Analista de comunicação e produtor de conteúdo do site da Fundação Tide Setubal
Evento aborda pensamento avaliativo e transformação social
Qual o papel da avaliação no investimento social privado? Como garantir que esse processo seja feito de maneira transparente, participativa e contribua de fato para a criação de transformações sociais? Estas foram algumas das questões respondidas durante o 14ºSeminário Internacional de Avaliação, realizado no dia 15 de agosto pelo Itaú Social, Fundação Roberto Marinho, Instituto […]
Qual o papel da avaliação no investimento social privado? Como garantir que esse processo seja feito de maneira transparente, participativa e contribua de fato para a criação de transformações sociais? Estas foram algumas das questões respondidas durante o 14ºSeminário Internacional de Avaliação, realizado no dia 15 de agosto pelo Itaú Social, Fundação Roberto Marinho, Instituto C&A e GIFE. O evento, que reuniu profissionais que trabalham em organizações do terceiro setor e do governo, além de especialistas e estudantes que atuam nos campos da educação integral, avaliação e pesquisa social, teve como tema este ano o pensamento avaliativo e a transformação social.
Maria Alice Setubal, presidente do conselho da Fundação Tide Setubal, integrou a mesa “Diálogo sobre avaliação e transformações sociais”, ao lado de João Franca, diretor técnico do Instituto Camará Calunga; Naércio Menezes, professor do Centro de Políticas Públicas do Insper; Paulo Januzzi, professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Michael Patton, presidente da Utilization-Focused Evaluation (Avaliação focada em uso), nos EUA.
Na mesa, os convidados conversaram sobre experiências concretas de avaliações que trouxeram aprendizados importantes e que apoiaram suas organizações a se tornarem mais efetivas na promoção de transformações sociais. Maria Alice compartilhou com o público a experiência de ampliar o escopo de atuação da Fundação Tide Setubal, que em 2017 passou a olhar não apenas para um território específico, mas para diferentes periferias urbanas. “Buscamos realizar saltos qualitativos em cima do que já fazíamos. Por exemplo, o Fórum de Moradores articulado no Jardim Lapenna pela Fundação e a Rede de Proteção Social estabelecida no mesmo território nos levaram a criar um Plano de Bairro, em parceria com a FGV e nove organizações locais. Conseguimos assim passar de experiências locais para uma política pública inserida do Plano Diretor da cidade”.
Para embasar esse processo, foram realizados três estudos de diferentes natureza: A Casa 7 – Memórias e Aprendizagens, sob a coordenação da Cristina Meirelles, conduziu uma análise qualitativo a fim de avaliar os processos da Fundação e o que ela representava em São Miguel Paulista na ocasião, envolvendo no processo toda a equipe com a realização de grupos focais e entrevistas em profundidade. Já Haroldo Torres, da Din4mo, foi o responsável por um estudo quali-quanti que levantou 16 indicadores sobre condições econômicas, educação, habitação e saúde que apontaram para uma ampliação da oferta de serviços públicos e privados em São Miguel Paulista e, adicionalmente, realizou entrevistas em profundidade com colaboradores da Fundação. A Pacto, por sua vez, conduziu o processo de mudança organizacional a partir do diagnóstico de que seria necessárioconcentrar esforços para obter os resultados desejados.
Na mesa, ainda foram discutidos os limites da avaliação e como fazê-la de forma realmente participativa, contribuindo de fato para a transformação social, e não apenas para a prestação de contas das organizações. “É preciso pensar qual é o significado da avaliação. Ele não deve existir apenas para fazer parte do relatório coorporativo do final do ano ou porque o financiador pediu. Passamos de uma cultura de não se avaliar para uma que busca avaliar tudo, visando apenas resultados de curto prazo. Se nós, fundações e institutos do investimento social privado, temos um compromisso com a equidade, isso deve ser nosso sentido de existência. Não podemos pensar apenas no mais eficiente, no melhor custo-benefício, apesar de esses pontos serem importantes. Quando a avaliação acaba, ela não deve terminar para a instituição, deve inspirar ajustes e um olhar estratégico para pensar o país”.
Clique aqui e confira o vídeo com a íntegra da mesa no Facebook do Canal Futura.