Analista de comunicação e produtor de conteúdo do site da Fundação Tide Setubal
Fundação Tide Setubal promove curso de culinária para empreendedores da periferia
O objetivo da oficina é capacitar moradores de São Miguel Paulista a iniciar ou expandir seus pequenos negócios no campo da alimentação
Quem entrasse no Galpão de Cultura e Cidadania na terça-feira, 4 de abril, poderia pensar que estava no set de um programa de televisão sobre gastronomia. Divididas em grupos, aprendizes de chefs preparavam a todo vapor uma quantidade impressionante de cupcakes decorados para a Páscoa. A aula faz parte da Oficina Escola de Culinária, iniciativa da Fundação Tide Setubal voltada para pessoas da periferia interessadas em aprender técnicas básicas de confeitaria e panificação com o objetivo de comercializar seus produtos.
“Nosso maior objetivo com o projeto é encorajar a geração de renda, principalmente entre as mulheres, e apoiar pequenos negócios ligados ao ramo da alimentação”, afirma Wagner Silva, da Fundação Tide Setubal. O curso, que existe desde 2009, atualmente conta com apoio técnico do Fundo Zona Leste e parceria junto ao Instituto Consulado da Mulher.
Com duração de dois meses, o curso de capacitação combina teoria e prática e fornece informações importantes para quem quer cozinhar para fora, como lições básicas de empreendedorismo, dicas de onde comprar materiais ou quanto cobrar pelos produtos finais. “No curso, buscamos prender a atenção tanto de quem já cozinha e trabalha com isso como dos iniciantes, e valorizamos todo tipo de culturas, crenças e gostos”, diz a chef Daniela Romão, professora do curso. “Já tivemos alunos veganos ou pessoas com restrições alimentares por motivos de religião e nunca foi um problema”, diz a chef.
Periferia gourmet
Inspirada pela proximidade com a Páscoa, na aula a professora ensinou as alunas a fazer cupcakes, bolinhos pequenos e decorados que viraram mania nos últimos anos. “O cupcake é de origem inglesa e inicialmente era chamado de bolo de fada. Depois de ficar famoso nos Estados Unidos, ele ganhou o nome de bolo de xícara, pois muitos eram assados dentro delas”, explicou Daniela na aula.
Na sequência, duas receitas foram apresentadas: cupcakes de laranja com gotas de chocolate e de baunilha. Divididas em trios e com as instruções em mãos, as alunas foram para as bancadas produzir os bolinhos, e a sala foi tomada por uma profusão de aromas e sons.
Enquanto os cupcakes assavam, as participantes da oficina se reuniram junto à professora pra aprender formas de decorar os bolinhos. Foi ensinado como manipular e colorir a pasta americana. Com os doces assados, foi a vez de as alunas soltarem a imaginação com a decoração: cenouras, ovinhos, chantilly, granulado e purpurina enfeitaram os cupcakes.
De olho nos negócios
Juliana Gonçalves procurou o curso pensando em complementar sua renda. “Eu já fazia bolos para as festas da família, e estou pensando em começar a fazer também pra fora”, afirma.
Já Amanda de Almeida buscou a formação por sugestão do namorado, já que o casal pretende começar um negócio. “Eu já cozinho e hoje a gente vende nossos produtos na rua. Por enquanto, só comercializamos os bolos, mas estou adorando fazer pães. Quero no futuro abrir o meu próprio estabelecimento”, conta.
Esse tipo de sonho é encorajado pela Oficina Escola de Culinária. “O maior diferencial do curso é oferecer formação não só em culinária mas também em gestão de negócios. Já tivemos alunas que abriram seus próprios serviços de buffet, confeitaria ou realização de festas”, afirma Wagner. Se depender das produções que resultaram da última aula, as festas de páscoa do Jardim Lapenna estão garantidas.