Analista de comunicação e produtor de conteúdo do site da Fundação Tide Setubal
Fundação Entrevista Ana Fonseca
por Lívia Martins No caminho da mudança e mantendo a essência de atuar na geração de oportunidades para empreendimentos de zonas periféricas, o Galpão ZL terá uma nova proposta de atuação, a partir de maio. Localizado no Jardim Lapenna, essa frente de atuação da Fundação Tide Setubal passou por mudanças físicas no espaço e […]
por Lívia Martins
No caminho da mudança e mantendo a essência de atuar na geração de oportunidades para empreendimentos de zonas periféricas, o Galpão ZL terá uma nova proposta de atuação, a partir de maio. Localizado no Jardim Lapenna, essa frente de atuação da Fundação Tide Setubal passou por mudanças físicas no espaço e por uma reformulação no projeto com a aposta no empreendedorismo e no impulsionamento de soluções inovadoras e criativas para o território.
Pensando nesse novo momento, entrevistamos Ana Carla Fonseca, especialista em economia criativa. Ana é mestre em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), economista e doutora em Urbanismo pela Universidade de São Paulo (USP) e, atualmente, é diretora da Garimpo Soluções, empresa brasileira que trabalha na intersecção de economia, cultura, negócios e cidades desde 2003.
Nesta breve conversa, podemos ver como nasceu esse conceito de economia criativa e como ele se desdobra para outras ações, como as que farão parte do novo Galpão ZL.
O que é Economia Criativa?
O conceito de economia criativa nasceu em meados da década de 1990 a partir da lógica de que, diante de uma circulação muito fácil de vários ativos econômicos tradicionais, o que de fato faz a diferença e valoriza o produto na área é a criatividade humana.
Quais foram os fatores que levaram a criação dessa vertente?
A partir do momento que você tem impacto das tecnologias digitais na economia e na sociedade, a circulação de informações começou a circular de uma maneira mais rápida. Na economia, esse movimento influenciou o modo de concepção de serviços e produtos ao deixar as concepções bem parecidas. Nessa área, os pontos intangíveis para dizer se algo é mais valorizado ou não é perceber o que mais se sobressai e tem um maior valor agregado.
Onde ela surgiu?
Ela nasceu na Austrália e, atualmente, a economia criativa está em várias partes do mundo, com diferentes recortes e diferentes nuances de conceito, mas a essência permanece a mesma.
Em quais contextos a economia criativa pode ser aplicada nas periferias?
As pessoas que compõem qualquer território da cidade são criativas. A partir do momento que você valoriza essa criatividade investindo com uma elaboração de projeto e incentivando a capacidade das pessoas em colocar as ideias na prática, é criado uma outra lógica de desenvolvimento para os contextos territoriais muito desiguais, dando oportunidades para as pessoas fazerem aquilo que elas querem, ao invés, de estar em posições profissionais apenas por questões de necessidade financeira.
A economia criativa, se bem trabalhada, do ponto de vista de estratégia e desenvolvimento, permite que exista um novo desenvolvimento territorial como um todo. É importante ter uma boa visão de negócios, olhar com mais atenção para os potenciais criativos da região e colocar em prática o projeto. Isso pode evitar que casos de ideias boas sejam descartadas por erros de articulação ou até em razão de situações de falência.