Analista de comunicação e produtor de conteúdo do site da Fundação Tide Setubal
Vozes Urbanas aborda equidade de gênero e raça e empoderamento econômico
“A mulher negra é a síntese das duas opressões, de duas contradições essenciais: a opressão de gênero e a de raça. Isso resulta no tipo mais perverso de confinamento. Se a questão da mulher avança, o racismo vem e barras as negras. Se o racismo é burlado, geralmente, quem se beneficia é o homem negro. […]
“A mulher negra é a síntese das duas opressões, de duas contradições essenciais: a opressão de gênero e a de raça.
Isso resulta no tipo mais perverso de confinamento.
Se a questão da mulher avança, o racismo vem e barras as negras.
Se o racismo é burlado, geralmente, quem se beneficia é o homem negro.
Ser mulher negra é experimentar essa asfixia social”
Sueli Carneiro
Embora o braço feminino seja uma grande força para a economia e muitos avanços na promoção da equidade de gênero já tenham sido alcançados, boa parte dessa energia ainda permanece subutilizada por esbarrar em lacunas de gênero, aponta a publicação “Princípios para o empoderamento econômico feminino”, da Organização das Nações Unidas (ONU) Mulheres e Pacto Global *
No Brasil , Em 2015, 18% das mulheres tinham 12 anos ou mais de estudos, proporção que era de 14% entre os homens. As mulheres também estão mais presentes nas Universidades. Entretanto, em 2017, a diferença média de remuneração entre homens e mulheres no país era enorme: elas recebem 76% do que os homens.
Segundo o relatório A distância que nos une, da Oxfam, entre as pessoas que recebem até 1,5 salário mínimo, estão 67% dos negros brasileiros, em contraste com menos de 45% dos brancos. Cerca de 80% das pessoas negras ganham até dois salários mínimos. Tal como acontece com as mulheres, os negros são menos numerosos em todas as faixas de renda superiores a 1,5 salário mínimo, e para cada negro com rendimentos acima de 10 salários mínimos, há quatro branco. Se mantido o ritmo de inclusão de negros observado nesse período, a equiparação da renda média com a dos brancos ocorrerá somente em 2089, destaca o relatório.
Diante desse cenário, Rachel Maia, Kelly Silva Baptista e Mafoane Odara debatem o tema e respondem De que forma políticas que promovem a equidade de gênero e raça podem impactar no empoderamento econômico de mulheres, principalmente, das pretas e periféricas? Quais ações estão voltadas à promoção da igualdade de gênero e raça no mundo do trabalho? E quais os desafios encontrados? De que forma a sociedade civil, o Estado e o mercado podem enfrentar as desigualdades de gênero e raça no mundo do trabalho com foco no desenvolvimento sustentável?
Rachel Maia – é uma contabilista, empresária e palestrante motivacional. Estudou em escolas públicas e graduou-se em Ciências Contábeis pela Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Fez especializações na Universidade de Harvard e concluiu uma pós-graduação em Finanças pela Universidade de São Paulo (USP). Trabalhou como contadora da Seven Eleven nos anos 1990 e, por quatro anos, foi gerente financeira da farmacêutica Novartis. Em 2000, foi contratada pela joalheria Tiffany & Co, permanecendo oito anos na empresa. Em 2010, ingressou na joalheria Pandora, tornando-se a CEO de sua filial no Brasil. Em 2017, Maia foi nomeada pelo Presidente da República para o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do governo Federal. É também conselheira da DMK, Colunista da Forbes Brasil, sonhadora do projeto Capacita-me e oferece palestra em diversos assuntos. Atualmente passa por um período sabático no qual dedica-se a sua bibliografia.
Kelly Silva Baptista é Coordenadora de Programas Sociais-Consulado da Mulher ação social da marca Consul e estuda Gestão Pública na instituição de ensino Unifesp – Universidade Federal de São Paulo. Estudou Gestão e Perspectivas na instituição de ensino Senac São Paulo e Transportes na instituição de ensino FATEC. Atualmente é uma das conselheiras de Políticas Públicas para Mulheres de São Paulo.
Mafoane Odara (mediadora), psicóloga e mestre em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo. Coordena a área de enfrentamento à violência contra as mulheres do Instituto Avon e integra a Rede pela Diversidade da Avon, Diretoria do Fundo Brasil de Direitos Humanos e a rede de líderes da RAPS – Rede de Ação Política pela Sustentabilidade. Tem se dedicado ao apoio e aprimoramento de iniciativas sociais e serviços públicos relacionados ao enfrentamento das violências contra as mulheres e meninas, ao fortalecimento de mulheres nos cargos de poder e a consolidação de programas de diversidade e direitos humanos, especialmente relacionados às questões de gênero e relações étnico-raciais.
Participe do evento gratuito
Data:6 de junho
Horário:14h às 18 horas
Local:Rua Doutor Tomas Carvalhal, 681, próximo ao metrô Paraíso
Inscrições: https://bit.ly/2JYEdEW