Analista de comunicação e produtor de conteúdo do site da Fundação Tide Setubal
Um plano de ação nos territórios para enfrentar as desigualdades socioespaciais.
Os territórios das periferias possuem tecnologias e conhecimentos próprios. Por acreditar na sua capacidade transformadora na economia local e para facilitar o acesso aos serviços e bens culturais e sociais, uma estratégia de atuação da Fundação Tide Setubal nestes locais é atuar para fortalecer organizações, lideranças , ativistas e empreendedores periféricos. O ano de […]
Os territórios das periferias possuem tecnologias e conhecimentos próprios. Por acreditar na sua capacidade transformadora na economia local e para facilitar o acesso aos serviços e bens culturais e sociais, uma estratégia de atuação da Fundação Tide Setubal nestes locais é atuar para fortalecer organizações, lideranças , ativistas e empreendedores periféricos.
O ano de 2019 é um ano de muitos desafios para as periferias. O contexto político produz incertezas sobre o desenvolvimento econômico e, em especial, sobre a capacidade de investimento nestas zonas urbanas. Para Wagner Silva (Guiné), coordenador do @territórios (clique aqui para saber mais), este contexto “nos impõe o desafio de identificar e potencializar os conhecimentos já produzidos nos territórios para, em conjunto, oferecer apoio financeiro e/ou técnico para o desenvolvimento das suas atividades”.
Na Fundação, as áreas de atuação são chamadas de círculos. Neste ano, o círculo @territórios atuará em três frentes, de acordo com o quadro abaixo:
O Circuito Literário nas Periferias (CLIPE) vem para fomentar a literatura como ferramenta de transformação social, formação política e consolidação de identidades (gênero, racial e territorial). Fará isso com eventos, clubes de leitura, formação de autores/autoras, leitoras/leitores e articulação com diferentes autores/autoras periféricos. Em 2019, o Clipe passará pelos territórios da cidade e dará uma atenção especial aos da Zona leste como São Miguel, Itaim Paulista, São Mateus, Ermelino Matarazzo, Guaianazes e outros. “Historicamente, a cidade de São Paulo se voltou poucas vezes para a zona leste na atuação cultural. Com o Clipe queremos dar este destaque, embora não deixaremos de atuar com parceiros de outras regiões”, completa Wagner.
A segunda frente de atuação deste círculo irá gerar oportunidades para que empreendedores periféricos desenvolvam negócios de economia criativa e criem soluções inovadoras para problemas do território com a inauguração do Galpão ZL, um espaço de atividades da Fundação Tide Setubal, que há muitos anos contribui para o desenvolvimento e fortalecimento do Jardim Lapenna.
O intuito é propor ações e inovações da periferia para a periferia. As ações de empreendedorismo se darão em duas direções. A primeira, de inovação e de apoio a projetos que proponham soluções modernas para os territórios. A Fundação atuará no suporte financeiro e em ações de residências e mentorias. A segunda direção é no sentido de fortalecer os negócios já existentes, com apoio técnico ou seja, orientar na gestão financeira, marketing e, em parcerias com outras organizações, oferecer formações que ampliem a visão estratégica para esses negócios e a sua comunicação com o território.
Acesse: Inova ZL lança edital de apoio a coletivos periféricos da Grande São Paulo
A terceira frente de atuação do @territórios quer ampliar e fortalecer a capacidade de ação das organizações sociais (OSCs) e lideranças nas periferias. Para isso, serão selecionadas dez organizações a partir de cinco laboratório de direitos constitucionais da pesquisa “Emergência Política Periferias” que receberão apoio técnico e financeiro. Além disso, ainda haverá o Prêmio “Elas Periféricas” para impulsionar projetos de mulheres destes territórios e outros editais de apoio a projetos e, também, de apoios pontuais como, por exemplo, compras de equipamentos e materiais que facilitem uma ação desenvolvida na periferia.
Essa frente de atuação procura favorecer a maturidade institucional de projetos e organizações periféricas. Quem explica o que é esta maturidade é o coordenador do círculo Wagner Silva: “Por meio de transferências de recursos financeiros e de formações e acompanhamentos realizados por consultores, queremos facilitar a construção organizacional de projetos e instituições para que estas desenvolvam uma visão estratégica, tenham um plano de aprimoramento profissional das equipes, busquem a sustentabilidade financeira, incentivem a alternância de lideranças com uma gestão compartilhada, pensem na comunicação e façam o monitoramento e a avaliação de resultados”.
Com esse olhar para os territórios periféricos, a Fundação Tide Setubal espera contribuir para os seus desenvolvimentos, por meio da afirmação de direitos de cidadania, da ampliação das capacidades de ação das instituições locais e do estímulo à ampliação e circulação dos atores desses territórios em outros espaços da cidade e da sociedade.