Analista de comunicação e produtor de conteúdo do site da Fundação Tide Setubal
Novas chamadas públicas da Aipê apoiam iniciativas de turismo e agricultura sustentáveis
As novas chamadas públicas da Aipê visam apoiar projetos de associações, cooperativas, microempresas e empreendedores individuais que promovem a geração de trabalho e aumento de renda.
Melhorar práticas sustentáveis, aumentar impacto, conhecer outras iniciativas nos setores agrícola e de turismo e contar com especialistas para lidar com desafios. Estes são os objetivos da Aliança pela Inclusão Produtiva (Aipê).
As novas chamadas públicas da Aipê, aliança composta por Fundação Tide Setubal, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Fundação Arymax, Instituto Heineken, Instituto humanize, Instituto Votorantim e Santander, e que tem o Instituto Votorantim como gestor, visam apoiar projetos de associações, cooperativas, microempresas e empreendedores individuais que promovem a geração de trabalho e aumento de renda.
Nesse sentido, o foco dos segmentos abrange as seguintes áreas:
- Turismo Sustentável: destina-se a organizações sem fins lucrativos que tenham experiência com iniciativas de geração de renda por meio do fomento ao turismo sustentável. Idem capacidade de articular diferentes atividades e/ou negócio para a promoção conjunta do turismo sustentável em um determinado território;
- Práticas de Agricultura Sustentável: destina-se a associações ou cooperativas rurais formada por agricultores de baixa renda que já tenham iniciado o processo de transição para agricultura sustentável. Esse segmento contemplará também as que já executam práticas de agricultura sustentável. A atuação deverá ocorrer nos seguintes biomas: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica ou Pampa.
Diante desse quadro, o objetivo das novas chamadas públicas da Aipê é apoiar projetos que promovam trabalho e renda nas comunidades de baixa renda. No caso do segmento de Turismo Sustentável, o foco está na realização de práticas econômicas com esse perfil em áreas urbanas e rurais. Isso ocorrerá, então, por meio da articulação de atividades e negócios que preservem territórios e valorizem cultura e patrimônio histórico local.
Já o objetivo em Práticas de Agricultura Sustentável é fortalecer processos produtivos e apoiar o desenvolvimento de práticas de agricultura sustentável. Desse modo, a ação visa contribuir para o aumento da resiliência e sustentabilidade de sistemas agrícolas.
Objetivos sustentáveis de desenvolvimento econômico
A abrangência do conceito de sustentabilidade nas novas chamadas públicas da Aipê compreende aspectos estruturais dos negócios que serão potencializados.
No caso do Turismo Sustentável, o escopo abrange a realização de ações e compras de equipamentos ou outros recursos para implementar ou potencializar práticas com esse perfil. Assim sendo, a redução, reutilização e reciclagem de resíduos e conservação de água e energia e a implementação de práticas voltadas à educação para a sustentabilidade são alguns exemplos.
Já no segmento de Práticas de Agricultura Sustentável, trata-se da implementação e/ou fomento de práticas relacionadas à agricultura sustentável. Alguns exemplos compreendem, então, que as iniciativas selecionadas obtenham certificação relacionada a agricultura sustentável, implementem sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (LPF). A chamada compreende também, desse modo, suas variações e sistemas agroflorestais (SAF), ou implementem sistemas de controle natural de pragas e doenças na agricultura para redução do uso de agrotóxicos.
Desse modo, tais aspectos dialogam com o trabalho que a Fundação Tide Setubal desenvolve para o desenvolvimento territorial. “As novas chamadas públicas da Aipê conectam-se com a atuação territorial da Fundação Tide Setubal ao considerarem novos modelos de desenvolvimento econômico, humanizados e integrados ao território”, explica Kenia Cardoso, coordenadora do Programa Nova Economia e Desenvolvimento Territorial da Fundação Tide Setubal.
Dentro dessa lógica, Kenia destaca o potencial que ambas as chamadas têm para impactar os territórios sobre os quais visam incidir. “Nesse sentido, ambas as categorias contemplam, cada uma dentro da sua respectiva segmentação, a importância do dinheiro circular nos territórios de atuação dos grupos que serão selecionados. Além disso, objetiva-se valorizar iniciativas que já tenham incorporado práticas sustentáveis em sua produção, prestação de serviços e governança, ou que tenham essas premissas como um objetivo.”
Incidência em rede
Por meio do desenvolvimento em rede de estratégias voltadas ao desenvolvimento econômico sustentável, as novas chamadas públicas da Aipê colocam o trabalho colaborativo como aspecto central.
Gláucia Macedo, gerente Programática do Instituto humanize, explica que a organização acredita “na integração e colaboração entre parceiros de diferentes setores da sociedade”, para promover o desenvolvimento socioeconômico mais sustentável e a coexistência harmônica entre pessoas e recursos naturais. “Neste sentido, esperamos, por meio das chamadas da Aipê, potencializar as vocações e o desenvolvimento de diferentes territórios do país, apoiando a promoção de trabalho e renda para populações mais expostas a vulnerabilidades”, reforça.
Ainda, Natália Di Ciero Leme Quadros, gerente de Parcerias e Programas na Fundação Arymax, considera a transição para a sustentabilidade também para promover inclusão produtiva. Essa lógica visa priorizar questões ambientais e o combate às desigualdades é fundamental.
“Para isso, olhar para os setores promissores da economia e como podemos incluir as pessoas produtivamente nesses campos é fundamental. A Aipê nasceu com o propósito de reunir organizações de diferentes setores interessadas em promover a inclusão produtiva e ajudar empreendedores rurais e urbanos e desenvolverem seus negócios de forma completa e gerarem empregos dignos para a população mais vulnerável, contribuindo para a geração de renda e produtividade do país.”
Por fim, possibilitar que empreendimentos com atuação periférica implementem boas práticas em âmbitos comercial e trabalhista é uma das razões de ser do edital. “O objetivo das novas chamadas públicas da Aipê demonstra sinergia com o modo como atuamos. Elas focam em incentivar que as iniciativas tenham práticas sustentáveis em âmbitos socioambiental e trabalhista para, enfim, poderem romper com padrões que resultem em precarização econômica”, finaliza Kenia Cardoso.
Saiba mais
Os processos seletivos para as novas chamadas públicas das Aipê, dentro de Turismo Sustentável e Práticas de Agricultura Sustentável, estarão abertas até 21 de agosto. Baixe o edital e inscreva as associações ou organizações em aipe.org.br.
Finalmente, os encontros online para saber mais detalhes sobre as chamadas e tirar dúvidas a respeito acontecerão em 13 de agosto. A reunião referente ao Turismo Sustentável acontecerá a partir das 9h, enquanto a que se refere ao eixo agricultor será às 17h, no mesmo dia. Saiba mais detalhes também no site da Aipê.
[Atualização feita em 21 de agosto] As novas chamadas públicas da Aipê foram prorrogadas até 9 de setembro. Inscreva e confira atualizações no site da Aipê.
Texto: Amauri Eugênio Jr. / Foto: Reprodução / Aipê