Circuito Literário nas Periferias (CLIPE) e a construção da Festa Literária de Parelheiros (FELIPA)
por Livia Andrade Os espaços territoriais mais distantes dos grandes centros produzem atividades organizadas por moradores da própria região, valorizando os saberes e o patrimônio material e imaterial que nasce nos diferentes pontos da cidade. Essa produção parte da iniciativa de ampliar o acesso a recursos básicos de qualidade como educação, lazer e cultura […]
por Livia Andrade
Os espaços territoriais mais distantes dos grandes centros produzem atividades organizadas por moradores da própria região, valorizando os saberes e o patrimônio material e imaterial que nasce nos diferentes pontos da cidade. Essa produção parte da iniciativa de ampliar o acesso a recursos básicos de qualidade como educação, lazer e cultura a que todos os cidadãos têm direito. Em 2019, a Fundação Tide Setubal tem contribuído para fortalecer a primeira Festa Literária de Parelheiros (FELIPA).
O evento tem previsão para ocorrer em junho e é idealizado por Bruno Souza Araújo, gestor da biblioteca comunitária “Caminhos da Leitura”. Bruno conta que “o primeiro passo é trazer os moradores da região para dentro do evento e construirmos o FELIPA de forma colaborativa”. Para isso, cinco escolas da região foram selecionadas e elas devem escolher autores ou obras literárias para desenvolverem conteúdos com os alunos até o mês da festa. A ideia é que as instituições de ensino apresentem os resultados finais em formato de sarau ou slam (batalhas de versos)”.
Bruno ressalta ainda que quem for até o FELIPA verá um evento com a identidade dos moradores e terá o protagonismo de quem mora no entorno, pois o intuito “é jogar holofotes nessas pessoas com contação de histórias em primeira pessoa e, também, oferecer um ambiente para acesso a livros de qualidade”.
Valorizar e apoiar
Segundo Marcio Black, especialista em cultura da Fundação Tide Setubal, o principal ponto de conexão para o apoio e fortalecimento a produção da FELIPA foi a baixa oferta de ferramentas culturais na região, em oposição a grande demanda de ações que a população necessita. “O território ocupado por Paralheiros é grande e o trabalho realizado pelo Bruno já é uma ação já consistente. Nossa proposta é ampliar o alcance de pessoas impactadas pela transformação social promovida pelos Caminhos da Literatura. Assim, eles podem visar um futuro com realizações da biblioteca por mais tempo”.
A Festa Literária de Paralheiros fará, então, parte do Circuito Literário nas Periferias (CLIPE). Criada em 2018, a inciativa dá visibilidade para autores, agentes culturais, instituições e coletivos da periferia. A realização do circuito está conectado aos objetivos da fundação de fortalecer os territórios e enfrentar as desigualdades sociais. No ano passado, cinco regiões da cidade receberam ações do CLIPE (Noroeste, Norte, Sul, Leste e Centro), como encontros literários, feiras, apresentações de grupos de sarau e seminários.