Rádio Ação dá voz aos alunos e estimula o debate sobre educação
Entraram no ar, no dia 2 de julho, os primeiros programas de rádio do Projeto Rádio Ação, concebido por integrantes do Núcleo de Comunicação Comunitária São Miguel no Ar, da Fundação Tide Setubal, e desenvolvido em parceria com a Escola Estadual Shinquichi Agari, situada na Vila Curuçá, em São Miguel Paulista. São 35 alunos […]
Entraram no ar, no dia 2 de julho, os primeiros programas de rádio do Projeto Rádio Ação, concebido por integrantes do Núcleo de Comunicação Comunitária São Miguel no Ar, da Fundação Tide Setubal, e desenvolvido em parceria com a Escola Estadual Shinquichi Agari, situada na Vila Curuçá, em São Miguel Paulista.
São 35 alunos do ensino fundamental da turma do matutino e outros 15 do ensino médio do período noturno que se alternam na função de produtores, repórteres e apresentadores, sendo que cada grupo de cinco alunos é responsável pela programação de um dia. Os programas versam sobre assuntos das áreas de comportamento, cultura e meio ambiente, de acordo com a votação dos alunos, e são veiculados nos intervalos de 20 minutos de cada turno. O trabalho de todos os envolvidos é de caráter voluntário e colaborativo.
O Projeto Rádio Ação foi proposto à Fundação pelos jovens do São Miguel no Ar Kleber William Lourenção Gomes e Carina Alves Piatezzi, ambos de 19 anos, a partir da inspiração em uma antiga rádio que já havia existido na escola no passado, por iniciativa de um professor, e da qual ambos haviam participado.
“Eu gostava muito e, quando a rádio acabou, fiquei com o desejo de fazer de novo. Tinha em mente de que quando cursasse uma faculdade iria fazer a rádio no Shinquichi”, conta Carina, atualmente aluna do curso de rádio e TV na Universidade Cruzeiro do Sul. Para Kleber, sua participação na rádio da escola foi uma experiência bastante marcante. “Comecei a participar desde cedo, já na quinta série”, conta ele, que hoje cursa Jornalismo na Universidade São Judas.
Sensibilização e criação
Com educadores da Fundação, Kleber e Carina contataram a escola e obtiveram o apoio da professora Sandra Alves, de Português e Inglês, uma das primeiras a aderir à iniciativa, além da diretora, Juleni de Fátima Rodrigues. Com a cooperação de ambas, primeiramente, foi realizado um trabalho de sensibilização de todos os alunos, num total de cerca de 600 estudantes.
Com educadores da Fundação, Kleber e Carina contataram a escola e obtiveram o apoio da professora Sandra Alves, de Português e Inglês, uma das primeiras a aderir à iniciativa, além da diretora, Juleni de Fátima Rodrigues. Com a cooperação de ambas, primeiramente, foi realizado um trabalho de sensibilização de todos os alunos, num total de cerca de 600 estudantes.
Essa fase inicial incluiu um concurso para eleger a melhor logomarca da rádio e a criação de jingle, além de discussões em sala de aula sobre o filme Uma Onda no Ar (Helvécio Ratton, 2002) e da elaboração de um relatório sobre a obra, que retrata a experiência da Rádio Favela, criada por jovens da periferia de Belo Horizonte (MG).
Definidos os alunos participantes, educadores da Fundação ministraram oficinas de linguagem, técnica e produção para ajudar na realização dos programas. Por ora, apenas a rádio do ensino fundamental já está no ar. O tema do programa de estréia foi a música (gêneros, fatos históricos etc.), e entre os próximos está um inteiramente dedicado ao primeiro beijo. “A turma é bastante especial, eles compreendem muito bem e estão empenhados no trabalho”, relata Carina.
No segundo semestre, a previsão dos educadores é trabalhar conteúdos de forma simultânea, em sala de aula e nas pautas da rádio. Uma campanha sobre o meio ambiente – além de compor o conteúdo nas aulas de Ciências – poderá se tornar tema para as próximas produções.
Os programas do ensino médio devem começar a ser veiculados em agosto e seguirão a mesma linha do já existente. Porém, terão um viés um pouco mais político, de debate, segundo José Luis Adeve, o Cometa, coordenador do Núcleo de Comunicação Comunitária São Miguel no Ar. “Cada programa contextualizará as questões importantes ligadas à educação e à escola, a partir, por exemplo, de rodas de conversas com os educadores”, explica. “E os alunos querem ainda associar a programação da rádio a outras manifestações culturais, como o teatro.”
Voz aos alunos
De acordo com Cometa, o projeto está alinhado aos objetivos do Núcleo, como a melhoria do ambiente escolar e a participação da comunidade das escolas para discutir questões de educação. “Esse veículo também tem o papel de provocador de reflexões sobre este tema”, afirma. Kleber completa, explicando que uma de suas motivações para recriar o projeto foi dar ao aluno um mecanismo de comunicação dentro da escola. “É fundamental para o estudante ter o espaço dele. A Rádio Ação é uma voz dentro da escola. Estamos colocando em prática com os alunos a importância da comunicação”, relata.
Para a professora Sandra, o trabalho na rádio poderá ser útil à formação global dos estudantes. “A produção dos programas gera mais responsabilidade e faz com que os alunos tenham mais vontade de ler e de pesquisar coisas novas, até para apresentar melhor os temas”, diz. No início do segundo semestre, o projeto contará, ainda, com a construção coletiva de um blog, alimentado pelos alunos, onde também serão veiculados os programas.
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