Fundação Tide Setubal
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Núcleo ArteCulturAção faz sarau para comemorar suas múltiplas atividades

@Comunicacao

14 de dezembro de 2011
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O ArteCulturAção promoveu um sarau no Galpão de Cultura e Cidadania, na tarde de sábado, 10 de dezembro, com muita música, poesia e exposição de instrumentos musicais. As apresentações foram feitas pelos alunos dos diferentes módulos, numa celebração pelas atividades promovidas ao longo de 2011. Esse núcleo de atividades da Fundação Tide Setubal visa valorizar o saber social da comunidade, articulando arte, cultura e cidadania, por meio de formações em música, luteria e teatro.

 

A abertura foi ao som de ritmos brasileiros — ciranda e samba —, executados por crianças e adolescentes das turmas de percussão. Na sequência, os alunos do curso de violão tocaram “Asa Branca”, de Luis Gonzaga e Humberto Teixeira, e “Eu sei que vou te amar”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Já o grupo das aulas de cavaquinho e bandolim apresentou clássicos do choro e do baião.

 

Houve ainda batismo dos violões construídos pelos participantes da oficina de luteria. Pela primeira vez, os instrumentos foram “afogados em música”, nas palavras do professor da Universidade Cruzeiro do Sul e musicista Celso Delneri, que tocou o “Prelúdio n°1”, de Heitor Villa Lobos. Outro convidado especial foi o músico João Bege, que tocou uma moda para batizar a primeira viola caipira confeccionada no ateliê do Galpão a partir de assoalhos de ipê. “As madeiras já estavam guardadas há 15 anos na garagem. Quando soube do trabalho da luteria pela TV, encomendei o instrumento,” relata João.

 

A confraternização também foi regada à poesia, com declamação de versos de Sergio Vaz e Vinicius de Moraes por frequentadores do Ponto de Leitura. No encerramento, crianças do curso de canto-coral apresentaram canções natalinas e com temática ecológica. “Estou feliz em ver a Geovana no coral. Ela ainda faz percussão e vive no Ponto de Leitura. No Galpão ela se desenvolve muito”, ressalta, orgulhosa, Maria Natividade Desidério, avó da menina.

 

 

Diversificação de atividades

 

Segundo Inácio Pereira dos Santos Neto, coordenador do ArteCulturAção, 2011 ficou marcado pela elevação do envolvimento da comunidade nas atividades culturais, devido principalmente à oferta, pela primeira vez, de módulos de canto-coral, cavaquinho, bandolim e violão. “O aumento de módulos permitiu a diversificação do público, e hoje temos pessoas de diferentes idades”. Ele sublinha outro resultado importante: o diálogo entre as duas frentes de trabalho desenvolvidas, uma vez que os instrumentos usados nas aulas de formação musical são feitos no ateliê de luteria.

 

Nos cursos de iniciação musical foram certificados mais de 90 participantes; nos módulos de luteria, 25. “Os próprios alunos têm dado visibilidade ao Núcleo, o que faz com que as ações se desdobrem em outras oportunidades à comunidade, como no caso do Projeto Talabatuque”, conta Inácio. Neste exemplo, com recursos do Vai (Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais), da Prefeitura de São Paulo, os primeiros jovens a ingressar no Núcleo passaram os conhecimentos adquiridos para estudantes da E.E. Carlos Gomes, em São Miguel.

 

Os módulos teatrais do ArteCulturAção ocorrem no CDC Tide Setubal. No primeiro semestre, 16 jovens integraram a formação para iniciantes e outros 12 estudaram iluminação cênica. No segundo semestre, um curso sobre intervenções urbanas foi ministrado a oito interessados, além de módulo teatral para 18 iniciantes. O encerramento desta frente de atuação aconteceu com a exibição, no CDC, de 5 a 7 de dezembro, da peça Árvore da Vida, que teve a família como tema. A montagem foi feita de forma coletiva pelos jovens que integraram a oficina neste semestre.

 

Leia, a seguir, depoimentos de participantes dos módulos do Núcleo ArteCulturAção:

 

 

“Meus irmãos tocam violão. Sempre tive vontade de aprender a tocar o instrumento. Aqui não tive só lições musicais, como também conheci novos compositores e fiz amigos. Pretendo continuar no próximo semestre.”

 

Lucas Urbieta Lopes, 14 anos, morador de União de Vila Nova, aluno do curso de violão

 

 

“Ficar na rua é muito sem graça. Gosto de vir ao Galpão e tocar alfaia. Não conhecia os ritmos brasileiros. Fizemos uma pesquisa, e agora já sei ritmos, como maracatu, ciranda e samba.”

 

David de Sousa Costa, 13 anos, morador do Jd. Lapenna, aluno de percussão

 

 

“Foram aulas muito boas. Fiquei com a voz mais bonita e afinada. Aprendi várias músicas novas, mas a de que mais gosto é “Filhote de Filhote”, porque com ela também dançamos.”

 

Maria Isabel Fragoso de Carvalho, 10 anos, moradora do Jd. Lapenna, aluna de canto-coral

 

 

“Tocava violão, mas queria aprender bandolim também. Aqui conheci muitas técnicas e fiquei praticando bastante em casa. Participei ainda dos módulos de construção de violão, cavaquinho e bandolim. O bacana é que posso aprimorar o que aprendi no ateliê. Venho aqui fora do horário da aula, e o monitor me auxilia na construção de instrumentos”.

 

Guilherme Rodrigues de Oliveira, 17 anos, morador de Cidade Tiradentes, aluno da Oficina de Música e Luteria

 

 

“Além de tocar violão, agora também sei como fabricar um. Antes, não tinha noção de como um instrumento era construído. O curso foi excelente. Também descobri a qualidade que tem um instrumento artesanal e como ele é valorizado no mercado.”

 

Johny Wesley Alves, 17 anos, morador do Jd. das Pimentas, em Guarulhos, aluno do módulo de construção de violão

 

 

 “A interação com a turma do teatro foi ótima, porque conversamos muito sobre vários assuntos. Fiquei mais desinibido, passei a me conhecer melhor e a olhar para o mundo com menos preconceito. Outro ponto marcante foram os passeios ao MASP, Sesc Pompeia e Teatro do Sesi. Isso sem contar a nossa montagem, na qual pudemos improvisar bastante.”

 

Lucas Laureno Lima, 15 anos, morador do Itaim Paulista, participante do módulo de teatro para iniciantes no CDC Tide Setubal

 

 

“Fiz teatro na escola, mas o grupo terminou há dois anos. Quando soube da oficina no CDC, resolvi participar. O que mais aprendi foi trabalhar em grupo, ouvir todas as opiniões e respeitá-las. Outra experiência bacana foi a da peça. Apesar de nervosos, mostramos nosso trabalho para os familiares e deu tudo certo no final.”

 

Catarina Cardoso Panicio, 16 anos, moradora da Vila Jacuí, aluna do módulo de teatro para iniciantes

 

 

“Adorei o envolvimento da Catarina na turma de teatro. Primeiro, pelo desenvolvimento cultural. Depois, porque proporcionou sua socialização e inclusão. Minha filha é cadeirante e foi super bem aceita pelo grupo. Nos passeios, todos a ajudavam em tudo que precisava. Em casa, sempre chegava cheia de novidades e passamos a conversar ainda mais. Também notei como melhorou na escola. Na última reunião, até seus professores destacaram seu desempenho, amadurecimento e animação. O teatro só fez bem para ela”.

 

Marta Rute Cardoso Panicio, moradora da Vila Jacuí, mãe de Catarina, do módulo de teatro para iniciantes


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