Publicação ‘Caminhos Possíveis pela Equidade Racial’ apresenta a trajetória da Fundação Tide Setubal no enfrentamento ao racismo

Publicação 'Caminhos Possíveis pela Equidade Racial' mostra o percurso que a Fundação Tide Setubal trilhou para mudar sua estrutura

27 de maio de 2025

Quais são os caminhos possíveis pela equidade racial que organizações precisam trilhar para combater vieses e disparidades dentro das suas respectivas estruturas?

Abordar essa temática é a premissa da publicação Caminhos Possíveis pela Equidade Racial. O material é fruto do compromisso da Fundação Tide Setubal com essa pauta. E, nesse sentido, tem como objetivo mostrar o percurso que a organização trilha nesse contexto.

Para tanto, ao compreender que se trata de uma responsabilidade social de todos os setores da sociedade e uma pauta transversal por esse mesmo motivo, a publicação destaca o processo que a Fundação trilhou para colocar a pauta racial como um aspecto central e estruturante em sua atuação.

Essa lógica envolveu, então, o resgate do modo como a Fundação Tide Setubal se organizou no início do percurso para promover a equidade racial em sua estrutura. Essa lógica abrange também as transformações que entraram em prática e as diretrizes estabelecidas para esse propósito.

“Destacamos que não se trata de um processo simples, pois envolve autocrítica e a necessidade de rever contradições que existem em qualquer contexto. Logo, é uma etapa obrigatória para olhar para dentro e desenvolver mecanismos para, simultaneamente, trazer novas perspectivas e vivências para o quadro de profissionais e de lideranças”, explica Viviane Soranso, coordenadora do Programa Lideranças Negras e Oportunidades de Acesso da Fundação Tide Setubal.

Mais do que mostrar a trajetória que a Fundação Tide Setubal percorreu para fazer da equidade racial um eixo central para a sua atuação, Caminhos possíveis pela equidade racial tem como objetivo inspirar as organizações do ISP a considerarem esse aspecto como central para as suas respectivas estruturas.

Sobre ações para trilhar caminhos possíveis pela equidade racial

Ao apresentar o percurso para combater vieses e promover reestruturação interna a partir da pauta sobre raça, a publicação Caminhos Possíveis pela Equidade Racial destaca como a escuta ativa sobre as desafios adicionais que profissionais negras e negros enfrentavam em seu cotidiano.

Esse processo interno evidenciou que o combate às desigualdades sociorraciais e de gênero começava da porta para dentro. Para tanto, essa dinâmica contemplou a composição étnico-racial da equipe e das pessoas profissionais em cargos de liderança – inclusive no Conselho Curador. E essa dinâmica envolveu, inclusive, o apoio de consultoria externa.

Os passos seguintes contemplaram a reestruturação, passando pelas estratégias de fomento e pela criação dos programas de influência. Essa etapa passou também pela atuação no Jardim Lapena, bairro da zona leste de São Paulo, por meio do Galpão ZL, núcleo de Prática de Desenvolvimento Local. Idem a criação do Comitê de Diversidade e Inclusão e do Canal de Acolhimento para atuarem como guardiãs da promoção da equidade, inclusive racial.

A partir da própria experiência da Fundação, o material objetiva sensibilizar as organizações que o compõem sobre o papel central da equidade racial no desenvolvimento de ações para enfrentar as diversas modalidades de desigualdades, ainda que esse processo possa causar possíveis desconfortos no início.

“Tensionamentos são fundamentais para haver evoluções e mudanças de paradigmas. Desse modo, o processo para repensar estruturas e lidar com contradições passa por mudar lentes usadas para analisar profissionais negras e negros – e com trajetória periférica”, pondera Viviane Soranso.

Finalmente, a publicação é também um chamado para as organizações valorizarem os conhecimentos de profissionais negras e negros, assim como os seus respectivos potenciais. “Esse processo implica, entre outras coisas, validar os saberes construídos e os conhecimentos que eles e elas detêm. Isso passa também por apoiar o desenvolvimento de seus talentos e habilidades para que possam, enfim, alcançar espaços de poder e de decisão. O combate às desigualdades passa também por essa dimensão”, finaliza a coordenadora do Programa Lideranças Negras e Oportunidades de Acesso.