Analista de comunicação e produtor de conteúdo do site da Fundação Tide Setubal
Constituir e restituir subjetividades e saberes afro-brasileiros
Série Ancestralidades, produzida pelo Arte1 e derivada do projeto da Fundação Tide Setubal e Itaú Cultural, mostra saberes afro-brasileiros.
Reunir e difundir conteúdos derivados de processos investigativos para evidenciar as criações dos diversos Brasis baseados em saberes, histórias e culturas da população negra. Esta descrição destaca o objetivo da Plataforma Ancestralidades, espaço desenvolvido pela Fundação Tide Setubal e pelo Itaú Cultural destinado ao debate e à reflexão sobre tais temas. Esta afirmação é também uma das forças condutoras da série Ancestralidades, produzida pelo canal Arte1. Desse modo, a premissa reforça os valores e a razão de ser da plataforma homônima.
A produção estreia em 2 de março no mesmo canal. Assim sendo, ela tem como ponto de partida a investigação, em diferentes manifestações e expressões artísticas, sobre como a população negra se mobiliza em busca de sua libertação e emancipação.
Este processo considera também a relação com as artes e o fazer artístico como forma de tradução de conhecimentos e estratégias de permanência, resistência, existência, constituição e restituição de subjetividade.
Sobre filmagens, saberes e raízes
A série tem seis episódios e retrata, por meio de entrevistas realizadas com artistas, pensadoras/es e referências em diversos locais no Brasil quando o assunto é ancestralidade afro-brasileira.
Algumas das pessoas ouvidas para os programas foram a escritora Ana Maria Gonçalves, autora do best-seller Um Defeito de Cor, e o músico, filósofo e professor Tiganá Santana. Nesse sentido, ambos integram o conselho da Plataforma Ancestralidades ao lado da filósofa, escritora e ativista antirracista Sueli Carneiro.
Ainda, os episódios têm presenças da poeta e ensaísta Leda Maria Martins, autora de Performances do Tempo Espiralar, assim como do músico e multiartista Edgar. Em seguida, os episódios têm participações também das artistas urbanas Silvana Mendes e Tassila Custodes, do renomado cineasta Joel Zito Araújo, e de muitas outras referências das artes e da intelectualidade afro-brasileiras.
Vale dizer que as locações têm também papel de destaque na série. Por exemplo, isso ocorre por meio de imagens que reforçam o aspecto poético e ancestral dos episódios. Além disso, trata-se também de um ponto de encontro entre entrevistadas/os e a equipe de produção. Um dos casos é o da Comunidade dos Arturos, quilombo situado em Contagem, cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG).
A ancestralidade na vida
De acordo com Joyce Prado Almeida, diretora e roteirista da série, pode-se identificar a ancestralidade nas falas das pessoas entrevistadas. Por exemplo, isso vale também para as múltiplas expressões das intelectualidades e produções filosóficas e estéticas.
“A série Ancestralidades buscou manter a particularidade de cada artista e entrevistada/o a ponto de contemplar também a subjetividade da relação com o expressar artístico da condução da entrevista. Nesse sentido, contempla também as imagens que as acompanham”, pontua Joyce.
Outro ponto levantado pela diretora e roteirista, que funciona como fio condutor dos episódios, diz respeito à relação de cada entrevistada/o com a ancestralidade. Desse modo, mostra como essa dinâmica é materializada na produção artística de cada um/a.
“Existe um ponto de encontro, que contempla a presença e a maneira como há, entre elas e suas diferentes linguagens e estéticas. Logo, tragta-se de consciência fundamentada sobre a presença da ancestralidade. Essa presença é energética e força motriz, move mudanças, perspectivas, debates, reflexões teóricas e vislumbres de outras formas de relações e de comunicação”, completa Joyce Prado Almeida.
+ LEIA A ENTREVISTA COM A CINEASTA JOYCE PRADO, ROTEIRISTA E DIRETORA DA SÉRIE ANCESTRALIDADES
Para sintonizar as ancestralidades
A série Ancestralidades estreia no canal Arte1 em 2 de março, às 22h30. Os lançamentos dos episódios ocorrem sempre às quintas-feiras, no mesmo horário, até 6 de abril.
Os programas serão reprisados às sextas-feiras (17h30), sábados, (8h30) e às terças-feiras (11h30 e 21h30).
O Arte1 pode ser sintonizado nas seguintes operadoras de TV por assinatura: Sky (Canal 81), NET (Canal 553), Oi TV (Canal 31), Claro (Canal 553), GVT (Canal 84) e Vivo (Canal 102 – cabo / 555 – satélite).
Confira também no streaming: a série estará acessível na plataforma Arte1 Play e no site Looke.
Fique também por dentro dos saberes e da intelectualidade afro-brasileira em ancestralidades.org.br. Assine também a newsletter mensal da Plataforma Ancestralidades.
Texto: Amauri Eugênio Jr.