IV Encontro de Cultura e Sustentabilidade discute economia criativa e desafios para construção de uma cidade sustentável
Evento terá debate com Ana Carla Fonseca Reis, Candido Malta Campos Filho e Maurício Broinizi, além de lançamento da publicação do encontro de 2010.
No próximo dia 20 de maio, a partir de 9 horas, a Fundação Tide Setubal promove o IV Encontro Cultura e Sustentabilidade, no CDC Tide Setubal, situado em São Miguel Paulista, na zona leste da capital. Nesta edição, estará em pauta o tema: “Economia criativa: desafios e rupturas para construção de uma cidade sustentável”.
Aberto a todos os interessados, o encontro busca refletir aspectos que definem o significado da economia criativa, considerada uma estratégia para o desenvolvimento sustentável que agrega a cultura, a arte, a criatividade e as novas tecnologias nas práticas de produção de bens e serviços. Os três pilares da economia criativa são a singularidade, o valor simbólico e imaterial/intangível. Esses serão os eixos da discussão que se entrelaçará com as propostas sustentáveis para as cidades.
Para abordar esses assuntos, estarão presentes os debatedoresAna Carla Fonseca Reis, doutora em Arquitetura e Urbanismo pela FAU-USP e assessora em economia criativa para a ONU (Unctad e Pnud); Candido Malta Campos Filho, arquiteto e urbanista, professor aposentado da FAU-USP e secretário de planejamento da Prefeitura de São Paulo de 1976 a 1981, nas gestões de Olavo Setubal e Reynaldo de Barros; Maurício Broinizi Pereira,coordenador da Secretaria Executiva da Rede Nossa São Paulo e doutor em História Econômica pela USP.A mediação será de Maria Alice Setubal, socióloga e presidente do Conselho da Fundação Tide Setubal.
Segundo Tião Soares, coordenador de Cultura da Fundação Tide Setubal, a proposta deste encontro é contribuir para uma compreensão mais alargada sobre os conceitos de economia, criatividade e cultura. “Economia criativa é um novo modo de olhar para o mundo e de tratar a singularidade de alguns saberes. A riqueza humana e os valores simbólicos são levados em conta neste novo paradigma. Tudo isso é bem importante para pensarmos em uma cidade em que as pessoas se reconheçam como produtoras, não só como consumidoras”, explica.
Conexão local e global
Tião lembra que o tema conecta-se ao trabalho da Fundação Tide Setubal em São Miguel, na medida em que sua missão é a de contribuir para o desenvolvimento sustentável da região, valorizando os saberes e fazeres locais. “É uma oportunidade para os coletivos artísticos da zona leste refletirem sobre os valores simbólicos e a economia da cultura; para os representantes dos projetos apoiados pelo Fundo ZL Sustentável pensarem seus produtos e serviços a partir da ótica da economia criativa”.
O IV Encontro estabelece ainda uma conexão entre as questões locais e globais, ao discutir economia criativa, um conceito bastante difundido em países desenvolvidos como Inglaterra, e relacioná-lo ao tema do plano diretor da capital paulista e à proposta de rede de cidades sustentáveis. “São Miguel é o cenário para esse debate. Com certeza, as falas do encontro vão inspirar diversas iniciativas, como a Conferência Livre de Cultura na Zona Leste, que devemos organizar no segundo semestre”, acrescenta Tião.
Nova publicação
Com a finalidade de disseminar a discussão para outras partes da cidade, a Fundação Tide Setubal edita publicações com o conteúdo dos encontros. No dia do encontro, será lançada, com distribuição gratuita a todos os interessados, a edição de Cultura e Sustentabilidade: o papel das organizações não governamentais e a cultura dos movimentos sociais na apreensão e implementação de políticas públicas.
Essa publicação traz as discussões do 3º. Encontro Cultura e Sustentabilidade, realizado em maio de 2010, que teve como debatedores: Francisco Whitaker, arquiteto, urbanista e membro da Comissão Brasileira Justiça e Paz e do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral; Oded Grajew, empresário, integrante do Movimento Nossa São Paulo e do Conselho Deliberativo do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social; e Silvio Caccia Bava, sociólogo, coordenador geral do Instituto Pólis e editor do jornal Le Monde Diplomatique Brasil.
Algumas das reflexões em pauta na terceira edição do encontro, que reuniu mais de cem moradores e líderes sociais da zona leste, no CDC Tide Setubal, foram: a trajetória e os processos para mobilização popular; a importância do conhecimento gerado pelas organizações sociais para analisar demandas e propostas do poder público; e a necessidade da informação para ações mais conscientes.