Fórum de Cultura de São Miguel propõe incentivos à produção cultural no bairro, Vila Jacuí e Jd. Helena
Primeiras reuniões apontam a necessidade de estímulo cultural aos artistas e a seus projetos e originam documento já enviado ao secretário municipal de Cultura
“A cultura vai além da arte e da organização dos eventos na comunidade. Ela é o principal alicerce para que as outras áreas, tais como saúde, segurança e educação, também evoluam. Trata-se de um conjunto, porque, sem a formação cultural consolidada, não há interação entre as pessoas para a convivência social”. Assim Inácio Pereira dos Santos Neto, coordenador do Núcleo ArteCulturAção da Fundação Tide Setubal, definiu a importância do Fórum de Cultura de São Miguel, que teve suas primeiras reuniões entre março e abril deste ano e prossegue em andamento. A convite da Subprefeitura, a Fundação convocou seus vários parceiros da área da cultura a participaram desse amplo diálogo.
Estiveram nos encontros, na Subprefeitura de São Miguel e no CDC Tide Setubal, dezenas de artistas, organizações sociais e culturais e coletivos da região e representantes da Supervisão de Cultura da Subprefeitura de São Miguel e da Fundação. Os debates levantaram a importância de ações de incentivo à produção cultural em São Miguel, Vila Jacuí e Jd. Helena. Entre as solicitações constam a implantação de um Centro de Formação Cultural em São Miguel, a ampliação do percentual do orçamento público destinado à cultura e a criação de uma agência regional de desenvolvimento sustentável, focada em apoiar e promover a qualificação de artistas na elaboração de seus projetos. As reivindicações foram compiladas num documento, já entregue ao atual secretário municipal de Cultura de São Paulo, Juca Ferreira, presente em uma das reuniões.
“O mais positivo desse fórum é a união dos grupos e o diálogo com o poder público. Há muito tempo já agíamos individualmente, cada um num canto. Vamos cobrar respostas no próximo semestre e no ano que vem, e a iniciativa tem tudo para dar certo, se os grupos continuarem firmes e juntos no propósito”, analisou Manolo Silva Sauro, integrante do Coletivo Arte e Cultura na Kebrada, do Jd. Maia, que trabalha com grafitagem, literatura, teatro, música e dança. “Esperamos agora que esses desafios e propostas, feitos num trabalho conjunto, contribuam para a construção de um projeto permanente de políticas públicas de cultura para nossa região e nossa cidade”, avaliou o músico Zulu de Arrebatá, de São Miguel.
Para o coordenador da Fundação Tide Setubal, “é fundamental que todos tenham acesso à cultura nos bairros, e esse fórum nasceu para motivar o diálogo entre os atores dessas regiões e o poder público, de forma que sejam garantidos mais investimentos e pontos de cultura”. Ele relata ainda que os recursos solicitados podem fomentar a economia local, solidária e criativa, gerando trabalho para os moradores e mais renda local. “Uma coisa leva à outra: um incentivo à dança, por exemplo, faz com que os envolvidos estudem o projeto, o espaço para a implantação e as melhores formas de começar o trabalho. Isso articula todas as áreas essenciais ao convívio social: educação, segurança, cultura”, finaliza.