Analista de comunicação e produtor de conteúdo do site da Fundação Tide Setubal
Fundação Tide Setubal, Insper e Educafro se unem para a promoção da diversidade acadêmica
Por Amauri Eugênio Jr. / Foto: freepik.com A promoção da diversidade é uma das chaves para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Apesar de haver estudos em diversas perspectivas sobre os aspectos positivos relacionados a ela, passando por indicadores sociais e efeitos positivos em empresas, disparidades sociorraciais e econômicas ainda […]
Por Amauri Eugênio Jr. / Foto: freepik.com
A promoção da diversidade é uma das chaves para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Apesar de haver estudos em diversas perspectivas sobre os aspectos positivos relacionados a ela, passando por indicadores sociais e efeitos positivos em empresas, disparidades sociorraciais e econômicas ainda são predominantes no ensino superior – vide as proporções de alunos negros e brancos em universidades.
Ao menos dentro do grupo formado por alunos, mudar essa realidade é o objetivo do projeto desenvolvido em parceria pelo Insper com o Educafro. A ação, da qual a Fundação Tide Setubal é parceira por meio do Programa Raça e Gênero, visa ampliar a diversidade racial entre os candidatos do vestibular da instituição, ao prepará-los para participar do processo seletivo.
Nesta etapa, o apoio consiste em 50 bolsas de preparação pré-vestibular, via Educafro, no valor de R$ 500 para candidatos negros e de origem periférica – esse valor é destinado pela Fundação. O objetivo é, ao aumentar a quantidade de alunos aprovados no vestibular por meio da iniciativa, possibilitá-los acessar bolsas de estudo oferecidas desde 2004 pelo Insper para estudantes aprovados para ingressar na instituição.
As bolsas de estudo, que já eram oferecidas antes da parceria com Fundação Tide Setubal e Educafro, contemplam de modo integral para aprovados no vestibular cuja renda per capita é de até 1,5 salário mínimo, enquanto é parcial, que cobre de 30% a 80% do valor da matrícula e das mensalidades, para quem tem renda de até seis salários mínimos por membro da família. Ainda, essas bolsas contemplam também subsídios para moradia, refeição, manutenção – ou seja, permanência no curso -, compra de computador para assistir às aulas e auxílio para cursos de inglês.
Apesar dos aspectos contemplados pelas bolsas de estudos oferecidas pelo Insper para seus cursos, a comunicação não alcançava estudantes negros. De acordo com Ana Carolina Velasco, gerente de relacionamento institucional do Insper, a busca por estratégias para expandir o alcance comunicacional da iniciativa e os apontamentos sobre a realidade de candidatos negros das periferias urbanas feitos por Frei David Santos, diretor-executivo da Educafro, motivou o desenvolvimento de novas ações dentro do projeto – foram também realizados simulados de preparação para o vestibular em fevereiro, março e abril.
“Percebemos que as notas foram melhores no segundo simulado. Percebemos também que os alunos do Educafro realmente não conheciam essa oportunidade. Isso abriu uma porta de acesso, de oportunidade e de sonhos, pois começamos a conversar mais com eles, fizemos lives e levamos bolsistas [do Insper] para conversar com eles. Eles fazem perguntas sobre tudo para saber se, de fato, não existe discriminação, se de fato é isso mesmo o que prometemos. Ao verem os pares, eles conseguem se estimular”, explica.
Transformações além da sala de aula
De acordo com Viviane Soranso, coordenadora do Programa Raça e Gênero da Fundação, “a ação junto ao Insper acontece ao articular e aproximar, por meio de diferentes estratégias, pessoas negras e de origem periférica dos cursos e formação nessa e em outras instituições. [Isso ocorre] de modo que elas consigam se inserir e, ao mesmo tempo, se manter nesses espaços.”
Dentro dessa mesma linha, Velasco destaca que o objetivo é estimulá-los a entrar na instituição e ter ciência de que os resultados do projeto não serão observados de uma hora para outra.
“Se não conseguirmos neste semestre, haverá gente que, mesmo não conseguindo agora, verá que é possível. Não dá para jogar só uma tentativa e achar que fará a diferença. A nossa aposta é de que quando a gente faz uma parceria como essa, as pessoas vêm. Elas querem entrar, mas a gente precisa anunciar, avisar e criar mecanismos para elas se sentirem acolhidas”, completa a gerente de relacionamento institucional do Insper.
Saiba mais informações sobre o projeto de bolsas preparatórias para o vestibular do Insper no site da instituição. Confira também mais detalhes sobre o Programa de Bolsas Insper.