Analista de comunicação e produtor de conteúdo do site da Fundação Tide Setubal
Nova temporada do podcast Essa Geração mostra a influência da decolonialidade no dia a dia
A temporada 6 de "Essa Geração" foi produzida por jovens do curso de Multimídia do Geledés – Instituto da Mulher Negra.
Talvez você não tenha identificado isto, mas a decolonialidade tem papel para lá de importante no seu cotidiano. Você já parou para pensar no impacto dela na educação? Ou, quem sabe, no mercado de trabalho e na formação profissional das juventudes negras? Ou, graças a um tema em evidência nos últimos tempos, na relação entre tecnologia e racismo – e mecanismos para “hackear” o sistema? Pois bem, esses e outros temas dão o tom da sexta temporada do podcast Essa Geração.
Na sexta temporada, a produção do Essa Geração contou com parceria do Geledés – Instituto da Mulher Negra. A produção dos cinco episódios da temporada foi capitaneada pelas/os jovens do curso de Multimídia do Geledés. Nesse sentido, a equipe do Geledés identificou como a equipe jovem responsável pelo projeto não era, digamos, tão familiarizada ao conceito de decolonialidade. Logo, romper com a perspectiva teórica era uma medida fundamental – e central – para a temporada.
“Para aproximá-las/os desse sistema, decidimos aplicar a decolonialidade em seus cotidianos. A utilização do termo decolonialidade. como um conceito acadêmico não fazia muito sentido para eles. Mas, quando trouxemos essa ideia para o contexto de suas vidas diárias, o grupo começou a se perceber como agente de multiplicação de processos decoloniais”, explica Natália de Sena Carneiro, coordenadora de Redes Sociais e Comunicação Institucional do Geledés – Instituto da Mulher Negra.
Beabá da decolonialidade
A partir da aproximação das juventudes sobre as múltiplas dimensões da decolonidalidade, os cinco episódios da atual temporada promovem, consequentemente, reflexões em áreas diversas. Assim sendo, cada um passa pelas seguintes dimensões:
- O que é decolonialidade;
- Educação decolonial;
- Lideranças emergentes;
- Tecnologia decolonial;
- Empreendedorismo negro com recorte de classe.
Desse modo, os episódios contaram com entrevistas e participações de especialistas nas respectivas áreas-temas. Alguns destaques são Tânia Portella, pesquisadora e doutora em estudos de raça e educação; e Nina da Hora, hacker antirracista e cientista.
Logo, a equipe jovem responsável pela temporada entrou também na própria trilha de aprendizado sobre decolonialidade. Alguns pontos, por exemplo, contemplaram a atuação no mercado de trabalho. “A nossa principal preocupação era garantir a autonomia do grupo nos processos criativos e dinâmicas de trabalho. As/os jovens conseguiram com sucesso expressar sua liberdade criativa durante as gravações, construindo narrativas em cada episódio de acordo com suas pesquisas e entrevistas”, ressalta Natália.
Assista ao teaser da temporada 6 do podcast Essa Geração
Decolonalidade, formação e evolução
A nova temporada do Essa Geração segue o propósito de ser plataforma para as juventudes ocuparem o canal e expressar suas reflexões e questões dessa geração.
“Uma das premissas do Essa Geração, como projeto, é mostrar a potência das juventudes e ressaltar a como elas podem ser agentes das suas próprias histórias e vidas. Como consequência, a leitura sobre decolonialidade a partir das escolhas narrativas de cada participante dessa produção é a um modo de mostrar a compreensão e o olhar transformador das juventudes periféricas”, destaca Fernanda Nobre, gerente de comunicação da Fundação Tide Setubal.
Outro ponto de destaque do Essa Geração – na temporada atual e nas anteriores – é o intercâmbio, sem trocadilhos, entre essas gerações. Caio Santos, protagonista da segunda temporada e coprodutor e coapresentador da quinta , editou os episódios dos novos episódios ressaltando também um processo de trocas de experiências e de saberes entre as juventudes.
Play decolonial
A temporada 6 do Essa Geração, sobre decolonialidade, tem episódios lançados às quartas-feiras. Você pode ouvi-los no na sua plataforma favorita de streaming e no site da Fundação Tide Setubal.
Texto: Amauri Eugênio Jr.