Economia solidária
A economia solidária contempla a promoção de “um processo sustentável de crescimento econômico, que preserve a natureza e redistribua os frutos do crescimento a favor dos que se encontram marginalizados da produção social”.
Criada pelo economista e sociólogo Paul Singer (1932-2018), a economia solidária tem como um de seus valores estruturais a apresentação de novos caminhos para a organização econômica da sociedade. Essa lógica, vale dizer, abrange também o modo como intermedeia as relações sociais. Ainda, esse conceito econômico coloca em destaque, entre outros aspectos, as transformações nas relações trabalhistas e em sua organização.
Nesse sentido, a economia solidária envolve também, ao propor caminhos e possibilidades para além do discurso hegemônico, a promoção de consciência da classe trabalhadora. Isso vale também para perspectivas que coloquem os papéis da promoção da equidade racial e de gênero em destaque.
Em entrevista ao site da Fundação Tide Setubal, Marcelo Gomes Justo, diretor executivo do Instituto Paul Singer, destacou a premissa coletivista e comunitária que a fundamenta. “Quando iniciativas se juntam para fazer algo coletivo, forma-se uma associação, mesmo informal, para se discutir como a produção e a venda serão organizadas – e isso se torna economia solidária.
A economia solidária já acontece nessas relações de vizinhança e de cuidado com a casa. Mas ela precisa se tornar uma forma de gerar renda coletivamente para as pessoas, de maneira consciente do que elas estão fazendo de organização coletiva para trabalho e renda”, explica Justo.
Finalmente, o caráter coletivista que estrutura as relações de trabalho dentro da economia solidária fomentam a distribuição equitativa de ganhos. Essa lógica dialoga com o trabalho que a Fundação Tide Setubal desenvolve para apoiar a atividade econômica em territórios periféricos. “A economia solidária acredita que nada se produz sozinho. Portanto, a divisão dos ganhos também não pode ser desigual. Gera-se renda sem reproduzir desigualdades”, completa Kenia Cardoso, coordenadora do Programa Nova Economia e Desenvolvimento Territorial da Fundação.