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Jovens do Galpão de Cultura e Cidadania têm projeto aprovado no Programa VAI

Foi no Galpão de Cultura e Cidadania do Jardim Lapenna, que Rodrigo, Alexander, Andreza, Artur, Katia, Vanessa e Vitor Hugo, jovens com idades entre 14 e 20 anos, moradores de São Miguel Paulista e Itaim Paulista, se conheceram e formaram mais do que uma amizade. Juntos, eles deram início ao MobJovem, grupo que, como o nome já diz, busca mobilizar os jovens em prol de melhorias para a região onde vivem, utilizando arte e comunicação.

 

A ideia do MOB Jovem nasceu em 2012 quando educadores dos projetos da Fundação Tide Setubal  tiveram a idéia de criar uma comissão juvenil, com participantes de diferentes  núcleos, pensando ações para a juventude. Assim, eles trariam as ideias e os educadores ajudariam a colocá-las em prática. Consultando os frequentadores dos diferentes núcleos do galpão, os educadores chegaram em sete jovens que hoje compõe o MobJovem. Rodrigo Sousa Silva, 18 anos, conta que decidiu participar porque acredita no protagonismo juvenil e queria que sua voz também fosse ouvida.

 

Em 2012, estes jovens já puseram a mão na massa e realizaram uma série de ações culturais, como a Quadrilha da Diversidade na festa julina do Galpão, a festa Geração ZYX, com o tema diversão consciente, e o Acampamento Literário MobJovem, durante o Festival do Livro e da Literatura.

 

No começo deste ano, o MobJovem alcançou uma grande conquista, seu projeto “Retrato de uma História” foi aprovado no Programa para Valorização de Iniciativas Culturais, o VAI, da Secretaria Municipal da Cultura, da prefeitura de São Paulo. A ideia de se inscrever para o edital veio do convívio com o grupo Escritureiros, do bairro de Parelheiros, no extremo sul da capital, que participaram do Acampamento Literário. Estes jovens já haviam sido contemplados com o financiamento do VAI, e em conversas com eles os membros do MobJovem se convenceram de que sua ideia tinha tudo para ser aprovada no programa. “A experiência deles foi como uma lição para a gente” diz Vanessa Rodrigues de França, 14, outra participante do grupo.

 

Com o financiamento conquistado, os jovens realizarão ações que façam com que a comunidade da região de São Miguel aproprie-se da história do local e valorize as ações culturais que acontecem por ali. Questionado sobre o porquê da escolha do tema, Rodrigo dispara “só é possível mobilizar se a gente conhece a história do local. E São Miguel tem muita história pra contar”. Com relação aos sentimentos diante das conquistas e das novas responsabilidades, ele conta que “A emoção é indescritível. É a emoção do reconhecimento! É um desejo nosso que está se concretizando. Tem muita coisa burocrática pra fazer, assinar vários papéis, notas fiscais, prestação de contas. Mas as responsabilidades são divididas entre todo o grupo, que é muito unido.”

 

O projeto conta com quatro ações centrais, que serão realizadas durante o ano de 2013.A primeira acontece logo em maio, e será uma gincana entre jovens das escolas da região, que responderão perguntas sobre o bairro onde moram. Ao fim da atividade, eles escreverão um texto com o que aprenderem sobre a localidade durante a gincana.

 

Em seguida, o MobJovem montará um painel com uma imagem antiga da estação São Miguel da CPTM e oferecerá ao lado figurinos ligados à história dos imigrantes da região. Os passantes serão convidados a se fantasiarem com os figurinos e tirarem uma foto em frente ao painel. Eles receberão suas fotos junto com o texto criado pelos jovens na gincana. As produções também serão disponibilizadas nas redes sociais para compartilhamento. Com estas fotos também será montada a exposição Nosso Bairro, Nossa História, que terá um Sarau com artistas e coletivos culturais da região.

 

Por fim, acontecerá o evento Contra Fluxo com uma visita monitorada para moradores de outras regiões conhecerem os principais pontos históricos de São Miguel Paulista. A visita termina onde tudo começou, no Galpão de Cultura e Cidadania.

 

Após a realização dessa ação, os jovens do MobJovem pensam em continuar atuando mesmo se não conseguirem novos financiamentos. “Vamos continuar fazendo intervenções, estimulando mais jovens, porque uma coisa boa para a sociedade não pode acabar assim”, conclui Vanessa.

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