Durante o Festival do Livro e da Literatura de São Miguel, só o CDC Tide Setubal recebeu mais de 20 escolas do bairro e do entorno, que levaram mais de 1.500 estudantes para conferirem as leituras de histórias, exibição de filmes, conversas com autores e a feira de troca de livros. A participação ativa das escolas demonstra a consolidação das parcerias entre Fundação Tide Setubal e unidades de ensino nesta ação coletiva de estímulo a leitura.
Segundo professores, o evento é uma oportunidade para os alunos saírem da sala de aula e experimentarem uma prática educativa diferenciada. Denise Aparecida Montanha, professora de língua portuguesa da EMEF Dr. Pedro Aleixo, ressaltou que o contato com o universo do livro no festival faz com que os alunos percebam a leitura como um hábito extra-classe. “Falamos muito sobre isso na escola, mas nada como ver na prática, participando de uma contação de histórias ou falando diretamente com um escritor”, complementou.
O envolvimento dos alunos no festival é grande. Na contação de histórias, os mais novos respondem ao chamado dos narradores para viajarem juntos pelo mundo da fantasia. Já os maiores participam de conversam com autores, levantando questões sobre tema em debate. Mas o que agrada a todas as idades é a feira de troca e de venda de exemplares.
Os colegas Dilson Santos e Alessandro Marques, alunos do quinto ano da EMEF Dr. Pedro Aleixo, visitaram o Festival com a escola pela terceira vez. “É sempre uma surpresa”, enfatizou Dilson. Eles acompanharam a contação de histórias e depois foram ver os exemplares da feira. “Gosto de livros de aventura. Aqui tem muita coisa bacana pra gente”, disse Alessandro.
Escola sedia Festival
Uma novidade na edição de 2010 foi a inclusão de uma escola pública como sede de algumas atividades do Festival. Na EMEF Armando Cridey Righetti, situada no bairro do Itaim Paulista, houve encontro com Benedito Prézia, autor de Virando Gente Grande: Ritos Indígenas de Passagem, e lançamento do livro Antologia Nossos Autores, com textos dos alunos das escolas.
A professora do Righetti, Márcia Domingues Rodriguez, considera a iniciativa louvável. “A criança tem o autor como um mito. Quando ocorre o encontro, essa imagem é quebrada. A criança também se aproxima mais da literatura”. Para o escritor Benedito Prézia, é muito importante este tipo de ação dentro da escola. “Em um momento em que a imagem e a Internet atraem muito e as pessoas estão ficando longe dos livros, o encontro permite não só incentivar a leitura, como também mostrar aos estudantes que eles podem escrever”.