Analista de comunicação e produtor de conteúdo do site da Fundação Tide Setubal
Conheça as vencedoras do edital Elas Periféricas – 2° edição
Por Amauri Eugênio Jr. A segunda edição do edital Elas Periféricas, iniciativa desenvolvida pela Fundação Tide Setubal para promover o fortalecimento de iniciativas de mulheres negras da cidade de São Paulo inseridas nos territórios periféricos, teve a definição das seis iniciativas escolhidas para receber mentoria e apoio técnico, assim como investimento de R$ 40 mil […]
Por Amauri Eugênio Jr.
A segunda edição do edital Elas Periféricas, iniciativa desenvolvida pela Fundação Tide Setubal para promover o fortalecimento de iniciativas de mulheres negras da cidade de São Paulo inseridas nos territórios periféricos, teve a definição das seis iniciativas escolhidas para receber mentoria e apoio técnico, assim como investimento de R$ 40 mil para a execução das atividades que já desenvolvem nos seus respectivos territórios.
Os critérios estabelecidos para tais grupos pleitearem o edital eram a obrigatoriedade de as líderes serem mulheres negras; ter origem e atuação em territórios periféricos da cidade de São Paulo; não ter finalidade lucrativa e ser iniciativas diretamente administradas e executadas pelas pessoas que compusessem o coletivo.
Além de contemplar iniciativas com estas características, o Elas Periféricas tem como papel promover o fortalecimento de iniciativas que já tivessem impacto direto na transformação dos territórios em que atuam. Ainda, o edital visa fortalecer mulheres negras que têm papéis de liderança nas periferias por meio de formações ou da realização de mentorias.
“O empoderamento é conectando, proporcionando redes e trocas de outras experiências e iniciativas, e contribuindo com ferramentas de gestão, captação de recursos, ampliando a visão de estratégias para elas poderem fazer mais e com mais potência”, explica Wagner Silva (Guiné), coordenador de mobilização social e redes da Fundação Tide Setubal.
Outro aspecto relativo ao Elas Periféricas é promover o protagonismo social nos territórios onde os projetos atuam. Vale destacar também que iniciativas transformadoras em tais regiões fazem as suas lideranças serem vistas como referências nas suas respectivas regiões e, como consequência, podem até mesmo inspirar pessoas que querem desenvolver projetos com alto poder de transformação, mas não sabem por onde começar. Quando você gera condições materiais para que as pessoas potentes façam mais e sejam ainda mais criativas, isso fortalece e promove nas periferias novas referências que inspiram novas ideias, iniciativas e a construção de novas narrativas desses territórios”, completa Guiné.
O sexteto
Confira a seguir as seis iniciativas escolhidas na segunda edição do Elas Periféricas:
– Afro Chef, do Mulheres de ORÍ: a iniciativa, que prioriza territórios marcados pela vulnerabilidade social, em especial a Cidade Tiradentes, tem como objetivo oferecer estratégias para o enfrentamento e superação da violência doméstica, promovendo a formação empreendedora e o incentivo à autonomia econômica por meio de cursos livres de gastronomia com ênfase em técnicas culinárias, empreendedorismo e temáticas de gênero e raça. Além disso, os cursos abordarão a culinária afro com foco na valorização da cultura afro-brasileira e o desenvolvimento da autoestima e de pertencimento étnico-racial;
– Curso de Educação Financeira, do NoFront – Empoderamento Financeiro: a missão do projeto é democratizar a economia por meio da educação financeira e valores como unidade, ética, trabalho coletivo, economia cooperativa e fortalecimento étnico-racial. Ainda, letras do grupo Racionais MC’s são usadas como instrumento didático durante as aulas;
– Em Campo: Afeto, Empatia e Sororidade, do Perifeminas F.C.: fundado em Parelheiros, no extremo-Sul de São Paulo, o time feminino de futebol tem como missão ser um espaço de fortalecimento de mulheres. Além da atuação esportiva, as atividades desenvolvidas pelo Perifeminas F.C. consistem em rodas de conversas, inserção de novas integrantes no time e a promoção de ações afirmativas, para promover a formação de rede de apoio mútuo. O projeto incentiva também a realização de passeios a espaços educacionais e culturais;
– Nóis por Nóis – Festival das Estações, do Nóis por Nóis: a missão do coletivo é promover o acesso a bens culturais, a prática da autogestão e a potencialização dos meios de produção de posse coletiva. O objetivo é provocar mudanças na relação entre empreendedores e a periferia, incentivar e desenvolver práticas sustentáveis para profissionalizá-los, assim como usar a tecnologia, por meio da criação de plataforma para proporcionar mais visibilidade para os produtos feitos por eles;
– Queixada: Agência de Desenvolvimento Cultural Eco Turístico, da Comunidade Cultural Quilombaque: a agência de turismo, que foi criada com o objetivo de facilitar o acesso da comunidade à memória do território de Perus, promove, por meio do Museu Territorial de Interesse da Cultura e da Paisagem Tekoa Jopo’í, diálogos, conexão entre movimentos sociais e o resgate da memória da região. O projeto promove também trilhas de aprendizagem, nas quais os participantes aprendem sobre os diversos temas presentes na região. A atuação da agência no território fomenta também O envolvimento da comunidade e o estímulo à geração de renda local;
– Conexão Ancestral – As Rainhas Negras Existem!, do Levante Mulher: atuante na comunidade do Jardim Cláudia, na Zona Oeste, o projeto é voltado ao empoderamento de meninas negras por meio do conhecimento de suas origens e histórias a partir de atividades lúdicas e artísticas, como oficinas de teatro, dança, circo e música. A iniciativa prevê também a realização de um workshop de fotografia – as imagens, voltadas à promoção do despertar da autoestima das garotas, irão compor a exposição “Rainhas Negras Existem”. A exposição e a apresentação de intervenção artística serão abertas à comunidade.
Amauri Eugênio Jr.