Analista de comunicação e produtor de conteúdo do site da Fundação Tide Setubal
Diversidade, inclusão e equidade de dentro para fora
Por Amauri Eugênio Jr. Falar que a diversidade tem papel central no trabalho desenvolvido pela Fundação Tide Setubal no enfrentamento das desigualdades socioespaciais vai muito além de um mote. Basta dizer que se trata de um dos valores que norteiam a existência da Fundação,ao lado da democracia, da equidade e da colaboração. […]
Por Amauri Eugênio Jr.
Falar que a diversidade tem papel central no trabalho desenvolvido pela Fundação Tide Setubal no enfrentamento das desigualdades socioespaciais vai muito além de um mote. Basta dizer que se trata de um dos valores que norteiam a existência da Fundação,ao lado da democracia, da equidade e da colaboração.
O compromisso com a valorização da diversidade é refletido na composição da equipe em perspectivas diversas – dentro desse cenário, a paridade racial e de gênero tem papel de extrema importância. Tal premissa fundamenta a criação do Comitê de Diversidade e Inclusão e os perfis das/os profissionais que o compõem.
Criado em 2020, o Comitê é composto por seis pessoas colaboradoras de diferentes áreas, assim como de níveis hierárquicos diversos. Ainda em seu primeiro ano de atuação, o núcleo desenvolveu a Política de Diversidade e Inclusão, que tem ajudado a nortear a elaboração de projetos e a estruturação interna da própria Fundação, além de influenciar a atuação de institutos e organizações do terceiro setor com as quais houve trocas de experiências.
De acordo com a equipe do Comitê de Diversidade e Inclusão, é necessário considerar que o processo de transformação nas organizações para que a diversidade e a inclusão sejam valorizadas passa pela autoanálise. Além disso, a partir dessa dinâmica é possível identificar quais são os pontos positivos e as lacunas existentes para dar início a um processo gradual e constante de ajustes para colocar ambos os tópicos em papel de destaque na estrutura organizacional.
Diálogos para sensibilização
Além do desenvolvimento da sua própria Política de Diversidade e Inclusão, o Comitê tem realizado diálogos com organizações do terceiro setor e do campo do Investimento Social Privado (ISP) sobre o seu trabalho e as estratégias usadas para estruturar equipe e aspectos organizacionais diversos e pautados pela pluralidade. Tais encontros têm como objetivo promover trocas de experiências e sensibilizar as/os gestoras/es de tais institutos, fundações e negócios de impacto social sobre a centralidade da diversidade e da inclusão nesse cenário.
O núcleo tem realizado atividades formativas para reforçar a conscientização de sua equipe sobre os temas abordados na Política de Diversidade e Inclusão. Algumas das atividades contemplaram conceitos relacionados à população LGBTQIAP+, equidade de gêneros com foco no debate sobre masculinidades, equidade racial a partir da perspectiva da branquitude e sobre pessoas com deficiência – essas mesmas ações serão realizados com organizações parceiras e prestadoras/es de serviço para a Fundação, em áreas diversas, para sensibilizá-las/os sobre a importância de tais assuntos.
Outro ponto mencionado pela equipe do Comitê de Diversidade e Inclusão é o entendimento de que as dimensões relacionadas a raça, gênero e território têm papel central no enfrentamento dos diversos formatos existentes de desigualdades. Por esse motivo, a realização de formações sobre as múltiplas dimensões desses tópicos tem papel central para que sejam identificadas lacunas e oportunidades de crescimento para o trabalho realizado ser continuamente eficaz e certeiro.
Acolher para evoluir
Dentro do trabalho realizado pelo Comitê de Diversidade e Inclusão, um ponto de destaque consiste na criação do Canal de Acolhimento para funcionar como um espaço de proteção de direitos e encaminhamentos para resolução de episódios de preconceito e discriminação envolvendo a equipe da Fundação Tide Setubal.
O canal, que lançado em novembro, é composto por três pessoas e visa contribuir para o desenho de estratégias voltadas ao combate às modalidades diversas de discriminação.
De acordo com Laís Guizelini, analista de Programas e Projetos da Fundação Tide Setubal e integrante do Canal de Acolhimento, as diretrizes desenvolvidas pelo Comitê de Diversidade e Inclusão tiveram, assim como a Política de Diversidade e Inclusão, papel definitivo para a construção do espaço, inclusive ao levar em consideração que, por se tratar de um processo constante de evolução, o aprimoramento do canal ocorrerá também por meio de avaliações sobre o seu funcionamento.
“Durante todo processo busquei enfatizar a dimensão do acolhimento, da escuta e a importância da construção coletiva do canal, mas sem deixar de lado um protocolo que atenda com eficiência as demandas que serão recebidas. Pensar o lado preventivo que se dará por meio das formações também é algo que me deixa bastante animada”, comenta Laís.
Thiago Marcell Cassimiro, assistente de Programas e Projetos da Fundação Tide Setubal e integrante do canal, considera que o seu ingresso no projeto proporcionou emoções mistas – transitando entre felicidade e preocupação com o desenvolvimento do canal para torná-lo apto a solucionar as demandas que podem surgir.
“Isto me fez focar ainda mais na produção para torná-lo um local seguro, acolhedor e solucionador de problemas. Contribuir com algo que contribuirá para os ambientes de trabalho da Fundação serem espaços mais acolhedores, seguros, mais saudáveis e atentos ao respeito à diversidade é incrível. Quando a construção é coletiva, facilita o percurso para alcançar os objetivos”, detalha Thiago.
O Canal de Acolhimento conta também com Luanda Pires, CEO da P2 InterDiversidade, empresa especializada em cultura inclusiva. Luanda considera que o processo de construção do espaço tornou nítida a preocupação da equipe em humanizar o processo de acolhimento e resolução dos conflitos, pensando também de forma preventiva, por meio do desenvolvimento de formações periódicas para toda a equipe.
Além disso, a CEO da P2InterDiversidade considera que a saúde em âmbitos físico e mental e a segurança são fundamentais dentro das relações de trabalho e precisam ser garantidas pelos empregadores. “A adoção de medidas de prevenção/combate à discriminação e ao assédio e a implementação de canais seguros de acolhimento e denúncia têm o objetivo de resguardar os ambientes de trabalho. Por isso, devem constar dentre os objetivos de todas as organizações que primam por uma cultura verdadeiramente inclusiva e saudável. Ou seja, é um portal que garante não apenas a inclusão da diversidade dentro da organização, mas a sua permanência.”
Para acolher e incluir
Organização e institutos interessados em implementar ações voltadas à diversidade e à inclusão poderão entrar em contato por meio do e-mail contato@ftas.org.br.