Produzir conhecimento para a formulação de diretrizes educacionais para uma sociedade sustentável. Este é o objetivo do Projeto Educação para São Paulo, uma Cidade Sustentável, criado recentemente pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), Fundação Tide Setubal, Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS) e Rede Nossa São Paulo.
“Buscamos articular diferentes atores sociais, compartilhando conhecimentos e expertises sobre educação para sustentabilidade, em uma ação colaborativa e cooperativa entre os parceiros”, explica Anna Helena Altenfelder, superintendente do Cenpec. “O projeto prevê ainda a circulação das reflexões e dos conceitos produzidos, para sensibilizar a sociedade sobre uma educação que queremos para o futuro.”
Primeiros passos
Dentre as primeiras ações da iniciativa, destaca-se uma pesquisa realizada em São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo, apoiada pela Fundação Tide Setubal. Foram ouvidos profissionais da educação formal — da rede pública —, e da educação não formal, de organizações sociais. A ideia era levantar o que os entrevistados consideram uma educação de qualidade para o século 21 e identificar as oportunidades educacionais.
Este material coletado, aliado a rodas de conversas com especialistas em educação, subsidiará a elaboração das diretrizes educacionais para a cidade. Tal conteúdo também estará disponível no hotsite www.educarnacidade.org.br, que será lançado em 23 de outubro. Nessa data, ocorrerá um debate, via Facebook, sobre o tema Educação e Meio Ambiente. Pelo hotsite, as pessoas poderão ampliar as discussões, ler depoimentos de moradores de São Miguel sobre suas trajetórias educativas e enviar relatos de práticas, entre outras interações.
Parceria pela educação
“A educação é um dos pilares do desenvolvimento sustentável. Por isso, estamos trabalhando com o Cenpec por uma visão de futuro para essa agenda na cidade”, ressalta Paula Galeano, coordenadora geral da Fundação Tide Setubal. Ana Helena, do Cenpec, destaca a importância de somar a experiência em mobilização de comunidades: “A Tide Setubal tem uma forte atuação territorial e, nesta primeira fase, nos auxiliou no mapeamento dos atores da região, facilitando nossa entrada em movimentos e organizações sociais para a realização das entrevistas”.
Além disso, o Núcleo de Comunicação Comunitária (NCC) São Miguel no Ar, mantido pela Fundação, está engajado em promover a discussão com a população local, por meio dos veículos comunitários. Na segunda quinzena de setembro, lançou uma edição do jornal A Voz do Lapenna dedicada às questões educacionais. Neste semestre, está agendada uma intervenção de Rádio de Rua sobre educação para sustentabilidade no Mercado Municipal de São Miguel.
Outra ação do NCC neste sentido é a produção de uma brochura com relatos de moradores da região acerca da trajetória escolar e sobre a escola que imaginam no futuro. O livreto será distribuído em outubro nas unidades de ensino de São Miguel Paulista, com o propósito de provocar a reflexão sobre o educar. “Necessitamos de um novo léxico social, e a comunicação e a educação podem ajudar a mudar certos paradigmas e a colaborar para transformações”, pontua José Luiz Adeve, o Cometa, coordenador do NCC.