Constituir e restituir subjetividades e saberes afro-brasileiros

Ancestralidades, série do canal Arte1 que mergulha nos saberes ancestrais evidenciados na plataforma homônima de Fundação Tide Setubal e Itaú Cultural, estreia em 2 de março

 

Por Amauri Eugênio Jr.

 

 

Reunir e difundir conteúdos derivados de processos investigativos para evidenciar as criações dos diversos Brasis baseados em saberes, histórias e culturas da população negra. Esta descrição destaca o objetivo da Plataforma Ancestralidades, espaço desenvolvido pela Fundação Tide Setubal e pelo Itaú Cultural destinado ao debate e à reflexão sobre tais temas.

 

Esta afirmação é também uma das forças condutoras da série Ancestralidades, produzida pelo canal Arte1, que reforça os valores e a razão de ser da plataforma homônima. A produção, que estreia em 2 de março no mesmo canal, tem como ponto de partida a investigação, em diferentes manifestações e expressões artísticas, sobre como a população negra se mobiliza em busca de sua libertação e emancipação.

 

Este processo considera também a relação com as artes e o fazer artístico como forma de tradução de conhecimentos e estratégias de permanência, resistência, existência, constituição e restituição de subjetividade.

 

 

Sobre filmagens, saberes e raízes

 

A série é composta por seis episódios e retrata, por meio de entrevistas realizadas com artistas, pensadoras/es e referências em diversos locais no Brasil quando o assunto é ancestralidade afro-brasileira.

 

Algumas das pessoas ouvidas para os programas foram a escritora Ana Maria Gonçalves, autora do best-seller Um Defeito de Cor, e o músico, filósofo e professor Tiganá Santana – ambos integram o conselho da Plataforma Ancestralidades ao lado da filósofa, escritora e ativista antirracista Sueli Carneiro.

 

Ainda, os episódios têm presenças da poeta e ensaísta Leda Maria Martins, autora de obras como Performances do Tempo Espiralar, lançada em 2021, do músico e artista plástico Edgar, das artistas urbanas Silvana Mendes e Tassila Custodes, do renomado cineasta Joel Zito Araújo, e de muitas outras referências das artes e da intelectualidade afro-brasileiras.

 

Vale dizer que as locações têm também papel de destaque na série, seja por meio de imagens que reforçam o aspecto poético e ancestral dos episódios, ou como ponto de encontro entre entrevistadas/os e a equipe de produção. Um dos casos é o da Comunidade dos Arturos, quilombo situado em Contagem, cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG).

 

De acordo com Joyce Prado Almeida, diretora e roteirista da série, a ancestralidade pode ser encontrada por meio das falas das pessoas entrevistadas, assim como as múltiplas expressões das intelectualidades e produções filosóficas e estéticas.

 

“A série Ancestralidades buscou manter a particularidade de cada artista e entrevistada/o a ponto de contemplar também a subjetividade da relação com o expressar artístico da condução da entrevista, assim como das imagens que as acompanham”, pontua Joyce.

 

Outro ponto levantado pela diretora e roteirista da série, que funciona também como um fio condutor dos episódios, diz respeito à relação que cada pessoa ouvida tem com a ancestralidade e como essa dinâmica é materializada na produção artística de cada um/a.

 

“Existe um ponto de encontro, que contempla a presença e a maneira como há, entre elas e suas diferentes linguagens e estéticas, consciência fundamentada sobre a presença da ancestralidade. Essa presença é energética e força motriz, move mudanças, perspectivas, debates, reflexões teóricas e vislumbres de outras formas de relações e de comunicação”, completa Joyce Prado Almeida.

 

 

LEIA A ENTREVISTA COM A CINEASTA JOYCE PRADO, ROTEIRISTA E DIRETORA DA SÉRIE ANCESTRALIDADES

 

 

Para sintonizar as ancestralidades

 

A série Ancestralidades estreia no canal Arte1 em 2 de março, às 22h30, e todos os episódios serão lançados sempre às quintas-feiras, no mesmo horário, até 6 de abril.

 

Os programas serão reprisados às sextas-feiras (17h30), sábados, (8h30) e às terças-feiras (11h30 e 21h30).

 

O Arte1 pode ser sintonizado nas seguintes operadoras de TV por assinatura: Sky (Canal 81), NET (Canal 553), Oi TV (Canal 31), Claro (Canal 553), GVT (Canal 84) e Vivo (Canal 102 – cabo / 555 – satélite).

 

Confira também no streaming: a série estará acessível na plataforma Arte1 Play e no site Looke.

 

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