Analista de comunicação e produtor de conteúdo do site da Fundação Tide Setubal
Mutirão da Saúde simboliza esforço do Lapenna por mais qualidade de vida
A comunidade do Jd. Lapenna participou entre os dias 2 e 13 de agosto do Mutirão de Coleta de Papanicolau. Equipes de profissionais da saúde ficaram de plantão na Sociedade Amigos do Jardim Lapenna para oferecer aos moradores uma série de atendimentos. Além do exame preventivo para as mulheres, era possível aferir a pressão arterial, […]
A comunidade do Jd. Lapenna participou entre os dias 2 e 13 de agosto do Mutirão de Coleta de Papanicolau. Equipes de profissionais da saúde ficaram de plantão na Sociedade Amigos do Jardim Lapenna para oferecer aos moradores uma série de atendimentos. Além do exame preventivo para as mulheres, era possível aferir a pressão arterial, coletar sangue para sorologia de DST/HIV e medir a taxa de glicemia. Havia também orientações para prevenção ao vírus DST/HIV, dengue, leptospirose e tuberculose.
“O objetivo do mutirão é facilitar o acesso à saúde. Ofertamos alguns serviços e buscamos conscientizar os moradores da importância de ações de prevenção e cuidados”, explicou Raquel Ribeiro de Barros, enfermeira do Programa Saúde da Família, da Unidade Básica de Saúde (UBS) Térsio Ventura, situada em São Miguel.
Ivonete Antonia dos Santos Viana, 40 anos, aprovou a iniciativa. “Se não tivesse o mutirão, teria de andar quase 40 minutos para ir até a UBS da Vila Jacuí, para medir a pressão. Uma equipe fixa aqui é tudo que precisamos na nossa comunidade”, comentou a moradora do Lapenna. O problema da distância dos serviços de saúde também foi citado por Carmilce Vieira da Silva, que fez coleta de papanicolau no dia 13 de agosto. “Meu exame estava agendado para o dia 30, mas preferi vir até aqui para não perder muito tempo. Seria ótimo se existisse uma UBS no Lapenna”.
Conquista da comunidade
A iniciativa do Mutirão se relaciona aos esforços dos moradores pela construção de uma UBS no Jd. Lapenna. “Há mais de 20 anos estamos reivindicando o nosso posto de saúde. Após certo comodismo, voltamos a pressionar os governantes. Agora, estamos em comunidade e lutando juntos, acreditando no mesmo sonho. Já é um avanço essa equipe neste curto período, mas não podemos parar por aí”, disse Sonia Maria Aparecida de Souza, 55 anos.
Há 40 anos moradora do Lapenna, Maria Aparecida participou com outros membros da comunidade de uma reunião na Secretaria Municipal da Saúde. No dia 5 de julho, foram em três ônibus até o órgão para cobrar uma resposta sobre a UBS. Saíram de lá com a conquista da implementação do Programa Saúde da Família (PSF). De acordo com a coordenadora da Atenção Básica da Secretaria da Saúde, Edjane M. Torreão Brito, por enquanto, os moradores serão atendidos por equipes do PSF e encaminhados às UBS da Vila Jacuí e União de Vila Nova. Apesar do avanço na demanda por saúde, ainda não há previsão do início do PSF na comunidade, nem da construção e funcionamento da UBS A ideia é que enquanto não se constrói a UBS, haja uma equipe do PSF na região, que deve ser instalada em uma unidade provisória.
A equipe do PSF é composta por um médico, uma enfermeira, dois auxiliares de enfermagem e três agentes de saúde. Os agentes costumam ser moradores da própria comunidade. Em média, a relação é de um agente para cada 200 famílias. Segundo a enfermeira Raquel, que atendeu os moradores do Lapena no Mutirão, o PSF é bastante importante para comunidade. “A população pode ser acompanhada de perto por profissionais da saúde, que olham não apenas para o indivíduo, mas para a família e o ambiente em que ele vive. Realizamos um trabalho de prevenção e de promoção da qualidade de vida”, ressaltou.
Estímulo à participação
Para que as propostas saiam do papel, a Fundação Tide Setubal busca incentivar a participação dos moradores no Fórum Permanente dos Movimentos do Jardim Lapenna, União de Vila Nova e adjacências. Neste espaço de discussão, eles debatem as demandas e traçam os rumos para dialogar com o poder público. “Estamos junto com a comunidade nesta luta”, comentou Lucia Saboya Amadeo, coordenadora do Programa Ação Família, que procura estimular as mulheres a se engajarem no Fórum e demais reuniões, de forma que elas multipliquem as informações para o restante da comunidade e tragam mais moradores para a mobilização.
“Queremos que passem a pensar em ações coletivas para melhora da qualidade de vida do local. Para isso, buscamos também o empoderamento da comunidade”, afirmou Lúcia. “A intenção é que se tornem protagonistas de suas ações, sem precisar de intermediação para reivindicar seus direitos”, complementou Tião Soares, coordenador de cultura da Fundação Tide Setubal e um dos incentivadores do Fórum.