Analista de comunicação e produtor de conteúdo do site da Fundação Tide Setubal
Projeto Várzea do Tietê capacita 20 jovens em artes gráficas
Em 29 de janeiro, o Instituto União Keralux (Inker) realizou a formatura de vinte jovens integrantes do projeto Várzea do Tietê, apoiado financeiramente pela Fundação Tide Setubal no edital de 2010. A iniciativa buscou capacitar jovens entre 14 e 23 anos, de dez instituições sem fins lucrativos da comunidade localizada entre os distritos de Ermelino […]
Em 29 de janeiro, o Instituto União Keralux (Inker) realizou a formatura de vinte jovens integrantes do projeto Várzea do Tietê, apoiado financeiramente pela Fundação Tide Setubal no edital de 2010. A iniciativa buscou capacitar jovens entre 14 e 23 anos, de dez instituições sem fins lucrativos da comunidade localizada entre os distritos de Ermelino Matarazzo e São Miguel Paulista. Além de ensinar artes gráficas, fotografia e redação, o projeto estimulou os educandos a descobrir a história de sua região. O resultado prático foi a criação de um livro-portfólio, com a trajetória das entidades as quais os jovens estavam ligados.
Durante quase oito meses, aos sábados, o Inker realizou oficinas e passeios educativos. Cada dupla de alunos definiu um percurso para apresentar sua instituição e sua comunidade ao restante do grupo. No trajeto, conversavam com lideranças e moradores, fazendo registros fotográficos. “Ao conhecer novos lugares, percebi que as lutas são comuns”, comentou Tamires Barros da Silva, 14 anos, da Sociedade Amigos da Vila Mara, Jardim Maia e vilas adjacentes.
Jovens protagonistas
Os passeios renderam a publicação de um livro, o qual garante visibilidade às ONGs locais, cada uma apresentada em três páginas. Mas, na visão de Evandro Colasso, coordenador de desenvolvimento de projeto do Inker, os ganhos não param por aí. “Houve um importante intercâmbio entre os jovens de diferentes localidades e o reconhecimento de que fazem parte da mesma história de lutas e conquistas da região. Com isso, eles despertaram para o fato de que podem fazer algo em prol de sua comunidade”, avalia.
Almidênia Nunes dos Santos, de 18 anos, participante do Inker, integrou a capacitação. Com os novos conhecimentos, propôs à entidade a produção de um informativo mensal. “Queremos divulgar oportunidades pela região, para que mais pessoas saibam dos cursos oferecidos aqui. Precisamos valorizar nosso bairro”, afirma. Na verdade, a expectativa dos idealizadores do projeto é que mais jovens apliquem os aprendizados na área de comunicação dentro de suas respectivas entidades.
O Inker já tem planos de desenvolver um segundo módulo. Ele estaria aberto aos alunos que concluíram o projeto inicial, mas também a novos jovens. “Pretendemos introduzir uma oficina de audiovisual, para produzir um documentário sobre a Várzea do Tietê, além de um livro”, comenta Evandro.
Trabalho conjunto
Na avaliação de Marlene Cortese, conselheira da Fundação Tide Setubal, responsável pelo acompanhamento dos projetos do edital 2010, um dos destaques da iniciativa do Inker foi o forte vínculo criado entre educandos e educadores. O envolvimento e a assiduidade da turma também surpreenderam. Ela acredita que a oferta de uma bolsa-auxílio aos jovens fez diferença para que permanecessem na formação. “A bolsa ajuda-os com os custos de transporte e desonera o orçamento familiar”, diz. A conselheira ressalta ainda o empenho dos profissionais do Inker: “um parceiro interessado, de fato, no trabalho conjunto para melhoria da qualidade de vida na localidade”.
Segundo Evandro Colasso, o apoio da Fundação trouxe crescimento real. “Muitas vezes, entidades com nosso perfil não são contempladas em editais. A Fundação acreditou em nossas potencialidades, valorizou os produtores locais e proporcionou novos aprendizados na área de prestação de contas”, salienta.
Mirene Rodrigues São José, coordenadora do administrativo da Fundação Tide Setubal, foi reconhecida pelo Inker como figura fundamental no auxílio das questões financeiras. Para ela, este primeiro edital permitiu mais conhecimento sobre o setor de gestão das organizações do território. “Como são entidades pequenas, é comum não terem profissionais especializados nesta área”, observa. Por isso, para colaborar ainda mais, ela indica que pode ser interessante estruturar formações e ferramentas de gestão adequadas ao perfil dessas instituições.