, ocorreu uma confraternização.
Vera Lúcia de Oliveira, coordenadora pedagógica do ensino fundamental do CEU Três Pontes, esteve presente na comemoração da turma de mães da escola. “Agradeço ao programa pelo trabalho. Ele veio atender uma demanda antiga de nossa escola: dar suporte às famílias, para que, uma vez fortalecidas, participem mais da educação dos filhos”, ressaltou.
Para o próximo ano, a intenção do Ação Família é manter o atendimento aos beneficiados atuais, estipulando metas para se conquistar ao longo de 2012. As reuniões serão organizadas a partir de um mapeamento sobre o perfil das famílias e suas demandas. “Nos últimos meses, realizamos visitas domiciliares e aplicamos um questionário para identificar quais as maiores vulnerabilidades. Após a tabulação desses dados, direcionaremos nossas ações para os pontos mais frágeis”, relata Lúcia.
A seguir, depoimentos de participantes do projeto em 2011.
“Antes era mais tímida, agora já estou mais falante. Fiz amizades e passei a respeitar o modo de vida das outras pessoas. O programa abriu minha mente. Discutimos sobre diferentes temas, mas o preferido foi e violência doméstica.”
Claudia Vieira dos Santos Campos, do grupo CEU Três Pontes
“Gostei muito das reuniões. Aprendi sobre drogas e sexualidade. Hoje, converso mais com meu filho e meu marido. Pretendo continuar firme nos encontros em 2012”.
Maria de Jesus da Silva, do grupo CEU Três Pontes
“No grupo, tratamos de assuntos do dia a dia, e de dúvidas que não temos com quem conversar. É um programa maravilhoso: permite a integração entre os participantes e novos conhecimentos. Também passei a pensar mais sobre os problemas da minha comunidade. Temos de lutar por um posto de saúde, por educação de qualidade, entre outras demandas locais.”
Lucimar Bispo, do grupo da escola Armando Righetti
“Não conversava com meu filho sobre drogas e sexualidade. Já estou mais à vontade para falar desses temas com ele. Outro ponto positivo é a parceria com a Odontoprev. Consegui tratar sem custos os dentes do meu menino.”
Ziuzete Jesus de Oliveira, do grupo da escola Armando Righetti
“Após o programa, a convivência com meu marido e filho mudou bastante. Quero que outras famílias tenham esse resultado. Vou chamar mais mães para participar no próximo ano. Também já levei algumas dinâmicas do grupo para o meu trabalho na Fundação Casa.”
Miriam Silva Barbosa, do grupo da escola Armando Righetti