A interdisciplinaridade do ensinar
A Divisão de Orientação Técnico-Pedagógica (DOT-P), da Diretoria Regional de Ensino (DRE) de São Miguel Paulista, em parceria com a Fundação Tide Setubal, realizou o ciclo de formação continuada Diálogos Interdisciplinares a Caminho da Autoria: Desafios e práticas na educação paulistana. O objetivo do curso, alinhado às diretrizes do programa Mais Educação, que visa à […]
A Divisão de Orientação Técnico-Pedagógica (DOT-P), da Diretoria Regional de Ensino (DRE) de São Miguel Paulista, em parceria com a Fundação Tide Setubal, realizou o ciclo de formação continuada Diálogos Interdisciplinares a Caminho da Autoria: Desafios e práticas na educação paulistana. O objetivo do curso, alinhado às diretrizes do programa Mais Educação, que visa à educação integral, é fazer com que os educadores, com base nas vivências e reflexões em grupo, possam ampliar seus conhecimentos sobre o currículo e as práticas em sala de aula.
“Um dos desafios do Mais Educação é trabalhar a educação com equidade, ou seja, dar condições para que todos atinjam uma meta. Hoje, o que temos é um currículo ‘tamanho único’, pronto para vestir. O professor precisa fazer os ajustes de maneira educativa e sempre pensando que a escola está formando um sujeito cidadão”, explica Adriana Ferreira Daffre, formadora da DOT-P e coordenadora pedagógica.
Na opinião da coordenadora, a formação da cultura interdisciplinar não é fácil. Um dos princípios é o da cooperação e o de saber pensar junto. “A questão da autoria é muito importante, pois é ela que dá autonomia e transforma o sujeito. Agora, o grande desafio para os professores é fazer com que as crianças se tornem autores.” A emancipação do conhecimento pode ser um dos grandes agentes transformadores.
“O estímulo da descoberta é fundamental na pesquisa, para isso é necessário que se dê tempo e espaço para que o aluno descubra”, destaca José Luiz Adeve, coordenador do Núcleo de Comunicação Comunitária da Fundação Tide Setubal, que atua na formação.
Durante as formações, os professores participaram de rodas de conversa, além de atividades lúdicas. “O conhecimento somente se faz se tiver sentido e movimento. Por isso, o lúdico sempre está presente”, explica Viviane Hercowitz, coordenadora do Núcleo Mundo Jovem, que também atua na formação.
“Brincar não é perder tempo, é problematizar o aprendizado. A criança é vista por muitos como um adulto em miniatura e não como um sujeito de direito. Precisamos saber trabalhar as relações humanas”, explica Adriana.
Alexsandra Monteiro de Abreu, da EMEF Virgilio de Mello Franco, mudou seu olhar diante do aluno após a formação. “Acredito que seja importante ver meu aluno como detentor do conhecimento também. Não basta olhá-lo somente dentro da sala de aula, é preciso entender o tipo de cultura que ele traz e saber explorar suas potencialidades”, conclui.
Outros depoimentos
“As formações foram bem produtivas. Os palestrantes são muito seguros e conseguiram passar o conhecimento deles de forma concreta. Particularmente, tenho utilizado várias metodologias que aprendi aqui em sala de aula”, Elisabete Antonini Mariotto, da EMEF Pedro Teixeira.
“Gostei muito da dinâmica do curso, das rodas de conversa, da visão diferenciada de cada escola. Algumas situações são muito comuns e, a partir delas, consegui responder a alguns dilemas que trazia comigo como: ‘Será que estou no caminho certo?Em determinada situação, agi de forma correta?’”, Juliana Aparecida Bernardino Ignácio, da EMEF Maria Clara Machado.
“A criança nasce com todas as suas linguagens afloradas. Existe não somente uma grande necessidade de formação do professor, mas da equipe gestora inteira. Percebi, durante o curso, que a mudança de cultura docente é necessária, mas não pode ser feita de maneira solitária”, Cristina Massoni Silva, da EMEF Pe. Chico Falconi.
“O que aprendemos durante as formações me fez ter uma nova forma de agir e de pensar. Percebi que aprendemos, também, a partir da experiência do outro”, Viviane Yoshinaga, da EMEF Dama Entre Rios Verdes.