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Como a educação midiática pode ser uma ferramenta em favor da democracia?

Comunicação

16 de fevereiro de 2024
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“A educação midiática é uma forma de você chegar na educação para a democracia.” É deste modo como Patrícia Blanco, presidente executiva do Instituto Palavra Aberta, fala sobre a relação da educação midiática com princípios básicos inerentes à organização democrática na sociedade.

 

Essa lógica tem relação intrínseca com a Constituição Federal de 1988. Segundo o seu artigo 5°, todas as pessoas “são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. Ainda, segundo o inciso IV do mesmo artigo, “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”.

 

Nesse contexto, ao consistir em um “conjunto de habilidades para acessar, analisar, criar e participar de maneira crítica do ambiente informacional e midiático em todos os seus formatos”, a educação midiática pode apresentar ferramentas para fomentar a construção de um ambiente social plenamente democrático e no qual ideias divergentes possam coexistir em âmbito civilizatório e humanitário.

 

Assim sendo, a educação midiática apresenta também ferramentas que podem ajudar a coibir a lógica da calcificação política. De acordo com o livro Biografia do Abismo, de Felipe Nunes e Thomas Traumann, esse conceito, que foi formulado nos EUA após as eleições de 2020, explica o fenômeno segundo o qual “as opiniões políticas passaram por um processo de engessamento e se transformaram em parte da identidade de cada eleitor”.

 

Tripé da educação midiática

Desse modo, estratégias multidisciplinares são necessárias para fugir da calcificação e, consequentemente, fortalecer o tecido democrático – o que contempla a educação midiática. De acordo com Patrícia Blanco, é necessário “entender e saber qual é o meu papel, enquanto cidadão, nesse ambiente no qual tenho o direito de falar, mas também tenho o dever de ouvir.” Assim sendo, a educação midiática apresenta três eixos fundamentais:

 

 

  1. Ler: esse eixo contempla a capacidade de ler criticamente uma determinada informação. Idem identificar o propósito e o objetivo que motivou a sua veiculação. “O que aquela informação quer de mim: que eu tenha reação rápida e a analise, ou quer que me desperte ódio, raiva, indignação, surpresa? Quem falou isso? Há todo esse questionamento em relação à leitura crítica da informação”, reforça Blanco;
  2. Escrever: esse eixo contempla a produção de conteúdo propriamente dita. A democratização do acesso a ferramentas de criação de conteúdo possibilitou também o processo de disseminação de conteúdo em larga escala. Desse modo, segundo os conceitos de educação midiática, disponibiliza-se o acesso a ferramentas para que se impulsione as potencialidades desse novo ambiente informacional e proporcionar espaço e protagonismo a públicos anteriormente silenciados e que não participavam do debate público;
  3. Participar: à medida em que é possível ler e produzir criticamente uma informação, segundo Patrícia Blanco, a pessoa participa “de forma ética e responsável. Ela não dissemina discurso de ódio ou repassa desinformação. Ela sabe de sua responsabilidade enquanto cidadã nesse universo, sabendo valorizar o direito fundamental da liberdade de expressão e, com isso, exerce melhor a cidadania.”

 

Confira estes e demais aspectos sobre educação midiática no Guia da Educação Midiática, do Educamídia.

 

Saiba mais

+ Entrevista com Patrícia Blanco

 

+ Por que precisamos falar sobre regulação das big techs?

 

+ Como o trabalho de influenciadores pode dialogar com a comunicação de causas?


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