Fundação Tide Setubal
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Festival engaja parceiros na programação e faz história em São Miguel

@Comunicacao

30 de novembro de 2012
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A terceira edição da maior festa do livro e da literatura de São Miguel Paulista ocupou 23 pontos diferentes do bairro e arredores em 2012. Nos dias 8 e 9 de novembro, mais de 60 atrações diferentes tomaram espaços como praças, bibliotecas, Mercadão, pontos de ônibus, escolas, clubes, estação de trem, envolvendo o público com conhecimento e muita emoção. Conversas com autores prestigiados, distribuição gratuita de exemplares, saraus, audiozines, debates, venda de livros com 50% de desconto, acampamento literário e a participação ativa de alunos e docentes de sete escolas públicas marcaram esta edição do evento.

 

“Essa grande celebração do livro e das letras entrou de vez no calendário da zona leste”, afirma Paula Galeano, coordenadora geral da Fundação Tide Setubal. “Desde os preparativos até o fechamento da programação, houve um grande empenho dos parceiros, o que aumentou estrategicamente nosso alcance. E, dessa vez, tivemos alunos e professores como coprodutores das intervenções literárias. Ou seja, eles colocaram seu estilo e deixaram sua marca dentro dessa grande festa”, explica.

 

Os integrantes de sete escolas da localidade (clique aqui e leia mais) se prepararam com antecedência (leia mais aqui) e mostraram sua produção literária e o gosto pela literatura em programas de rádio de rua, mediação de leitura no comércio local e entrega de goles literários — trechos de poesias colocados dentro de mini garrafas pet, entregues aos transeuntes nas ruas, como mensagens lançadas ao mar. As 36 horas de atividades contaram ainda com o empenho de instituições de peso da região leste da capital, colaborando para diversificar e ampliar a festa.

 

“O festival 2012 foi um sucesso de mobilização e envolvimento que uniu diversos atores e instituições em torno do mesmo desafio: construir um país de leitores”, diz Inácio Pereira dos Santos Neto, responsável pela organização. Segundo ele, um olhar para as práticas e ações já desenvolvidas ajudou nessa missão. “Sem dúvida, foi uma agradável surpresa a quantidade e a qualidade de propostas apresentadas pelas instituições e, mais ainda, a disposição e o entusiasmo em participar desse movimento no território.”

 

 

Parceiros atuantes

 

A Universidade Cruzeiro do Sul, por exemplo, colocou à disposição a infraestrutura do Auditório D, do campus São Miguel, para sediar grandes debates. Entre as atividades práticas, promoveu uma Oficina de Escrita, voltada à produção de crônicas, com os professores Carlos Andrade e Claudio Brites. “Eventos como esse têm profundo significado para nossa universidade e para a região”, observa Janice Valia de Los Santos, pró-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários. “É importante ressaltar que o festival abrangeu alunos do Colégio Cruzeiro do Sul, além dos estudantes universitários. Percebe-se aí a competência da equipe organizadora que conseguiu conversar com as diversas faixas etárias.”

 

O Instituto Alana utilizou o espaço da biblioteca Guilherme Fiuza, no Jd. Pantanal, para uma programação específica nos dois dias de festa. Houve troca e doação de livros, espetáculo de rua, origami, saraus, mediação de leitura e contação de histórias. “Participamos pela primeira vez e adoramos”, conta Elani Tabosa do Nascimento, bibliotecária do Alana. “Foi um desafio para a comunidade do Pantanal e para minha equipe integrar um trabalho dessa extensão. Aqui, são raras as chances de se ter livros na mão, de se ver uma peça teatral. Para muitos foi deslumbrante poder escolher o que se quer ler na árvore. O público aderiu para valer, e as crianças já estão perguntando quando será o próximo.”

 

Os estudantes do Programa Educação para o Trabalho do Senac Itaquera atuaram em várias frentes. Pelo projeto de Mão em Mão, da Secretaria Municipal de Cultura, alunos do Senac Itaquera distribuíram 1.500 exemplares de coletâneas de contos de Machado de Assis, Lima Barreto e Alcântara Machado. No Sistema Municipal de Bibliotecas cuidaram de feiras de trocas de livros e gibis, que ultrapassaram a importante marca de 3.000 permutas. Na praça Morumbizinho, fizeram intervenções artísticas, baseadas na vida e na obra de Jorge Amado. Enio da Silva Melo, professor do Senac Itaquera, conta que o retorno dos alunos foi fantástico. “Eles tiveram dois dias de aula muito diferentes, interagindo com o público e com os profissionais da Fundação. Sugiro que o festival aconteça mais vezes ao longo do ano, em pequenas doses, para termos essas experiências de maneira cíclica.”

 

 

Alternativas para 2013

 

A Secretaria de Cultura da capital paulista promoveu as conversas da escritora Suzana Montoro com o público. Seu Ônibus-Biblioteca visitou o Jd. Romano na quinta-feira, 8, e União de Vila Nova na sexta, 9. O Sesc também levou sua unidade móvel Bibliosesc, equipada com livros e periódicos, para pontos estratégicos do bairro. No primeiro dia do festival, o Sesc Itaquera preparou um bate papo especial sobre HQ, com profissionais renomados da área. Para encerrar as atividades dos dois dias, organizou saraus, envolvendo alunos de Letras da Universidade Cruzeiro do Sul. “O mau tempo atrapalhou um pouco, em especial, na sexta-feira”, avalia Sérgio Lopes Sérvollo, animador cultural do Sesc Itaquera. “Podemos pensar em alternativas para melhorar esse aspecto no próximo ano, já que o Sesc deve ampliar sua participação nesse evento que é importantíssimo para a região.”

 

Thiago Oliveira Rodrigues de Moraes, aluno do curso de Gestão de Políticas Públicas da USP Leste, fez parte da comissão de alunos da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) que ajudou a intermediar a participação de grandes editoras no festival. O modelo foi o mesmo utilizado em feiras promocionais da universidade: livros com, no mínimo, 50% de desconto. Seis editoras aceitaram o convite e se abrigaram numa grande tenda na praça Morumbizinho. O público ficou acima da média esperada, de acordo com Thiago. A maior parte eram pais comprando livros para os filhos. “De um convite inesperado saiu uma experiência muito boa que queremos repetir, sempre agregando mais editoras”, prevê.

 

Livros para todos os gostos e idades também brotaram nas árvores de São Miguel. Afinal, entre setembro e outubro, uma grande campanha de arrecadação, capitaneada pela Fundação Tide Setubal, havia angariado doações de milhares de “frutos literários” pela população, em diversos pontos da cidade. Carinhosamente embalados e pendurados em galhos, ficaram à espera da colheita pelo pedestre-leitor. Essa cena, aliás, já virou tradição no festival e sempre deixa saudades. “Mas, no ano que vem, tem mais”, garante Paula Galeano.

 

 

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