Analista de comunicação e produtor de conteúdo do site da Fundação Tide Setubal
Fundação Tide Setubal apoia pesquisa do Instituto Update sobre inovação política nas periferias
De que formas moradores de periferias desenvolvem novas práticas políticas? Quais são elas? Que oportunidades e desafios essas pessoas enfrentam? Estas são algumas das perguntas que norteiam a nova pesquisa do Instituto Update sobre emergências políticas nas periferias. O estudo, que conta com apoio da Fundação Tide Setubal, vai mapear 400 projetos e entrevistar 100 […]
De que formas moradores de periferias desenvolvem novas práticas políticas? Quais são elas? Que oportunidades e desafios essas pessoas enfrentam? Estas são algumas das perguntas que norteiam a nova pesquisa do Instituto Update sobre emergências políticas nas periferias. O estudo, que conta com apoio da Fundação Tide Setubal, vai mapear 400 projetos e entrevistar 100 pessoas de cinco cidades brasileiras.
A iniciativa surge depois de uma primeira experiência, internacional, do Instituto Update. Em 2015, a organização mapeou 700 projetos de inovação política em 20 países. No ano seguinte, dois dos cofundadores, Rafael Poço e Beatriz Pedreira, viajaram para 11 países (México, Guatemala, Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e Brasil) para conhecer iniciativas e conversar com seus criadores. A experiência rendeu um extenso estudo, chamado “Emergência Política”, e uma série na Globo News, “Política: modo de usar”.
“Nas viagens, a maior parte dos projetos que pesquisamos era de classe média. Agora, queremos analisar outros aspectos sob uma nova perspectiva, a da periferia”, afirma Beatriz Pedreira. “Olhar para as periferias e retratar a inovação política de uma maneira não-excludente foi uma provocação que algumas pessoas nos fizeram, incluindo a Maria Alice Setubal. Queremos ver onde esses dois mundos se encontram, incentivar o diálogo e conexão entre pares dos centros urbanos e periferias”, diz.
Inovação política, na pesquisa, pode abranger iniciativas que reduzem a distância entre o cidadão e o governo, promovem a cidadania, reduzem a desigualdade social e usam a participação cidadã, transparência, accountability, inovação pública e mídias independentes como estratégia para suas ações.
Durante a condução do estudo, baseada principalmente em pesquisa etnográfica, com entrevistas em profundidade, parte-se do pressuposto da premissa que o entrevistador é igual ao entrevistado, no sentido de ambos estarem em sintonia quanto à realidade observada e as pautas investigadas. Para isso, nesta nova pesquisa mais de 80% da equipe será composta por profissionais da periferia. Em particular, os pesquisadores de campo serão todos da periferia para que haja maior entendimento sobre os desafios e potências das iniciativas e pessoas entrevistadas.
“ Atuamos a partir da perspectiva da potência das periferias, sem deixar de lados os desafios que esses territórios vivem. Para nós, o território importa para influenciar políticas públicas. A pesquisa realizada pelo UP Date trilhará esse caminho por diferentes regiões do país, contribuindo para dar luz a iniciativas inovadoras que nascem nesses espaços e podem inspirar a participação e a renovação política, além de criar novas narrativas sobre a periferia”, afirma Fernanda Nobre, coordenadora de comunicação da Fundação Tide Setubal.
Neste momento, os pesquisadores estão em campo, entrevistando pessoas de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Recife.