Ponto de Leitura Jardim Lapenna é sucesso na comunidade
Inaugurado em 16 de junho, o Ponto de Leitura é um dos espaços mais frequentados do Galpão
“Era uma vez uma caixa de livro que circulava entre as crianças do Jardim Lapenna. Quanto mais tempo passava, maior o número de crianças que pelas suas histórias se interessava…”
Assim, poderia ser definido o inicio da história do Ponto de Leitura. A caixa de livros foi uma proposta criada pelo Programa Ação Família. Durante os encontros semanais, com as famílias da comunidade vários livros eram disponibilizados para as crianças em uma grande caixa. O interesse das crianças e de suas famílias revelou o quanto fazia falta a existência de uma biblioteca na região. Identificada a demanda, a Fundação Tide Setubal procurou a Secretaria de Cultura do Município de São Paulo para uma parceria da qual nasceu o Ponto de Leitura Jardim Lapenna.
Inaugurado em 16 de junho deste ano, o Ponto de Leitura Jardim Lapenna é um dos espaços de cultura mais freqüentados pelos moradores do Jardim Lapenna, em São Miguel Paulista, zona leste da cidade de São Paulo. Instalado dentro do Galpão de Cultura e Cidadania, tornou-se também um espaço de convivência, onde a maioria do público é formado por crianças.
Desde a inauguração, 234 pessoas já se cadastraram, aproximadamente 1.945 foram emprestados e 2.703 pessoas (jovens, adultos e crianças) visitaram o espaço. Os títulos mais lidos são Crepúsculo e Lua Nova (Stephenie Meyer) e os infantis: Disney Fábulas (Walt Disney), Contos de Andersen, Grimm e Perrault – com os personagens da Turma da Mônica (Maurício de Souza), Boa noite, Sol, olá, Lua ( Karen Viola), Durma bem Penélope – livro brinquedo (Eduardo Brandão – Anne Gutman – Georg Hallensleben) e Menino Maluquinho (Ziraldo).
David de Sousa Costa tem 11 anos e é um dos frequentadores mais assíduos, ele conta que começou a gostar de ler quando estava na 3ª série do ensino fundamental, e os quadrinhos da Turma da Mônica são os seus preferidos. “Sempre que posso, quando saio da escola vou direto para o Ponto de Leitura, pego um livro e levo para ler em casa”, explica.
Segundo o Movimento Nossa São Paulo, responsável pelo levantamento dos Indicadores Básicos da cidade de São Paulo 2009, o município possui poucas bibliotecas, e muitas delas não dispõe de um acervo adequado. A região administrada pela subprefeitura de São Miguel Paulista é uma das regiões da cidade com o menor número de bibliotecas públicas, são apenas duas unidades. |
Para Luiz Ricardo Santos Machado, 17 anos, a chegada do Ponto de Leitura ao Jardim Lapenna ampliou o acesso aos livros, pois antes só tinha a biblioteca da escola e alguns livros em casa como opção. “Agora, com o Ponto de Leitura próximo à minha casa sempre vou buscar novos livros. Gosto de ficção científica e dos livros de magia”, conclui Luiz Ricardo, que retirou 54 livros até o momento.
Incentivo à leitura
Uma das preocupações é que o Ponto de Leitura também possa contribuir para a formação de novos leitores. Para isso. a Fundação Tide Setubal promove uma capacitação de mediadores de leitura na região. Entre os participantes, estão as três pessoas que atuam no Ponto de Leitura, além da responsável pela biblioteca da escola estadual Pedro Moreira, localizada próximo ao Galpão, os educadores do Núcleo Socioeducativo, da creche e do abrigo mantidos pela Sociedade Amigos do Jardim Lapenna, além de alguns jovens que participam dos projetos Espaço Jovem, ArteCulturação e do Núcleo de Comunicação Comunitária São Miguel No Ar.
Neide Almeida, consultora responsável pela capacitação, explica que um bom mediador precisa antes de tudo ser um bom leitor, por isso a formação é dividida em dois eixos. O primeiro para orientar sobre como organizar, e pensar atividades a serem aplicadas com os usuários do ponto. “Também trabalhamos conceitos teóricos para que eles reflitam sobre a mediação e os tipos de literatura. Salientamos a importância do mediador ampliar o seu repertório (ler sobre diversos assuntos) ,pois essa prática permite que ele oriente melhor o leitor, possibilitando a descoberta de novos estilos,autores e interesse”, explica.
A formação terá oito encontros de seis horas cada, além de atividades a distância que inclui a construção de um plano de trabalho e a construção de um blog onde os mediadores postarão suas experiências.
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