Justiça climática
Por definição, o conceito de justiça climática apresenta reflexão segundo a qual a crise climática não afeta todas as pessoas de modo equivalente. Por isso, é necessário desenvolver projetos específicos para populações que vivem em territórios vulnerabilizados.
Segundo a organização Repórter Brasil, o conceito de justiça climática apresenta mais uma dimensão no enfrentamento das desigualdades. Ou seja, “reconhece que a crise climática não afeta a todos de maneira igual: os mais pobres e vulneráveis, que contribuíram menos para as emissões de gases do efeito estufa (GEE), sofrem os piores impactos.”
Nesse sentido, ao considerar-se a definição apresentada pela Repórter Brasil, é necessário que o Estado tenha papel ativo nesse contexto. Isso pode acontecer por meio de políticas e estratégicas para combater os efeitos das mudanças climáticas tenham diretrizes específicas para proteger grupos vulnerabilizados. E essa dimensão passa, então, por aspectos territoriais, raciais e etários – como nos casos de pessoas idosas.
Sobre raça e justiça climática.
A pauta da justiça climática conecta-se, de modo intrínseco, com o debate sobre racismo ambiental. Ao considerar-se que esse conceito passa pelos impactos das mudanças climáticas ocorrerem de modo mais severo, qualquer iniciativa com foco na preservação e regeneração ambiental precisa contemplar ambas as dimensões.
De acordo com Waleska Queiroz, engenheira sanitarista e ambiental, representante institucional da COP das Baixadas, de Belém (PA), cofundadora do Observatório das Baixadas e consultora no Programa Climate Skills do British Council, tais aspectos se correlacionam quando se fala na construção de políticas públicas.
“Quando se fala dessas políticas direcionadas, é necessário abordar a garantia do básico. Isso vale também para investimentos que sejam adequados à implementação de soluções de acordo com a realidade da população e que promovam justiça climática, sobre a qual se tem falado muito, e para a justiça social e ambiental.”
Desse modo, o debate sobre justiça climática passa por dimensões multidisciplinares. Um dos aspectos passa, então, por incluir parâmetros específicos com essa finalidade na elaboração do orçamento público. Além disso, esse debate passa, em âmbito democrático, pelo envolvimento direto e o protagonismo da população na construção de políticas e estratégias com essa finalidade.
Finalmente, a correalização de projetos para contemplar os parâmetros de cidades resilientes – e com foco na proteção de grupos minorizados em territórios vulneráveis – pode ser otimizada por meio de estratégias que foquem no advocacy colaborativo.
