Analista de comunicação e produtor de conteúdo do site da Fundação Tide Setubal
Organizações beneficiadas por edital fortalecem suas ações na área de educação
Diagnóstico da realidade, levantamento de objetivos, estratégias e avaliação constituíram a formação oferecida pela Fundação e a FICAS a dez ONGs para construírem seus respectivos planos educacionais
Para fortalecer ONGs de São Miguel Paulista e região, a Fundação Tide Setubal realiza anualmente formações, cuja seleção ocorre por meio de editais. Os cursos são ministrados em parceria com a FICAS — especializada em metodologias destinadas a organizações de base comunitária. Em 2012, trabalharam-se práticas pedagógicas visando construir um plano educacional para instituições que desenvolvem projetos educativos no contraturno escolar. O resultado superou expectativas, sobretudo, pela integração e interação entre as organizações participantes.
Foram beneficiadas dez entidades, atuantes na zona leste da capital paulista. Cada uma enviou dois educadores para os encontros, que ocorreram no CDC Tide Setubal e nas sedes das ONGs. Diagnóstico da realidade, levantamento de objetivos, estratégias e avaliação constituíram-se nas quatro etapas de estudo. Margarida Gioielli, da FICAS, conta que, aos poucos, os educadores relataram melhorias que conseguiram agregar a suas dinâmicas.
A segunda etapa, que ressaltou a importância da harmonização de propósitos e valores numa organização, foi decisiva para fortalecer as relações de todo o grupo. Os educadores perceberam que pensam de maneira muito próxima e tomaram consciência de seus objetivos principais. No momento de abordar as estratégias, o desafio era conectar o que se deseja com a realidade que se tem. “Transformar os objetivos em ação requer muito treino. Muitas vezes as pessoas atuam, mas sem coerência entre o que querem e o caminho necessário para alcançar resultados”, lembra Margarida.
Por fim, o curso apontou a necessidade de se promover avaliação permanente. Também estiveram em foco os principais teóricos da educação, como Paulo Freire e Jean Piaget. Para Margarida, o trabalho com o plano educacional fortaleceu as organizações não só do ponto de vista educativo, mas também no quesito da fundamentação e da segurança de atuação. “As pessoas que estavam no projeto se encontraram muito, começaram a trabalhar juntas. O compartilhamento de ações e iniciativas as tornou mais fortes.” O encerramento das atividades foi no fim de novembro, com um debate sobre educação integral.
Ganhos para a prática
“Busquei o curso porque não tinha formação em pedagogia e queríamos saber se estávamos no caminho certo”, revela Renata Pires, da União Cidade Líder. “Ganhamos novos conhecimentos, aprendemos teoria e descobrimos que muita coisa que fazemos tem nome. Outro ganho se deu na redação dos projetos: conseguimos até aprovar uma proposta depois do curso.”
Para Marlene Cortese, membro do conselho da Fundação Tide Setubal, a FICAS ofereceu aos educadores um espaço para abertura pessoal que eles nem sempre encontram em sua vivência cotidiana. “Eles puderam se colocar com muita espontaneidade, abordar diferenças e ir atrás de avanços. Estabeleceu-se uma sintonia. Com isso, todos cresceram e isso certamente se refletirá na prática.”
(Foto: Carolina Miranda)